quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A guerra civil em Melgaço (1827)


Em 1827, durante a Guerra Civil, os soldados absolutistas são escorraçados para norte pelos liberais até Melgaço e daqui para terras galegas. O Marquês de Angeja que chefia as tropas nesta região escreve: “Depois que dirigi a vossa. Ex.ª, ontem, o meu oficio datado de Valadares, marchei com as tropas do meu comando para Melgaço, para me assegurar se os rebeldes, haviam, ou não, entrado em Espanha, e qual era o comportamento que com eles haviam tido as autoridades espanholas da fronteira, tendo eu dirigido ontem mesmo um oficio ao governador de Tuy para fazer desarmar os rebeldes que haviam entrado no seu distrito. Ainda não recebi resposta alguma dele, mas sei que o Marquês de Chaves entrou na Galiza por Fiães acompanhado de alguma infantaria e da maior parte da sua cavalaria, tudo em tal desordem e ruína, que não poderá entrar facilmente em novas operações, não obstante afirmarem os soldados, que se dirigem a Montalegre e Chaves à província de Trás-os-Montes. Mandei fazer esta tarde um reconhecimento forte até S. Gregório, última povoação portuguesa, situada na confluência do Minho e de um pequeno regato aonde principia a raia seca. As guerrilhas fizeram grande resistência sendo contudo repelidas com grande fogo de caçadores e cargas de cavalaria, para o território espanhol, aonde se achavam postadas duas ou três companhias de milicianos da Galiza, que visivelmente os protegeram, permitindo-lhes fazer fogo por muito tempo. Conto dirigir-me amanhã às autoridades espanholas, reclamando que estas guerrilhas e soldados sejam imediatamente desarmados, pedindo igualmente uma satisfação pelo comportamento hostil que tiveram hoje para connosco.”

Extraído de:
- Documentos para a História das Cortes Geraes da Nação Portugueza. Tomo III, Anno de 1827. Imprensa Nacional, Lisboa, 1855.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A Capela de S. Roque (Paderne): referências históricas e notas arquitetónicas

Capela de S. Roque (Paderne)

A Capela de S. Roque, em Golães (Paderne – Melgaço) foi construída no século XVII, mas foi reformada no século XVIII, conforme inscrição na verga do portal e reconstruída em meados do século XX. Apresenta linhas muito simples. As fachadas possuem o aparelho muito irregular, sobretudo a lateral direita, apontando para as reformas ou reconstruções que sofreu.
Existem poucas referências históricas a esta capela. A referência documental mais antiga data de 1656 e fala de uma obrigação à ermida de São Roque no lugar de Golães, a favor de Estêvão Pereira Bacelar e de sua mulher Teodora do Vale, moradores no dito lugar e Quinta de Golães, os quais se obrigam à dita capela. O ano de 1733 é a data inscrita na verga do portal assinalando a sua construção.
Em 1758, nas Memórias Paroquiais da freguesia, faz-se referência à capela de São Roque, no lugar de Golães, como tendo um só altar, onde estava a imagem do mesmo Santo, a qual administrava o senhor da Quinta. Posteriormente, procedeu-se à construção da sacristia. Em 1945, é efetuada a sua reconstrução e a respetiva data encontra-se inscrita na verga.
Esta capela apresenta uma planta longitudinal de massa simples com sacristia adossada à fachada lateral esquerda. Possui volumes escalonados e coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na capela e de uma na sacristia, na continuidade da primeira, rematadas em beirada simples.
Fachadas em cantaria ou alvenaria de granito aparente, a principal virada a sudoeste e termina em empena, com friso e cornija, truncada por sineira em arco de volta perfeita sobre pilares, albergando sino e rematada em empena, coroada por cruz latina de braços quadrangulares. É rasgada por portal de verga inscrita sobre os pés direitos, ladeado por duas frestas. Fachada lateral esquerda cega e a sacristia, terminada em meia empena, rasgada por porta de verga recta a sudoeste.

