terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Castro Laboreiro: Viagem ao séc. XX em postais


Viaje até Castro Laboreiro de outros tempos ao longo do século XX pelas histórias que os postais nos contam. Como esta terra mudou ao longo deste século...

Castro Laboreiro, junto ao castelo, no início do século XX

Vila de Castro Laboreiro, no início do século XX

Castro Laboreiro, Fraga da Franqueira, no início do século XX

Castro Laboreiro, no início do século XX

Castro Laboreiro, lugar do Vido, no início do século XX

Mulher com traje castrejo no início do século XX

Castro Laboreiro, no início do século XX

Castro Laboreiro, feira quinzenal do gado, no início do século XX


Castro Laboreiro, Largo da Igreja, em meados do século XX

Casas típicas de Castro Laboreiro em meados do século XX

Aspetos de Castro Laboreiro  (década de 80 do século XX)

Aspetos de Castro Laboreiro  (década de 80 do século XX)

Aspetos de Castro Laboreiro  (década de 80 do século XX)

Castro Laboreiro, a "Tartaruga",  (década de 80 do século XX)

Castro Laboreiro  (década de 80 do século XX)

Ponte Nova, em Castro Laboreiro (década de 90 do século XX)

Nas proximidades dos Portos,  em Castro Laboreiro (década de 90 do século XX)

sábado, 26 de dezembro de 2015

As imagens de Castro Laboreiro no filme "A Cruz de Ferro" (1967)

Cena rodada na Ponte Velha e área envolvente

O filme “A Cruz de Ferro” foi rodado na década de 60 do século passado em Castro Laboreiro (Melgaço). O mesmo fala-nos do conflito entre os clãs de duas aldeias vizinhas de Trás‑os‑Montes que é desafiado por uma história de amor que une dois jovens oriundos de cada uma das partes desavindas. Retrato dramático da dura vida transmontana, baseado no livro “Natal da Serra” de Armando Vieira Pinto, com argumento de Jorge Brum do Canto e Fernando Fragoso. A música é de Joly Braga Santos. Jorge Brum do Canto também assina os diálogos e a montagem do seu filme é dele protagonista masculino. Conta também com a interpretação de Alírio de Sousa, Amílcar Lyra, Cremilda Gil, Cunha Marques, Emília Correia, Octávio de Matos e Ruy Furtado, entre muitos outros.

Veja o filme completo e visite as belas paisagens de Castro Laboreiro no tempo do cinema português a preto e branco!...


sábado, 19 de dezembro de 2015

Vila de Melgaço em postal de 1908

Vila de Melgaço no início do séc. XX

Este é um postal de início do século XX. Na frente, encontramos uma foto da vila de Melgaço na época. Este postal foi escrito e enviado do Peso (Melgaço) em 11 de Agosto de 1908 enviado para um senhor de nome António Augusto d' Araújo de S. Gregório (Melgaço). No verso, além da mensagem escrito pelo remetente, reparamos que tem o selo com a face do rei D. Carlos, monarca português assassinado em Fevereiro desse mesmo ano. 


