sexta-feira, 31 de julho de 2015

Notícias de uma tragédia (1930): Num dia em que os Bombeiros e o povo de Melgaço foram heróis


O dia 14 de Outubro de 1930 ainda hoje é lembrado em Cequeliños ou em Melgaço por alguns. Naquele dia, por volta das 11 horas e trinta e cinco minutos da manhã, o comboio expresso procedente de Madrid com destino a Vigo descarrilou nas imediações da ponte daquela localidade galega, em frente a Melgaço. Do lado de cá do rio, alguns populares viram a tragédia. Rapidamente, os sinos da Matriz da vila tocaram a rebate. Bombeiros e populares metem-se em batelas ou simplesmente a nado, atravessam o rio, indiferentes à presença da Guarda Fiscal ou aos carabineros espanhóis. Seriam os primeiros a socorrerem os feridos.  
O jornal diário espanhol ABC, na sua edição de 15 de Outubro de 1930, conta-nos que “La máquina se salió de la via por el lado izquierdo e se dice que cayó al rio Miño. Por el lado derecho, descarrilaron el furgón y quatro coches de viajeros, además del correo.”

Como já referi, de Melgaço, chegaram os primeiros socorros às vítimas da tragédia. O jornal ABC conta-nos também que “Frente a Cequeliños, al outro lado del rio, se halla enclavado el pueblo português de Melgazo. Al presenciar los vecinos la catastrofe, tocaron a rebato las campanas inmediatamente, cruzaron el rio los bomberos e numerosos, que se dedicaron a prestar auxílio a los heridos. Es muy elogiado este humanitario comportamiento de los bomberos e vecindario de Melgazo.”


Recorte do jornal ABC (edição de 15 de Outubro de 1930)

O jornal “La Vanguardia”, na sua edição desse mesmo dia, conta-nos que “La máquina se desprendió del convoy por exceso de velocidad y saltó por un terraplén de catorce metros de altura. Por el otro lado de la vía descarrilaron dos cochas de primera y el coche correo. Los coches de tercera pararon, violentamente sin descarrilar. Los momentos de pánico dieron lugar a escenas horribles.”
Este jornal também fala do voluntarismo dos bombeiros e das gentes de Melgaço nestes termos “Llegaron poco después de la catástrofe los bomberos y vecinos del pueblo portugués de Melgazo, corriendo por las montañas para abreviar el camino, siendo elogiadísimos.”
Num outro jornal espanhol, o “Heraldo de Madrid”, na sua edição de 15 de Outubro de 1930, também encontramos ecos da tragédia e do voluntarismo das gentes e bombeiros melgacenses. 

Neste jornal, lemos a seguinte notícia:


“EL SINIESTRO FERROVIARIO OCURRIDO EN PONTEVEDRA
La locomotora del expreso de Galicia, al caer por
vueltas de campana y aplastó a una pastorcíta

V I G O, 15. — Se conocen nuevos detalles del accidente ferroviario. El descarrilamiento ocurrió en una curva pronunciadísima que desemboca en un puente sobre el río Miño. Se sabe que la locomotora se salió de la vía por el lado izquierdo y cayó por un terraplén de catorce metros de altura, dando varias vueltas de campana. El furgón de cabeza, un coche-cama y otros dos de primera clase se salieron del lado derecho, quedando tumbados por tropezar contra un talud. A esto se debe que el número de victimas no haya sido mayor. En el terraplén por donde deslizóse la locomotora se hallaba apacentando ganado la niña de diez años de edad Rosa Carballo López, la cual fué aplastada por la máquina, muriendo casi instantáneamente.
Los bueyes que la pobre niña guardaba salieron despavoridos y han sido capturados a larga distancia. Al darse cuenta de lo ocurrido acudió al lugar del suceso el vecindario de Cequeliños, dedicándose a recoger a los heridos. El maquinista, Alfredo Vázquez, apareció en su sitio fuertemente agarrado a la palanca central de la máquina. Costó gran trabajo extraer el cadáver. Alfredo estaba casado, y al presentarse su esposa en el lugar del siniestro se desarrolló la tristísima escena que puede el lector suponer. Deja cuatro hijos de corta edad. Frente a Cequeliños, al otro lado del río, se haya el puerto portugués de Melgazo. Al enterarse su vecindario del suceso tocaron a rebato las campanas de la iglesia, y cruzaron el río bomberos y numerosos vecinos, que se dedicaron a auxiliar a los heridos. Se elogia la humanitaria conducta de los bomberos y del vecindario de Melgazo.
Los muertos son el maquinista y la niña Rosa. Esta era portuguesa y prestaba servicio en unión de un hermanito en la casa de un vecino de Cequeliños. Se calcula que los heridos son quince. Parece que entre los heridos figura el cónsul norteamericano en esta ciudad (Madrid), el cual venía a posesionarse de su destino. Figuran entre los heridos María Andreus, alemana, procedente de Bilbao, que se dirigía a Monte Estoril (Lisboa), donde tiene su residencia, presentaba heridas en la cara y pierna izquierda. José Cuadrado Diéguez, marino, sevillano, que venía a esta ciudad, presenta diversas heridas.
José Blanco Soler, vecino de Vigo, con diversas lesiones, regresaba de un viaje a Madrid. Vicente Domonte García, alto empleado de ferrocarriles, herido en la cabeza. Juan Lago López, vecino de esta ciudad, con diversas lesiones. José Longa, fogonero, con múltiples lesiones. Dionisio Parrero y Venancio Sanz Prast, viajantes, con contusiones diversas en la cabeza y tronco.
Se desconocen los nombres de los restantes heridos por haber sido trasladados a diversas clínicas particulares.
(...) Los primeros auxilios fueron prestados a los heridos por los bomberos portugueses de Melgazo.»