A fachada oposta, com aparelho irregular no terço superior, é rasgada por fresta na zona do retábulo-mor. Fachada posterior cega, com a capela-mor coroada por cruz latina de braços quadrangulares sobreposta por uma outra luminosa, de maiores dimensões.

Extraído de:
CAPELA, José Viriato, As freguesias do distrito de Viana do Castelo nas Memórias Paroquiais de 1758, Braga, Casa Museu de Monção / Universidade do Minho, 2005.
- www.monumentos.pt.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Castro Laboreiro, 1949 - Palavras de Miguel Torga escritas em terras castrejas

Vista parcial sobre as ruínas do castelo em Castro Laboreiro 
(meados do século XX)

Castro Laboreiro, 22 de Setembro de 1949 — “Deve-se encher os olhos da mesma paisagem tantas vezes quantas forem necessárias para que ela seja dentro de nós um cenário quotidiano. Só assim cada acidente dela, animal, vegetal ou mineral, terá nos sentidos aquela morada íntima, inefável, onde de vez em quando a nossa própria alma é conviva. Imagens que nos lembrem sem querer, como trechos de Bach ou de Beethoven, e que encham a nossa solidão pela vida fora.”

Extraído de:
- TORGA, Miguel (1949) - Diário V in: Diários, Vol. V a VIII, Edições D. Quixote, 5ª edição.

domingo, 12 de outubro de 2014

Castro Laboreiro, 1940 - A presença de refugiados galegos e as dificuldades das autoridades portuguesas no terreno.



Durante a Guerra Civil Espanhola, centenas de galegos terão cruzado a fronteira e esconderam-se nas aldeias de Castro Laboreiro. Apesar do empenho das autoridades portuguesas em detetar os refugiados, as características do terreno e a proteção que muitos castrejos deram aos refugiados galegos dificultaram muito essa ação repressiva.
Em 1940, um comandante da GNR destacado para a região de Castro Laboreiro para acabar com a presença de refugiados galegos em terras castrejas, queixa-se das imensas dificuldade das autoridades nesta região. Num documento que escreve aos seus superiores, refere o seguinte:

Uma batida completa à serra, dada a imensidade desta, exigiria milhares de homens e, em virtude da carência de estradas e caminhos capazes e da falta de recursos, julgo-a impraticável. Enquanto aquela região, pela ausência quase completa de vias de comunicação, estiver, como está, isolada do resto do País, será sempre um possível refúgio, já que dá imensas facilidades a natureza montanhosa do terreno, formado por enormes montanhas, sulcado de ravinas (barrancos) que são verdadeiros precipícios, frequentemente coberto de gigantescos penedos de caprichosos recortes, e, em muitos sítios, coberto de carvalheiras, giestais de três e quatro metros de altura, urzes, e outra vegetação selvagem. A população vive a vida mais miserável que é possível imaginar-se. As habitações são choças imundas onde as pessoas vivem na mais repugnante promiscuidade com os animais. As culturas, de centeio e a batata, únicas que ali se fazem, não chegam para o consumo dos habitantes, e desenvolvem-se lentamente e com dificuldade. Até há pouco tempo, os homens emigravam em grande quantidade para Espanha e França, e, com o produto do seu trabalho nesses países, sustentavam as suas famílias. Mas, desde que começou a guerra em Espanha, essa emigração acabou, o que veio agravar extraordinariamente a situação daquela gente. Pelo atraso em que a população se encontra, pode afirmar-se que fazer uma viagem a Castro Laboreiro corresponde a recuar alguns séculos no tempo. Afirma o abade da freguesia que quase todos os seus habitantes são comunistas, porque não frequentam a igreja. O que eles são, com certeza, é miseráveis e analfabetos. Mas a irreligiosidade daquela gente já era um facto quando ainda não se falava em comunistas. O auxílio que os habitantes tenham prestado aos refugiados galegos explica-se talvez melhor pelo facto de, dado o isolamento em que a freguesia está do resto do país e até do concelho, as suas relações normais serem feitas desde longa data com os espanhóis.”