sábado, 12 de dezembro de 2015

As antigas Caldas de Fiães e de Paderne


Em tempos que não é possível situar no tempo com exatidão, existiram umas Caldas em Fiães e outras em Paderne (Melgaço). De facto, muito antes de se descobrirem as virtudes das águas do Peso, já Melgaço era conhecido por possuir nascentes com águas medicinais muito virtuosas.
No livro “Aquilégio Medicinal” de 1726, sabemos que nesta altura, as Caldas de Fiães já estavam desativadas e cobertas de terra. Neste livro podemos ler que “Junto à cerca do Mosteiro de Santa Maria de Fiaens, da ordem de Cister, comarca de Valença do Minho, houve umas caldas de muyta virtude para queixas de nervos, e juntas, a que concorria muyta gente de várias partes, a curar-se dos achaques, que padecião.
Hoje não se usa delas, porque ha muytos annos, que se cubrirão, e taparão, ou por negligência, ou por particulares conveniencias.”
Desconhece-se em que período é que estas Caldas de Fiães tiveram fama em que período é que as caldas foram desativadas.
No livro “Portugal Antigo e Moderno”, do professor Pinho Leal, no volume III, de 1874, encontramos um referência a estas caldas e ao facto de as nascentes terem sido tapadas pelas autoridades por causa de desordens na zona de banhos. Neste sentido, podemos que “A Oeste do adro, rebenta um manancial de água mineral ferruginosa, a que se atribui algumas virtudes medicinais. Consta que houve aqui uns tanques para banhos, mandados entupir por ordem da autoridade por causa das desordens, ferimentos e até mortes, de que eram causa, por quererem todos banhar-se ao mesmo tempo.”
Estas informações são mais ou menos replicadas no livro “O Minho Pittoresco” de José Augusto Vieira, de 1886, nestes termos “A oeste do convento rebenta um manancial de águas ferruginosas, não analisadas ainda e a que os povos dali atribuem virtudes medicinais, tendo havido em tempo uns tanques para banhos, que a autoridade teve de mandar fechar por causa dos conflitos a que dava lugar a concorrência. "
As informações e referências que disponho acerca das caldas de Paderne são escassas. Não se sabe muito bem onde se situavam exatamente as caldas de Paderne. No livro “Aquilégio Medicinal” de 1726, temos uma curta referência a estas caldas. Podemos ler que “Perto do Convento de Paderne, dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, comarca de Valença do Minho, houve outras Caldas semelhantes às do número antecedente (Fiães), a que havia também grande concurso. Hoje estão encobertas de terra pelas mesmas causas.” 
O autor refere que as caraterísticas das águas são semelhantes às de Fiães e pelos vistos também foram cobertas de terra. Não se sabe quando é que foram desativadas. Apenas se sabe que à data de publicação deste livro, 1726, as caldas já estavam desativadas.


Informações extraídas de:
- HENRIQUES, Francisco da Fonseca (1726) – Aquilégio Medicinal. Impresso na Oficina da Música, Lisboa.
- PINHO LEAL, Augusto Soares A. B. (1874) - Portugal Antigo e Moderno (Volume III). Livraria Editora de Mattos Moreira & Companhia, Lisboa.
-VIEIRA, José Augusto (1886) - O Minho Pittoresco, tomo I, Edição da livraria de António Maria Pereira- Editor, Lisboa.

domingo, 6 de dezembro de 2015

Posto da Guarda Fiscal de Paços (Melgaço) em fotos dos anos 50

Posto da Guarda Fiscal de Paços (Melgaço) na década de 50

A construção do Posto da Guarda Fiscal de Paços (Melgaço) foi concluído em 1958. Fazia parte de uma apertada rede de postos que vigiavam as fronteiras do nosso concelho e procuravam combater o contrabando e a emigração ilegal. Apresentamos aqui um pequeno conjunto de fotografias tiradas na fase final de construção deste Posto da Guarda Fiscal.



Posto da Guarda Fiscal de Paços (Melgaço) na década de 50

Posto da Guarda Fiscal de Paços (Melgaço) na década de 50

Posto da Guarda Fiscal de Paços (Melgaço) na década de 50


sábado, 5 de dezembro de 2015

As águas da Fonte Santa (Penso)


Desde há mais de um século que se fala e se escreve acerca de umas águas com propriedades curativas. Em Penso, nas margens do rio Minho existia uma nascente a que chamavam a Fonte Santa e que dela brotavam umas águas indicadas para a cura de algumas maleitas. 
Luiz Alfredo Lopes, no seu livro «Águas Minero-medicinais de Portugal", de 1892, diz-nos acerca desta Fonte Santa que brota uma nascente de água sulfúrea, ainda não quimicamente analisada, gozando de uma certa fama de utilidade no tratamento das doenças de pele. É usada em banhos e loções num pequeno charco para tal fim arranjado.”
C. Calado, no seu livro “Carta de Nascentes Minerais” de 1995, classifica esta água comoSulfúrea sódica e hipotermal”.
Em 1988, J. Almeida no livro “Inventário Hidrológico de Portugal” refere que “a antiga fonte está assoreada pelas areias das enchentes dos Invernos. A cerca de 2 metros, encontra-se um tanque de 1,5 x 0,8 metros com pequena altura e de fundo aberto na terra. Era aqui que, em tempos antigos, os doentes faziam os seus banhos pois foi grande a fama desta água em doenças de pele.”
Também Ascensão Contreiras no seu livro “Manual Hidrológico de Portugal” de 1951 se refere a estas águas como indicadas para reumatismo e doenças de pele. Há poucas décadas atrás, um habitante de Penso referia que estas águas ”Também servem para os olhos…  Não só por fora, quando se tinha algum mal nos olhos, lava-se com essa água.” E acrescenta “Eu ainda anteontem lá fui buscar uns garrafões para a minha mulher. Para umas feridas que ela tem … para qualquer coisa dela” (provavelmente, o senhor estava a referir-se a qualquer problema dermatológico na zona genital).
Segundo Almeida (1988), a nascente localiza-se a 15 metros do álveo médio do rio Minho, ao lado de um velho tanque de banhos. Num projeto de inventariação de águas termais e nascentes com águas com caraterísticas terapêuticas intitulado “Das termas aos "spas": reconfigurações de uma prática terapêutica”, o autor tentou visitar a Fonte Santa. Um habitante local disse-lhe que “Com este tempo chuvoso não sei se lá consegue chegar.” O autor bem tentou localizar a nascente. Então refere que “embora tenha chegado à “boca do rio”, tenha andado sobre os maciços muros (ruínas de azenha ou moinho) e pedregulhos da Pesqueira Grande, com várias escorregadelas pelo meio, não conseguiu localizar o ponto de emergência da água. Não havia nenhum pescador que se tivesse aventurado nas margens selvagens do Minho neste dia chuvoso, quando voltei ao caminho de subida era já noite.”
Há algumas décadas atrás, estas águas da nascente da Fonte Santa já só eram aproveitadas para recolha, para lavagens em casas. Os banhos de S. João são uma memória de uma recente tradição, os últimos ter-se-ão realizado há já algumas décadas atrás...