Recorte do jornal Heraldo de Madrid (edição de 15 de Outubro de 1930)

Na sequência da forma destemida como os Bombeiros de Melgaço socorreram as vítimas deste trágico sucedido, a corporação dos “Soldados da Paz” do nosso concelho, foi reconhecida como instituição de “utilidade pública pelos relevantes serviços prestados” mediante o Dec. nº  23425 de 29-12-1933. Além disso, foi agraciada com o grau de Oficial da Ordem de Benemerência segundo o Dec. de 06-07-1934 (Diário do Governo, nº156, 2ª série, 06-07-1934).   


Informações recolhidas em:
- DOMINGUES, Maria de Jesus & MALHEIRO DA SILVA, Armando Barreiros (1989) - Heráldica Melgacense - Associativa, de Domínio e Eclesiástica. Cadernos da Câmara Municipal de Melgaço, nº 5, Melgaço.
Diário do Governo, nº 156, 2ª série, 06-07-1934;
- Jornal ABC, edição de 15 de Outubro de 1930;
- Jornal Heraldo de Madrid, edição de 1930; 
- Jornal La Vanguardia, edição de 1930.

sábado, 25 de julho de 2015

Melgaço e a fuga à guerra civil espanhola: as ligações com as redes de apoio aos refugiados



A Galiza foi a primeira região com fronteira com Portugal que ficou debaixo do controlo das forças franquistas. Esta circunstância provocou una avalanche de refugiados. Os galegos que conseguiram cruzar a fronteira atravessando o Minho ou a serra de Castro Laboreiro encontraram no lado português um ambiente solidário nas aldeias portuguesas, mas as autoridades locais eram totalmente hostis. Os refugiados, quando descobertos, eram frequentemente perseguidos a tiro pelos montes e os capturados, eram entregues às forças franquistas, e inclusivamente a grupos de falangistas. Bastantes, acabariam fuzilados.
De toda a linha de fronteira, a raia melgacense era das mais patrulhadas pelas autoridades portuguesas e espanholas por ser bastante permeável e nalguns locais ser de muito difícil acesso. Nas aldeias de Castro Laboreiro, os exilados galegos tinham que iludir a forte vigilância, tanto da polícia política (PVDE) como da Guarda Fiscal. A Guarda Fiscal tinha ordens claras de deter todos os espanhóis indocumentados conotados com a esquerda revolucionária. Posteriormente, seriam entregues à polícia política para posterior expulsão do território português. Em contrapartida, os carabineros e a Guarda Civil espanhola tinham instruções para entregar às autoridades portuguesas os esquerdistas portugueses radicados na Galiza.
A fuga de galegos para as aldeias da raia era uma opção mais favorável pelo facto de existirem contactos e ligações de parentesco, de amizade ou da atividade do contrabando entre as populações dos dois lados da fronteira. Contudo, também houve vários casos em que lavadores do concelho de Melgaço acolhiam em sua casa galegos exilados a troco de trabalho agrícola nas suas terras. Foi o caso de Jose Juan Dominguez Rodriguez. Perseguido, fugiu para Melgaço onde esteve refugiado em csas de um tal Manuel Lopes, morador em Sainde (Paderne, Melgaço), pelo menos durante seis meses. Depois, viveu  um relacionamento com uma senhora chamada Benesinda Duque, também de Sainde, durante cerca de oito meses e mais tarde foi servente numa casa de S. Martinho de Alvaredo, propriedade de um tal Delfim Alves. Posteriormente, esteve em casa de um tal Eduardo conhecido como  o “Resineiro”, altura em que ambos foram presos pelas autoridades portuguesas. Após a sua prisão, foi expulso de território português pela fronteira de S. Gregório/Ponte Barxas.
Uma outra importante base de apoio para os galegos exilados era a existência de redes de militantes do Partido Comunista e outros grupos organizados de esquerda do lado português. Nestes grupos, encontrávamos, por vezes, contrabandistas ou “passadores” que operavam ilegalmente dos dois lados da fronteira.
Estes grupos funcionavam verdadeiramente em rede. Um caso particular que prova esse modo de funcionamento é o do senhor Antón Alonso Rios. Este exilado entrou em território português pela zona da Serra da Peneda em Julho de 1938. Foi sendo acolhido por pastores que tinham contactos com comerciantes de Melgaço e que conheciam outros negociantes em Arcos de Valdevez, com ligações a um comerciante de café galego republicano e radicado no Porto e a um velho amigo seu de Tomiño emigrado em Lisboa. Como se vê, tratam-se de redes bastante complexas com muitas ramificações.
Havia um plano para conseguir documentos e fazer embarcar Anton Rios num navio mercante rumo a França. Falhado o plano, conseguiu finalmente documentos nos consulados argentinos e francês e embarcou rumo a Casablanca (Marrocos, à data, território francês), e dali viajou para Buenos Aires (Argentina). A obtenção da documentação argentina foi obtida através de uma pessoa que forjou documentos de um cidadão argentino que já tinha falecido. Assim, Alonso Rios assumiu essa identidade e foi isso que lhe permitiu abandonar Portugal.
Alonso Rios não deve ter sido o único que recorreu a esta estratagema. O diretor da PVDE informava em Outubro de 1937 o Chefe do Gabinete do Ministro português do Interior que “bastantes foragidos espanhóis que se encontram clandestinamente em Portugal, principalmente nas montanhas de Castro Laboreiro, tem obtido da Argentina certidões de nascimento de outros indivíduos, com que, possivelmente, procurarão documentar-se em Portugal".
Muitos outros fugidos galegos sobreviveram clandestinamente praticando o contrabando durante a Guerra Civil, enquanto esperavam uma oportunidade de chegar até algum porto e embarcar rumo a algum país, sobretudo da América do Sul.


