domingo, 29 de novembro de 2015

Posto fronteiriço de S. Gregório em fotos de meados do séc. XX

Posto Fronteiriço de S. Gregório (Melgaço) em meados do século passado

Em 1934, a 31 Outubro, é publicada uma Portaria assinada pelo Ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco, segundo a qual o arquitecto Carlos Chambers Ramos (1897 - 1969) assume o lugar de vogal na Comissão das Obras das Alfândegas e Quartéis da Guarda Nacional Republicana e Fiscal (Diário do Governo, IIª série, nº 26 , 9/11/1934). No âmbito do desempenho desse cargo, o arquitecto procede à realização de um levantamento sobre o estado geral das estações fronteiriças a partir do qual elabora um relatório e programa de construções a empreender neste domínio.
Na sequência desse relatório, é construído em S. Gregório este completo fronteiriço cuja obra é concluída em 1951.

Posto Fronteiriço de S. Gregório (Melgaço) em meados do século passado


Posto Fronteiriço de S. Gregório (Melgaço) em fase final da sua construção

Posto Fronteiriço de S. Gregório (Melgaço) em fase final da sua construção


Posto Fronteiriço de S. Gregório (Melgaço) em fase final da sua construção

Posto Fronteiriço de S. Gregório (Melgaço) em fase final da sua construção

Posto Fronteiriço de S. Gregório (Melgaço) em fase final da sua construção


Posto Fronteiriço de S. Gregório (Melgaço) em meados do século passado

sábado, 28 de novembro de 2015

As propriedades curativas da água da Fonte da Pesqueira Longa (Paços)

Vista para a igreja paroquial de Paços (Melgaço) com o rio Minho ao fundo
(Foto em http://coxo-melgaco.blogspot.pt)

Alguns séculos antes de se descobrirem as águas termais do Peso, já eram referidas em documentos antigos umas caldas em Paderne (localização desconhecida, dizia-se que eram perto do mosteiro) ou umas antigas termas em Fiães. Temos ainda documentos que referem fontes com propriedades curativas em vários pontos do concelho.
Há vários séculos que temos registos de uma fonte em Paços (Melgaço) de onde brota uma água com propriedades medicinais únicas. É conhecida pelo menos desde meados do século XVIII e localizava-se num local que era conhecido na época como a Pesqueira Longa, perto da margem do rio Minho.
Em 1779, um livro refere-se às propriedades curativas das águas desta fonte nestes termos: “Na freguesia de Santa Maria de Passos, termo da villa de Melgaço, e margens do rio Minho, num sítio a que chamam a Pesqueira Longa, haverá doze anos se descobriu huma fonte, posto que humilde no produzir das águas, estimadas por suas virtudes. He esta água tépida de manhã, enquanto os ares estão frescos, mas aquecendo o dia, esfria-se. Tem bom gosto. Usão dela os moradores, bebida de manhã e tarde, como remédio, que tem por certo para os flatos internos, por causa de alguma escandecência do sangue, dos rins, hemorróidas. Desfaz a pedra, areias, provoca a urina e desobstrui.
Contem esta águas partículas salinas dos minerais de ferro, nitro e vitriolo, enramadas com huma substância adiposa subtil de enxofre, que sobrenada, onde a água faz quietação, enquanto o ar está frio, desfazendo-se com o calor do sol.”
Amaro de Almeida e J. De Almeida no seu “Inventário Hidrológico de Portugal” de 1988, além de nos dar a sua localização acrescenta: “…tão perto da margem que as cheias do rio facilmente a cobrem, encontra-se a nascente que o povo denomina de água férrea. É grata ao paladar e muita gente a procura por lhe encontrar propriedades digestivas e diuréticas.”   

Informações recolhidas em:
- ALMEIDA, A. & ALMEIDA J. (1988) – Inventário Hidrológico de Portugal. 4º volume, Minho. Instituto Hidrologia de Lisboa.