Extraído de: 
- GALLARDO, Àngel Rodríguez (2003) - "Entre brandas e inverneiras: refuxiados e guerra civil na fronteira entre Ourense e Portugal" in: A Represion Franquista en Galícia. Actas dos traballos presentados ao Congreso da Memoria; Narón, Dezembro de 2003.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Recuamos aos tempos da ACADEMIA no Peso (Melgaço, 1908)

Peso (Melgaço) - Início do século XX

A 2 de Maio de 1909, António Rocha Peixoto, notável naturalista, professor, antropólogo, etnólogo e escritor faleceu em Matosinhos, vítima de tuberculose aguda seguida de uma crise.
Em 1908, passou uma temporada em Melgaço, nas Águas do Peso, onde fundou um grupo de tertúlia e reflexão que ele chama de Academia. Depois da sua morte, em 23 de Maio desse mesmo ano, o seu amigo Avelino Dantas escreve no jornal poveiro “Estrella Povoense” um texto de homenagem onde recorda a marcante passagem por Melgaço no ano anterior e as animadas sessões da Academia. O texto diz o seguinte:
“Faz um ano em Agosto que, no local da nascente das Àguas Minerais do Peso de Melgaço, encontrei o abalisado homem de ciência Rocha Peixoto.
Feito os meus cumprimentos, a que ele correspondeu, risonho, com um acolhedor “Viva, amigo”, perguntou-me logo por notícias da sua terra e, em seguida, quis que eu lhe dissesse o motivo que me levava ali. Disse-lho, e como quer que ele visse em mim sintomas de neurastenia, aconselhou-me a que viajasse e visitasse de preferência lugares, onde há muito que admirar e aprender.
Ao mesmo tempo, estava na pitoresca estância de águas minhotas um considerado médico de Chaves, o Dr. Teixeira de Sousa, com quem Rocha Peixoto falava muito e de que o saudoso extinto me disse gostar pelo seu feitio gracejador e leal de transmontano.
Dias depois apareceram, um quase após outro, primeiro o Dr. Silva Gaio, secretário da Universidade de Coimbra e festejado homem das letras e, posteriormente, o distinto pintor portuense António Carneiro, que Rocha Peixoto cumulava de atenções, tratando-o como a pessoa de valor e a que se rende culto.
Todos os dias, de manhã e à tarde, à hora de tomar as águas, era certo o grupo dos quatro em animada palestra, que só se interrompia para confortar o estômago e para dormir.
Ordinariamente, quem mais falava era Rocha Peixoto. Erudito e fluente, dispondo, como se sabe, de uma soma enorme de conhecimentos bem assimilados e, o que não é vulgar em homens de ciência, expondo tudo com muita facilidade e clareza, todos o ouviam com manifesto prazer, e só se separavam quando ele dizia que a sessão ficava interrompida por tantas horas, isto é, o espaço de tempo decorrido desde o almoço até à hora do tomar águas, de tarde, e desde o jantar até ao dia seguinte, de manhã cedo.
Às vezes, a sessão interrompia-se por momentos. Era quando se efetuavam-se digressões de recreio e de estudo, mas mais de estudo do que de recreio, aos templos românicos dos concelhos de Melgaço e Monção. Neste: a matriz da vila e a igreja de S. João de Longos Vales; em Melgaço, a matriz da vila, a igreja de Paderne e a capela de Nossa senhora da Ourada.
Como é óbvio, essas digressões, de que jamais me esquecerei, eram planeadas pelo insigne português Rocha Peixoto e feitas por ele, os cavalheiros acima citados e pelo autor destas linhas, ao grupo dos quais Rocha Peixoto graciosamente chamava a Academia.
Era de ver o carinho e o entusiasmo com que o ilustre homem de ciência preleccionava sobre os característico do estilo românicos nos templos de Monção e Melgaço que visitamos. Nestes expressava a sincera indignação com que verberava o obra dos bárbaros restauradores, quando acaso nesses monumentos se lhe deparavam semelhantes provas de falta de educação cívica e carência de perfeito sentimento artístico.
Uma vez, no alto do Castelo de melgaço, onde subiu a Academia para gozar o lindo panorama que dali se descobre e, sobretudo, para se remontar a uma época em que a força era tudo, Rocha Peixoto, em conversa com dois padres que lá estavam, disse-lhes que eles podiam fazer muito em prol da conservação do nosso espólio artístico sobrevivente do passado, opondo-se a que as juntas da paróquias, na sua fúria inovadora, ultrajassem, estragando, o que tão digno é de respeito.
Dotado de invulgares faculdades de trabalho e de uma força de vontade inquebrantável, nem mesmo ali, naquela estância de Melgaço, onde os outros vão apenas para fazer a sua cura de águas, o saudoso homem da ciência descansava.
Vendo-o, assim, todo votado à sua tarefa de gigante, quem diria que, em menos de um ano, ele sucumbiria ao peso dessa mesma tarefa, que afinal tão demasiada era para a sua compleição!
Ah! Como, por vezes, é triste a realidade das coisas! Como é cruel!
Ainda há pouco, nos primeiros dias de Fevereiro, ele me disse em Matosinhos, que era preciso que a Academia se reunisse este ano em Melgaço para continuarmos as nossas palestras e as nossas digressões, e nem pela cabeça me passou a ideia de que era essa a penúltima vez que o via vivo... “