Informações recolhidas em:
- ACCIAIUOLI, L. (1944) – Águas de Portugal. Direção Geral de Minas e Serviços Geológicos, Lisboa.
-  ALMEIDA, A. & ALMEIDA J. (1988) – Inventário Hidrológico de Portugal. 4º volume, Minho. Instituto Hidrologia de Lisboa.
- CALADO, C. (1995) – Carta de Nascentes Minerais: Notícia Explicativa. Atlas do Ambiente. Direcção-Geral do Ambiente, Lisboa.
- CONTREIRAS, Ascensão (1951) – «Manual Hidrológico de Portugal»; Empresa Nacional de Publicidade; Lisboa.
- LOPES, Luiz Alfredo (1892) – «Águas Minero-medicinais de Portugal»; Editora não identificada; Lisboa.

domingo, 29 de novembro de 2015

Posto fronteiriço de S. Gregório em fotos de meados do séc. XX

Posto Fronteiriço de S. Gregório (Melgaço) em meados do século passado

Em 1934, a 31 Outubro, é publicada uma Portaria assinada pelo Ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco, segundo a qual o arquitecto Carlos Chambers Ramos (1897 - 1969) assume o lugar de vogal na Comissão das Obras das Alfândegas e Quartéis da Guarda Nacional Republicana e Fiscal (Diário do Governo, IIª série, nº 26 , 9/11/1934). No âmbito do desempenho desse cargo, o arquitecto procede à realização de um levantamento sobre o estado geral das estações fronteiriças a partir do qual elabora um relatório e programa de construções a empreender neste domínio.
Na sequência desse relatório, é construído em S. Gregório este completo fronteiriço cuja obra é concluída em 1951.

Posto Fronteiriço de S. Gregório (Melgaço) em meados do século passado


Posto Fronteiriço de S. Gregório (Melgaço) em fase final da sua construção

Posto Fronteiriço de S. Gregório (Melgaço) em fase final da sua construção


Posto Fronteiriço de S. Gregório (Melgaço) em fase final da sua construção

Posto Fronteiriço de S. Gregório (Melgaço) em fase final da sua construção

Posto Fronteiriço de S. Gregório (Melgaço) em fase final da sua construção


Posto Fronteiriço de S. Gregório (Melgaço) em meados do século passado

sábado, 28 de novembro de 2015

As propriedades curativas da água da Fonte da Pesqueira Longa (Paços)

Vista para a igreja paroquial de Paços (Melgaço) com o rio Minho ao fundo
(Foto em http://coxo-melgaco.blogspot.pt)

