sábado, 13 de abril de 2013

Diz-se do Presunto de Melgaço em 1886...


José Augusto Vieira na obra “O Minho Pitoresco”, tomo I, de 1886 diz sobre o presunto de Melgaço “ (...) Podes todavia entrar sem receio n’essa hospedaria honesta e limpa, porque se te falta na taboleta o sabor francês da palavra Hotel, não te faltará em compensação à mesa o sabor dos apetitosos bifes de presunto, que ali te servem, como um prato especial da terra! O Presunto de Melgaço! Que epopeia seria necessária para descrever-lhe o paladar fino e delicado, o aroma gratíssimo, a cor rosa escarlate, a frescura viçosa da fibra (...) Houvera-o provado Brillat-Savarin (...) e a sua Physiologia do gosto teria hoje de certo o mais suculento e o mais brilhante de todos os seus capítulos! Alimento sólido e forte, puxavante do verde, (...) o presunto de Melgaço, conhecido em todo o país é por assim dizer a syntese da phisiologia local. Válido, robusto, ágil, com o sangue puro bem oxygenado a estalar-lhe nas bochechas rosadas, o melgacense genuíno destaca-se dos habitantes dos outros concelhos próximos, a ponto de ser entre estes vulgar a phrase de:
- Ter a cara do presunto de Melgaço- quando se falla de alguem com as boas cores de saúde...



Extraído de: VIEIRA, José Augusto (1886) - O Minho Pittoresco, tomo I, edição da livraria de António Maria Pereira- Editor, Lisboa.

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