Rocha Peixoto no jardim de sua casa

Extraído de:

- DANTAS, Avelino (1966) – Rocha Peixoto (Depoimentos e Manuscritos). Edição da Câmara Municipal de Matosinhos, Matosinhos.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Castro Laboreiro, 1916 - O "Leão das Montanhas" recebe visitas ilustres

Mathias de Sousa Lobato, em Castro Laboreiro num enterro, à esquerda segurando o chapéu (1914)

O Comendador Mathias de Sousa Lobato nasceu em Alvaredo em 29 de Junho de 1859. Frequentou a Escola do Magistério Primário na capital do Minho e tornou-se  professor aos 22 anos. Em 12 de Maio de 1887, foi nomeado professor vitalício de Castro Laboreiro. Durante muitos anos, foi ali o Presidente da Junta da Paróquia. Eram merecidos todos os votos da grande maioria da população castreja, pois o Professor Mathias estava sempre disponível para os castrejos. Ia-lhes sempre à vila de Melgaço tratar de assuntos relacionados com as Finanças, Conservatórias, Tribunal, Câmara, Administração, etc. Conseguiu obter um sino para a igreja e a ele se deve a construção do cemitério (até aí, os mortos eram enterrados na igreja).
O título Leão das Montanhas, foi atribuído pelo próprio ministro Hintze Ribeiro, contam uns, ou por um Governador Civil de Viana, contam outros. Não se sabe ao certo.
Em Agosto de 1916, quando já se encontrava doente, recebeu, na sua casa em Castro Laboreiro, a visita de alguns fidalgos da vila de Melgaço acompanhados do Administrador do concelho e de um deputado, o Dr. Amaro de Oliveira, que estava nas Águas do Peso. O narrador dessa excursão a Castro descreve-o assim: “O Zé e o Esteves partiram a galope avisar o Comendador Mathias da nossa chegada . E lá estava ele no meio da ponte, a barba desgrenhada, a barriga proeminente, escancarando a boca enorme numa saudação:  - Sejam bem-vindos!