Informações extraídas de:
- GALLARDO, Ángel Rodriguez (2011) - La condición de refugiados: Gallegos em Portugal durante la guerra civil y la posguerra. Universidad de Vigo;
- OLIVEIRA, César (1987) - Salazar e a Guerra Civil de Espanha, Lisboa, O Jornal, 2ª edição;
- A represion franquista en Galicia. Actas dos traballos presentados ao Congreso da Memoria; Narón, 4 a 7 de decembro de 2003; Asociación Cultural Memoria Histórica Democrática. 

- Comunicação Interna/Documento confidencial nº 31/938 ao Secretário Geral da PVDE, endereçado pelo Posto da Guarda Fiscal de Valença.

sábado, 18 de julho de 2015

Presidente da República em tratamento nas Termas do Peso, Melgaço (1925)


Parque termal das Águas de Melgaço em meados do século passado

Teixeira Gomes foi presidente da República Portuguesa entre 6 de Outubro de 1923 e Dezembro de 1925, num período muito conturbado da nossa história.
Em início de Setembro de 1925, o presidente Teixeira Gomes é notícia na imprensa nacional e também em jornais do país vizinho por causa de um problema de saúde que o apoquenta.




Consultando o jornal "A Capital", na sua edição de 3 de Setembro de 1925, é feito referência a um problema de saúde do Presidente da República (ver o último parágrafo da notícia acima apresentada). Os médicos terão prescrito ao presidente uma cura de águas na estância termal de Vichy (França). Contudo, isto obrigaria a uma série de formalidades e burocracias para se autorizar o presidente a ausentar-se do país, algo que não foi considerado oportuno dado o clima de convulsão política e social. Qual terá sido a solução encontrada?
Encontramos a resposta em dois jornais espanhóis da época. No jornal espanhol “La Voz”, na sua edição de 4 de Setembro de 1925, encontramos a seguinte notícia:

“Teixeira Gomes no puede tomar las Águas de Vichy
TOMARÁ LAS DE MELGAÇO, QUE SON SIMILARES

LISBOA, 3 - Los médicos que asisten al presidente de la República, Sr. Teixeira Gomes, le han prescrito una cura de águas en el balneario de Vichy.
El Sr. Teixeira pensaba emprender el viaje pero ha desistido en vista de que para salir del território nacional necesita la autorización de las Cámaras, cuya convocatória no se estima oportuna por ahora.
El Sr. Teixeira Gomes hará su cura de aguas en Melgaço. Las elecciones generales se celebrarán en noviembre próximo.”




Num outro jornal espanhol, o “El Siglo Futuro”, diário católico, na sua edição de Sábado, 5 de Setembro de 1925 encontramos a mesma notícia:

“El presidente de la República Portuguesa

LISBOA, 4 - Los médicos que asisten al presidente de la República le han prescrito una cura de aguas de Vicky. Pero en vista de que para salir del territorio nacional necesita la autorización de las Cámaras, cuya convocatoria no se estima oportuna por ahora, el señor Teixeira Gomes hará su cura de aguas en Melgaco.”