- REIS, Irm. Fr. Christovao dos (1779) - Reflexões Experimentaes Methodico-Botânicas. Regia Officina Typografica, Lisboa.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Penso (Melgaço) em postal centenário

Penso (Melgaço) em frente de postal do início do século passado

Neste postal encontramos uma fotografia de Penso, Melgaço, do início do século passado. Não sei precisar a data mas será de 1906 ou anterior.
Trata-se de um postal circulado enviado em 5 de Dezembro de 1906 proveniente de Valença com destino a Lisboa. Possui um selo com a face do rei D. Carlos, monarca de Portugal à época...



domingo, 22 de novembro de 2015

Praça da República (Melgaço): Uma viagem pelos últimos 100 anos



No início do século XX, era chamada de Praça do Comércio mas com a mudança de regime político, esta praça passou a evocar o regime republicano. Esta é Praça da República na vila de Melgaço!
Conheça as transformações nestes últimos 100 anos neste que é um dos mais bonitos espaços na vila de Melgaço... Veja o vídeo abaixo!

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Igreja de Sta. Maria Madalena (Chaviães) fotografada em 1971


Igreja de Santa Maria Madalena (Chaviães - Melgaço) - Fachada principal (1971) 

A igreja paroquial de Chaviães (Melgaço) é uma das mais antigas do nosso concelho e temos registos da mesma desde a segunda metade do século XII, sendo o mais antigo datado de 1177. Na época, a igreja de Chaviães era dedicada a Santa Seguinha ou Santa Seculina. É um orago pouco comum nas igrejas medievais portuguesas, mas Pierre David encontrou-o noutras igrejas da diocese de Braga. Segundo o mesmo autor, refere-se à Santa Segolène de Albi, uma santa francesa do séc. VII. A escolha desta invocação em Chaviães talvez se relacione com o facto do Mosteiro de Fiães ter monges franceses, e ter várias propriedades e direitos em Chaviães.
Desde o século XV que esta igreja aparece dedicada a Santa Maria Madalena até aos nossos dias.

Em 1971, Alberto da Silva Bessa, que chefiava à época a Direção Geral dos Monumentos do Norte fotografou esta igreja de diferentes perspectivas e deixou-nos este belo conjunto de fotografias desta bonita igreja. Viaje no tempo!..

Igreja de Santa Maria Madalena (Chaviães - Melgaço) - Fachada principal (1971)

Igreja de Santa Maria Madalena (Chaviães - Melgaço)Fachada lateral direita e torre sineira (1971)

Igreja de Santa Maria Madalena (Chaviães - Melgaço) - Fachada principal: portal (1971)

Igreja de Santa Maria Madalena (Chaviães - Melgaço) - Fachada lateral esquerda (1971)

Igreja de Santa Maria Madalena (Chaviães - Melgaço) - Fachada lateral esquerda: corpo da capela-mor (1971)

Igreja de Santa Maria Madalena (Chaviães - Melgaço) - Fachada lateral direita: anexos (1971)

Igreja de Santa Maria Madalena (Chaviães - Melgaço) - Fachada lateral direita: escadas de acesso ao coro-alto e torre sineira (1971)

Igreja de Santa Maria Madalena (Chaviães - Melgaço) - Interior: retábulos colaterais e capela-mor (1971)

Igreja de Santa Maria Madalena (Chaviães - Melgaço) - Interior: arco triunfal da capela-mor (1971)

Foto de Alberto da Silva Bessa.