Alguns séculos antes de se descobrirem as águas termais do Peso, já eram referidas em documentos antigos umas caldas em Paderne (localização desconhecida, dizia-se que eram perto do mosteiro) ou umas antigas termas em Fiães. Temos ainda documentos que referem fontes com propriedades curativas em vários pontos do concelho.
Há vários séculos que temos registos de uma fonte em Paços (Melgaço) de onde brota uma água com propriedades medicinais únicas. É conhecida pelo menos desde meados do século XVIII e localizava-se num local que era conhecido na época como a Pesqueira Longa, perto da margem do rio Minho.
Em 1779, um livro refere-se às propriedades curativas das águas desta fonte nestes termos: “Na freguesia de Santa Maria de Passos, termo da villa de Melgaço, e margens do rio Minho, num sítio a que chamam a Pesqueira Longa, haverá doze anos se descobriu huma fonte, posto que humilde no produzir das águas, estimadas por suas virtudes. He esta água tépida de manhã, enquanto os ares estão frescos, mas aquecendo o dia, esfria-se. Tem bom gosto. Usão dela os moradores, bebida de manhã e tarde, como remédio, que tem por certo para os flatos internos, por causa de alguma escandecência do sangue, dos rins, hemorróidas. Desfaz a pedra, areias, provoca a urina e desobstrui.
Contem esta águas partículas salinas dos minerais de ferro, nitro e vitriolo, enramadas com huma substância adiposa subtil de enxofre, que sobrenada, onde a água faz quietação, enquanto o ar está frio, desfazendo-se com o calor do sol.”
Amaro de Almeida e J. De Almeida no seu “Inventário Hidrológico de Portugal” de 1988, além de nos dar a sua localização acrescenta: “…tão perto da margem que as cheias do rio facilmente a cobrem, encontra-se a nascente que o povo denomina de água férrea. É grata ao paladar e muita gente a procura por lhe encontrar propriedades digestivas e diuréticas.”   

Informações recolhidas em:
- ALMEIDA, A. & ALMEIDA J. (1988) – Inventário Hidrológico de Portugal. 4º volume, Minho. Instituto Hidrologia de Lisboa.

- REIS, Irm. Fr. Christovao dos (1779) - Reflexões Experimentaes Methodico-Botânicas. Regia Officina Typografica, Lisboa.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Penso (Melgaço) em postal centenário

Penso (Melgaço) em frente de postal do início do século passado

Neste postal encontramos uma fotografia de Penso, Melgaço, do início do século passado. Não sei precisar a data mas será de 1906 ou anterior.
Trata-se de um postal circulado enviado em 5 de Dezembro de 1906 proveniente de Valença com destino a Lisboa. Possui um selo com a face do rei D. Carlos, monarca de Portugal à época...



domingo, 22 de novembro de 2015

Praça da República (Melgaço): Uma viagem pelos últimos 100 anos



No início do século XX, era chamada de Praça do Comércio mas com a mudança de regime político, esta praça passou a evocar o regime republicano. Esta é Praça da República na vila de Melgaço!
Conheça as transformações nestes últimos 100 anos neste que é um dos mais bonitos espaços na vila de Melgaço... Veja o vídeo abaixo!

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Igreja de Sta. Maria Madalena (Chaviães) fotografada em 1971


Igreja de Santa Maria Madalena (Chaviães - Melgaço) - Fachada principal (1971) 

A igreja paroquial de Chaviães (Melgaço) é uma das mais antigas do nosso concelho e temos registos da mesma desde a segunda metade do século XII, sendo o mais antigo datado de 1177. Na época, a igreja de Chaviães era dedicada a Santa Seguinha ou Santa Seculina. É um orago pouco comum nas igrejas medievais portuguesas, mas Pierre David encontrou-o noutras igrejas da diocese de Braga. Segundo o mesmo autor, refere-se à Santa Segolène de Albi, uma santa francesa do séc. VII. A escolha desta invocação em Chaviães talvez se relacione com o facto do Mosteiro de Fiães ter monges franceses, e ter várias propriedades e direitos em Chaviães.
Desde o século XV que esta igreja aparece dedicada a Santa Maria Madalena até aos nossos dias.

Em 1971, Alberto da Silva Bessa, que chefiava à época a Direção Geral dos Monumentos do Norte fotografou esta igreja de diferentes perspectivas e deixou-nos este belo conjunto de fotografias desta bonita igreja. Viaje no tempo!..