Posteriormente e ainda nesse mesmo ano, perante o quadro de efervescência política, social e militar, o presidente Teixeira Gomes resigna do seu mandato, em 11 de Dezembro de 1925.
Em 17 de Dezembro, embarca no paquete grego Zeus, não regressando mais em vida a Portugal.

Fontes: 
- Jornal "A Capital", edição de 3 de Setembro de 1925;
- Jornal “La Voz”, edição de 4 de Setembro de 1925;
- Jornal “El Siglo Futuro”, edição de 5 de Setembro de 1925.

sábado, 11 de julho de 2015

O Grande Hotel do Peso (Melgaço) em tempos de prosperidade

Hotel Figueiroa (Grande Hotel do Peso)

Na viragem do século XIX para o século XX, a afluência de aquistas às termas do Peso é cada vez maior. Nesse período de crescimento, é construído em 1901 o ‘Novo Hotel Quinta do Peso’. Um dos seus primeiros hóspedes foi o conselheiro Manuel Francisco Vargas, ministro das Obras Públicas, que era acompanhado de sua esposa.
Mais tarde foi comprado por José Figueiroa Granja, de Vigo, que o adquiriu em 19 de Fevereiro de 1912 a José Joaquim Esteves. Para a sua exploração constituiu-se a sociedade ‘Figueiroa & Ribas’ na qual participava um outro galego chamado Don Francisco Ribas. Tal como o Ranhada, era tido como um hotel de elevada qualidade onde os clientes saiam muito satisfeitos.
A avaliar pelos anúncios publicitados de época, o serviço era exigente. Senão vejamos…
Neste anúncio lemos que

“V. Ex.a vai para as Águas de Melgaço?
Deve instalar-se no Grande Hotel do Peso
Que é o mais recomendável desta estância: Tendo este hotel sofrido importantes reformas apresenta entre os grandes melhoramentos, água corrente em todos os quartos e magníficos apartements com quarto de banho e WC privativas. É o que oferece as melhores condições de higiene. Suntuoso parque, primoroso serviço de mesa; dieta sem aumento de preços nas diárias. O mais próximo do balneário e das nascentes, ficando até uma delas dentro da Quinta do Peso. A sociedade mais selecta que costuma frequentar estas águas, dá preferência a este hotel, por ser o que reúne as melhores condições para o bem estar dos hóspedes. A par de todas as vantagens enumeradas, este hotel, pela sua situação topográfica, que é a melhor da estância, está desviado do pó da estrada.“
Não termina sem referir a existência de luz elétrica no estabelecimento. Chama à atenção para a sua ´”magnífica capela com missa todos os domingos e dias santificados”. Este anúncio transmite um toque personalizado ao atendimento o hotel dizendo aos clientes que os pedidos podem ser feitos diretamente ao proprietário José Figueiroa.
Neste material publicitário, faz-se referência ao facto de no hotel se falar francês:
“ON  PARLE FRANÇAIS”










Depois de décadas de prosperidade, o hotel, tal como outros, encerrou e foi ficando ao abandono até se ir desmoronando. Restam umas tristes ruínas que nos fazem lembrar que aquele hotel um dia foi um estabelecimento de referência na região.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Arbo, 1904 - Banda de Música de Melgaço tocou para o rei de Espanha

Vista para o rio Minho e para Arbo, no início do século XX

No periódico espanhol “La Correspondencia de España”, na sua edição de quarta feira, dia 16 de Março de 1904, fala-se da presença do rei espanhol D. Alfonso XIII em terras galegas. Nessa visita real, o monarca do país vizinho passou por Arbo, onde o aguardava o povo da terra e... uma banda de música de Melgaço (provavelmente, o jornal refere-se à filarmónica melgacense).
Então, à chegada da comitiva do rei, a banda de música de Melgaço interpreta a Marcha Real. Depois de tocar a Marcha Real, o rei de Espanha dirige-se à banda melgacense e pede-lhe que toque o hino nacional português, pedido que foi prontamente correspondido pela banda de Melgaço.


Leia a notícia!  

(Clique para ampliar as imagens)


Fonte: "La Correpondencia de España", nº 16 840, edição de 4 de Março de 1904,  ano LV.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Melgaço e o distrito de Viana do Castelo em conjunto de postais dos anos 60




Veja um pequeno conjunto de postais dos anos 60 do século passado alusivos ao nosso concelho e aos seus locais de maior interesse. Neste conjunto, encontra também alguns postais de promoção turística da época alusivos ao distrito de Viana do Castelo a à região do Minho...

(Clique nas imagens para ampliar)













Postal recente ao estilo dos mais antigos