sábado, 14 de novembro de 2015

As riquezas do rio Minho em Melgaço noutros tempos


Recuamos a um tempo em as água do rio Minho tinham um riqueza que o leitor poderá achar impensável. Um tempo em que encontrávamos neste rio uma variedade de espécies de peixe que hoje em dia é absolutamente inimaginável. Houve tempos em que se apanhavam no rio Minho salmões e camarões de rio. Há pouco mais de um século, o rio Minho, era o único rio onde ainda se pescavam bons salmões em Portugal...
No livro “Notas sobre Portugal” de 1908, podemos ler que “A partir do norte do país, o Minho, que é o primeiro curso de água que banha o nosso território, tem o seu principal destaque por ser o único onde, actualmente, se faz a pesca do salmão, quase desaparecido de outros rios em que antigamente também aparecia, como no Lima, no Cávado e até no Ave. Agora, porem, só um ou outro exemplar desgarrado é conhecido como relíquia de uma pesca tão importante em outros países.
O Minho, que é fronteira portuguesa desde S. Gregório, é aqui bastante largo, de fundo pedregoso, de seixos e calhaus rolados, começando depois a estreitar-se pouco a pouco entre Melgaço e Monção, onde, em alguns lugares, as margens talhadas em rochas graniticas são cortadas quasi a pique. De Monção até a barra o rio espraia-se e as margens tornam-se planas. Este rio não tem açudes que o atravessem de lado a lado, mas sim muros de pedra, chamados pesqueiras, de comprimento variável, que forçam as águas a tornar-se tumultuosas em algumas passagens. O salmão não encontra porem obstáculos à sua subida e dirige-se para as zonas superiores, nas quais a temperatura e a natureza dos fundos são mais favoráveis para a desova.
Neste rio, também vive a truta, que se encontra principalmente nos seus afluentes, onde se refugia no verão, dos quais o primeiro, o ribeiro de Trancoso, que é fronteira oriental, desce de Alcobaça, povoação insignificante situada a uns 800 metros de altitude na vertente da serra de Castro Laboreiro. O ribeiro corre por entre as montanhas fronteiriças portuguesas e espanholas e com grande declive, recebendo as águas de ambas as vertentes, águas frescas e de terrenos graniticos e que descem tumultuosas por entre os despenhadeiros das serras. Ao passar por Alcobaça, o ribeiro atravessa-se por cima de pedras durante o verão. A sua origem fica pouco acima no maciço granítico que se eleva logo atrás daquela povoação e que corre a poente de Castro Laboreiro, um dos pontos culminantes do Alto Minho e de onde deve ir ver-se todo o admirável sistema serrano daquela província e do leste espânico”.
A este respeito, em 1894, o biólogo Adolfo Moller, de Universidade de Coimbra fez a sua “Excursão à Serra de S. Gregório” e refere-se à  riqueza dos rios Minho e Trancoso. Menciona que “No rio Minho encontra-se a truta, boga, escalo, e a enguia, camarões e mexilhões. Na época própria, pescam-se salmões, truta marina, sáveis e lampreias. Em Melgaço, vimos a vender no mercado barbos que diziam ser pescados n'este rio. Na ribeira de Trancoso só se encontram a truta e a enguia.”
O que é que aconteceu a toda esta riqueza do rio Minho. Algo mudou. Que pena...


Extraído de :
- JUDICE, António Teixeira (1908) – Notas sobre Portugal. Volume I; Exposição Nacional do Rio de Janeiro – Secção Portuguesa; Imprensa Nacional, Lisboa.

- MOLLER, Adolfo Frederico (1894) - Excursão à serra de S. Gregório. in: Annaes de Sciensias Naturaes, Volume Primeiro, publicado por Augusto Nobre.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Hotel Alto Minho no Peso (Melgaço) em postais antigos


Hotel Alto Minho por altura de início do século XX
(ilustração colorida com base em fotografia)
Pequeno conjunto de postais alusivos ao Hotel Alto Minho, situado no Peso (Melgaço). Por vezes, é pouco referido mas é um dos hotéis mais antigos de Melgaço. Foi um dos primeiros hotéis que apareceram associados às Águas de Melgaço, juntamente com o Hotel Ranhada, o mais antigo, e o Hotel Quinta do Pezo.
Note-se que o primeiro postal é um ilustração pintada com base na foto do segundo postal, de início do século XX. Sabe-se que em 1915 já existia...

Hotel Alto Minho por altura de início do século XX

Hotel Alto Minho por altura da década de 30 ou 40 do século XX

sábado, 7 de novembro de 2015

A vila de Melgaço no velho "Guia de Portugal"

