sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Melgaço nos tempos anteriores à nacionalidade


O povoamento destas terras deverá remontar a 5 ou 6.000 anos antes de Cristo, tal como o atestam as mamoas ou antas do Alto da Portela do Pau, em Castro Laboreiro. Porém, deste período, quase nada se sabe.

Anta do Alto da Portela do Pau

Sabe-se que os Romanos por aqui estiveram e foram relativamente bem recebidos, também por terem sabido respeitar os nativos e a sua organização em castros. Fazia parte da Gallaecia, quando, em 216, Braga é elevada a capital desta província romana. Braga, aliás, continuou também a ser a capital política e religiosa do reino suevo, que por aqui se implantou em finais do sec. V e boa parte do sec. VI, estendendo-se bem para sul do rio Douro, quase até ao Tejo. E, quando, da Diocese de Braga, se desmembraram as dioceses do Porto e de Tui, o rio Lima ficou a servir de divisória entre as Dioceses de Braga e de Tui. Quer isto dizer que Melgaço ficou na dependência religiosa de Tui, onde se manteve até 1381. Quase 8 séculos! Isto, apesar das vicissitudes da invasão árabe, das lutas da reconquista e mesmo depois de, politicamente, ser parte do reino independente de Portugal.
A Melgaço chegou também a influência da obra pastoral de S. Martinho de Dume. Vindo de Bizâncio, em 552, ao que parece em navios do império, trazia consigo uma equipa de mestres, uma rica biblioteca, copistas e homens preparados para ajudar os suevos. Bem recebido em Braga pelo rei suevo, impulsionou o funcionamento do mosteiro de Dume e da Escola do Palácio.
S. Frutuoso, natural do Norte da Galiza e mais tarde arcebispo de Braga, seguiu-lhe o exemplo, facto que nos leva a pensar que os mosteiros de Paderne, Fiães e de S.Paio  terão sido, na verdade, fundações suevo-visigóticas, de inspiração peninsular nos primórdios do cristianismo e, só mais tarde, beneditinas.
Melgaço obteve de D. Afonso Henriques, em 21.07.1183, depois da independência, o seu primeiro foral. Porém, Paderne e Fiães gozavam desde então, e até à reforma de Mouzinho da Silveira, do privilégio dos Coutos, com jurisdição própria, o que, se por um lado comprometeu o crescimento do concelho de Melgaço (“entalado” entre estes e o rio Minho / Espanha), por outro, não a impediu de dar importantes contributos à Nação portuguesa.


Extraído de: http://www.digitaldevizela.com/

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