Igreja de Santa Maria Madalena (Chaviães - Melgaço) - Fachada principal (1971)

Igreja de Santa Maria Madalena (Chaviães - Melgaço)Fachada lateral direita e torre sineira (1971)

Igreja de Santa Maria Madalena (Chaviães - Melgaço) - Fachada principal: portal (1971)

Igreja de Santa Maria Madalena (Chaviães - Melgaço) - Fachada lateral esquerda (1971)

Igreja de Santa Maria Madalena (Chaviães - Melgaço) - Fachada lateral esquerda: corpo da capela-mor (1971)

Igreja de Santa Maria Madalena (Chaviães - Melgaço) - Fachada lateral direita: anexos (1971)

Igreja de Santa Maria Madalena (Chaviães - Melgaço) - Fachada lateral direita: escadas de acesso ao coro-alto e torre sineira (1971)

Igreja de Santa Maria Madalena (Chaviães - Melgaço) - Interior: retábulos colaterais e capela-mor (1971)

Igreja de Santa Maria Madalena (Chaviães - Melgaço) - Interior: arco triunfal da capela-mor (1971)

Foto de Alberto da Silva Bessa.

sábado, 14 de novembro de 2015

As riquezas do rio Minho em Melgaço noutros tempos


Recuamos a um tempo em as água do rio Minho tinham um riqueza que o leitor poderá achar impensável. Um tempo em que encontrávamos neste rio uma variedade de espécies de peixe que hoje em dia é absolutamente inimaginável. Houve tempos em que se apanhavam no rio Minho salmões e camarões de rio. Há pouco mais de um século, o rio Minho, era o único rio onde ainda se pescavam bons salmões em Portugal...
No livro “Notas sobre Portugal” de 1908, podemos ler que “A partir do norte do país, o Minho, que é o primeiro curso de água que banha o nosso território, tem o seu principal destaque por ser o único onde, actualmente, se faz a pesca do salmão, quase desaparecido de outros rios em que antigamente também aparecia, como no Lima, no Cávado e até no Ave. Agora, porem, só um ou outro exemplar desgarrado é conhecido como relíquia de uma pesca tão importante em outros países.
O Minho, que é fronteira portuguesa desde S. Gregório, é aqui bastante largo, de fundo pedregoso, de seixos e calhaus rolados, começando depois a estreitar-se pouco a pouco entre Melgaço e Monção, onde, em alguns lugares, as margens talhadas em rochas graniticas são cortadas quasi a pique. De Monção até a barra o rio espraia-se e as margens tornam-se planas. Este rio não tem açudes que o atravessem de lado a lado, mas sim muros de pedra, chamados pesqueiras, de comprimento variável, que forçam as águas a tornar-se tumultuosas em algumas passagens. O salmão não encontra porem obstáculos à sua subida e dirige-se para as zonas superiores, nas quais a temperatura e a natureza dos fundos são mais favoráveis para a desova.
Neste rio, também vive a truta, que se encontra principalmente nos seus afluentes, onde se refugia no verão, dos quais o primeiro, o ribeiro de Trancoso, que é fronteira oriental, desce de Alcobaça, povoação insignificante situada a uns 800 metros de altitude na vertente da serra de Castro Laboreiro. O ribeiro corre por entre as montanhas fronteiriças portuguesas e espanholas e com grande declive, recebendo as águas de ambas as vertentes, águas frescas e de terrenos graniticos e que descem tumultuosas por entre os despenhadeiros das serras. Ao passar por Alcobaça, o ribeiro atravessa-se por cima de pedras durante o verão. A sua origem fica pouco acima no maciço granítico que se eleva logo atrás daquela povoação e que corre a poente de Castro Laboreiro, um dos pontos culminantes do Alto Minho e de onde deve ir ver-se todo o admirável sistema serrano daquela província e do leste espânico”.
A este respeito, em 1894, o biólogo Adolfo Moller, de Universidade de Coimbra fez a sua “Excursão à Serra de S. Gregório” e refere-se à  riqueza dos rios Minho e Trancoso. Menciona que “No rio Minho encontra-se a truta, boga, escalo, e a enguia, camarões e mexilhões. Na época própria, pescam-se salmões, truta marina, sáveis e lampreias. Em Melgaço, vimos a vender no mercado barbos que diziam ser pescados n'este rio. Na ribeira de Trancoso só se encontram a truta e a enguia.”
O que é que aconteceu a toda esta riqueza do rio Minho. Algo mudou. Que pena...


Extraído de :
- JUDICE, António Teixeira (1908) – Notas sobre Portugal. Volume I; Exposição Nacional do Rio de Janeiro – Secção Portuguesa; Imprensa Nacional, Lisboa.

- MOLLER, Adolfo Frederico (1894) - Excursão à serra de S. Gregório. in: Annaes de Sciensias Naturaes, Volume Primeiro, publicado por Augusto Nobre.