Praça da República (Vila de Melgaço) na década de 50

O "Guia de Portugal" é uma obra iniciada em 1924 por Raúl Brandão. É reconhecido como um dos mais completos roteiros de Portugal do século XX. Foi publicado em vários volumes dedicados a cada uma das regiões do nosso país. A edição do volume dedicado ao Alto Minho é de 1965 e fala-nos desta região e em particular das estradas e caminho de Melgaço e das contemplações do autor com as paisagens da nossa terra.
A respeito da vila de Melgaço, refere: "Melgaço, povoação antiga, de 728 habitantes, coroada por um velho castelo afonsino, como atalaia da fronteira que a dez quilómetros (no posto de S. Gregório) deixa de ser raia húmida para se tornar raia seca e serrana.
A vila situada a uns 180 metros de altitude, dispõe-se em patamar sobre amplo vale. O rio corre ao fundo. Defronte avultam, em sucessivos planos, os austeros montes galegos.
Noutros tempos, a vila concentrava-se numa apertada e robusta cerca murada de que restam apenas panos e cubelos sobranceiros ao vale. De um extremo ao outro, a povoação tem cerca de um quilómetro. Ao lado do seu antigo núcleo, nota-se uma discreta dispersão do seu casario ao longo da principal via, que é a própria estrada relacionada com o posto fronteiriço relativamente próximo de S. Gregório.
Sobre a vertente, defronte da terra galega, impõe-se, como severo miradouro, do vale, o velho e arruinado castelo (monumento nacional), de estrutura afonsina. A torre de menagem, quadrangular e ainda coroada de ameias, é quase tão alta imponente como a do roqueiro de Guimarães. Somente, em vez da paisagem urbana e rústica do coração do Minho, a largueza que daqui se domina é tipicamente raiana e serrana.
Quem seguir pelo campo da feira poderá deitar um olhar pela parte mais arcaica da povoação medieva. Um dos edifícios que solicitam, pela robustez, é o dos antigos Paços do Concelho, assente em três possantes arcos redondos.
Transpondo a muralha pela ponte do Poente poderá seguir-se ao longo da antiga cerca até junto da “canhoneira”, obra defensiva do século XVII, contígua à barbacã, hoje ocupada pela Guarda Fiscal. Prosseguindo até à Praça, teremos em frente a velha igreja matriz (monumento nacional), templo românico, talvez do século XIII, de modestas proporções e projeção cruciforme. O seu mais estimável valor reside no tímpano do pórtico, pelo singular alto-relevo zoomórfico que nele se encontra. Interior relativamente singelo.
Ao norte de Melgaço, junto da estrada que conduz a S. Gregório, encontra-se a 1 quilómetro, a Igreja de Nossa Senhora da Orada (monumento nacional), templo coevo ou quase coevo da fundação da nacionalidade portuguesa, alcandorado sobre um pequeno patamar da ampla visão panorâmica. O portal da igreja voltado a poente, está precisamente no enfiamento do extenso e profundo vale do Minho, permitindo a visão simultânea das duas vertentes, a portuguesa e a galega.
Igreja castiçamente românica pura e interessante. Portal gracioso, com três arquivoltas, de ponto levemente subido, assentes em seis colunelos de singelos capitéis. A decoração de cada uma das arquivoltas é extremamente graciosa. Ao longo da cornija, há uma linha de curiosos modilhões. Abside retangular, com outra série de cachorros e uma fileira de grânulos. Porta lateral voltada a norte, muito interessante, pela preciosa decoração semicircular, de estilo oriental que a reveste. Do lado sul, outro portal mais singelo.
Interior muito simples. Nave única e relativamente alta, com cobertura de madeira. Iluminação discreta obtida por quatro frestas. Capela-mor muito típica. Arco triunfal a anunciar uma leve tendência para a ogiva.

Descendo de novo à estrada, poderemos prosseguir até ao ponto próximo da fronteira. À medida que se vai caminhando, a paisagem parece redobrar de seriedade. As montanhas do outro lado do rio ganham em volume, como que justificando, na sua muda eloquência, a custosa desistência que o ânimo forte do primeiro rei português teve de aceitar após o desastre de Badajoz."


Extraído de:
SANT'ANA DIONÍSIO (1965) - Guia de Portugal - Entre o Douro e Minho II. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Grande Hotel do Peso (Melgaço) em postal centenário



Trata-se de um postal antigo do início do século passado em que a frente é preenchida por uma foto da época do Grande Hotel do Peso, na altura chamado Novo Hotel Quinta do Pezo e propriedade de José Joaquim Esteves. Mais tarde seria vendido ao Sr. Figueiroa por volta de 1912.
Este postal foi escrito e enviado de S. Martinho de Alvaredo em 13 de Agosto de 1906 para Lisboa. Note-se que possui um selo do rei D. Carlos, monarca português à época, em desenho de perfil.