O professor Mathias em Castro Laboreiro em 1914

Depois, os seus braços compridos estenderam-se e, abrindo a mão papuda, mostrando o pulso rijo e peludo, gritou:  - Alto! O meu povo há-de vir esperá-los aqui, pois então?
A uma pergunta do Zé e do Henrique: - Ó parente?! Então? Rijo, hein!? Ele respondeu: Bem, bem.
E o narrador conta-nos “e do fundo do peito saía uma gargalhada forte que atroava os ares, enquanto o olho esquerdo piscava (...), obrigando-o a enrugar aquela face corada e coberta de pêlos. Apresentaram-lhe os Doutores Joaquim e Amaro Oliveira. E ele, na sua figura imponente, apertava-lhes a mão, muito direita, muito firme, conservando um ar de “grand seigneur”, mostrando a sua pose rústica que o título de Leão das Montanhas tinha a sua razão de existir. E entre uma piscadela de olho e uma casquinada de riso, os bem-vindos cruzava-se, saíam numa confusão atroando a aldeia. Quando o povo chegou, o comendador botou discurso: “Meu povo!  Sois honrados com  visita de um deputado...”, e – diz-nos o narrador – uma piscadela de olho rematou as reticências. E por ali fora, continuou, ora erguendo a bengala ameaçadora, ora mexendo na barba inculta, gritando, misturando frases, confundindo pontos e vírgulas. O arroz, o bacalhau, o açúcar, o Dr. Afonso Costa, o Bernardino Machado, a liberdade, a honradez, o povo de Castro, saíram misturados, em união sagrada, numa dança macabra de palavras, de exclamações... O discurso acabara e ele, na sua voz forte, comandou: “Tudo para suas casas, ala...”.
E mais à frente “entramos em casa do comendador Mathias, por uma escadas toscas de degraus altos, comidos pelo tempo e pelo uso. A porta, muito baixa, dava entrada para a casa da escola, com carteiras desarrumadas, esbranquiçadas do pó. No andar de cima, os outros aposentos, muito pequenos, duma simplicidade quase desconfortável, de chão esburacado e teto baixo...”
Comia que nem um javardo! Diz o narrador: “... fazendo sair mais a barriga, trincando dois pasteis folhados ao mesmo tempo...”. E logo a seguir: “... com um copo enorme entre os dedos, abria a boca negra para lhe meter mais pastéis; na barba desgrenhada, havia pedaços de comida; e o bigode entrava-lhe pela boca, misturado com o vinho que ele bebia, todo deitado para trás, a mão afagando a barriga, o colete desapertado para estar mais à vontade.” E durante o piquenique fala aos seus hóspedes “ ... num retrato, num célebre retrato que ele tinha encaixilhado em madeira, junto a uma caixa de charutos, com o peito coberto de medalhas, e com a sobrecasaca vestida, uma sobrecasaca muito antiga – que lhe ficava a matar – dizia ele”.
Depois do repasto, em direção ao castelo ”... o comendador, que caminhava à frente, monologava: - Oh! Que gente! Meio copinho e pronto! Eles estão aí que nem cachos! Olhem para mim! Nem com vinte canadas!”.
O comendador viria a falecer em Agosto de 1920 em casa de sua irmã Ana. Morreu solteiro. Contudo, a pessoa que narrou este encontro conta-nos que na sua casa de Castro tinha a sua mais que tudo, de nome Isabel, que de criada fora promovida a governanta! Aquando da visita do deputado, ela traz café da cozinha “dentro de uma garrafa de vinho. Dentro de um cesto, aparecem as chávenas, uns copos muito grossos, quase opacos”. O administrador do concelho, depois de provar perguntou “Que licor é este?” “Isso é café!”, cantarolou a Isabel, encostada à porta da cozinha, descansando as mãos na barriga proeminente.
Apesar de ter sido um altruísta, arranjou alguns inimigos, do grupo do Jornal de Melgaço, sobretudo por causa da política. Não se pode agradar a gregos e a troianos ao mesmo tempo.


Mathias de Sousa Lobato, à porta de sua casa em 1911

Informações recolhidas em:   
- ROCHA, Joaquim (2007) - A Febre Tifóide e os seus protagonistas. in: Boletim Cultural de Melgaço, Câmara Municipal de Melgaço, Melgaço.

NOTA: Um enorme OBRIGADO a Diana Carvalho pela partilha de documentos que possibilitou a publicação deste texto.