sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Como defender Melgaço de uma invasão em finais do século XVIII?


Em finais do século XVIII, Portugal temia um novo conflito com Espanha e o clima de elevada tensão gerado na Europa pela Revolução Francesa, fez com a Coroa Portuguesa tomasse algumas medidas com vista a proteger as nossas fronteiras de possíveis ataques a partir do lado espanhol.
Desta forma, temia-se que a guerra estivesse eminente. Foi então ordenado ao exército, mais especificamente ao Real Corpo de Engenheiros, que realizasse uma série de memórias sobre as condições de defesa da fronteira e do território português. Um desses engenheiros era Custódio Villas Boas que nos deixou importantes apontamentos sobre as estruturas de defesa de Melgaço em finais do século XVIII:
"O território fronteiriço entre os vales dos rios Minho e Lima, era ocupado pela vasta serra da Peneda, considerada intransponível por um exército moderno, não obstante os caminhos existentes no planalto de Castro Laboreiro, por onde comunicavam as populações locais, de ambos os lados. Em todo o caso, estas estradas estavam em muito mau estado de conservação, dificultando a progressão de um qualquer exemplo que pretendesse viajar com todo o seu trem de artilharia e provisões. Na eventualidade de esta situação ocorrer, era aconselhado um ataque imediato nesta área, de forma a limitar as possibilidades do inimigo.
De qualquer forma, para a vigilância e proteção desta área, existia o castelo de Castro Laboreiro, de planta medieval reformulada ao longo dos anos de acordo com a exigências militares, equipado com algumas peças de artilharia.
Desde Castro Laboreiro, à entrada do rio Minho, a fronteira era estebelecida pelo vale do rio Trancoso - também designado por “rio das Várzeas” - cujo vale de margens abruptas era considerado impenetrável. Os únicos pontos de passagem seriam duas pontes: a Ponte de Pouzafolles, ainda em área de montanha, e e Ponte das Várzeas, constrída em madeira no lugar de S. Gregório.
Por ocasião da denominada “Guerra Fantástica, em 1762, foi construído um pequeno reduto para vigiar a estrada do vale do rio Minho, embora estivesse arruinado em 1800.
A partir do rio Trancoso, a fronteira entre Portugal e a Galiza passava a ser estabelecida pelo curso do rio Minho, considerado por Villas Boas “um formidável fosso aquático das praças fronteiras, com 80 a 100 braças de largura média, e barreira de força ativa que em tempos de guerra equivale a muita tropa e reduplica a defesa daquelas praças”.
A primeira das defesas da fronteira Norte do Alto Minho, seguindo o curso do rio de montante para jusante, era a vila de Melgaço, equipada com 15 canhões e uma “obra coroa” (fortificação exterior à muralha) sobre a estrada para a Galiza. O castelo, de muralha circular e antiga, não era considerado aptp para a defesa, pelo que, Villas Boas o indicava para servir de quartel e armazém de víveres das tropas estacionadas naquela parte do território.
Deste  modo, a defesa da entrada do rio Minho, deveria ser feita no rio Trancoso, onde seria necessário construir alguns entreicheiramentos, equipados com os canhões de Melgaço, ao mesmo tempo que se demoliria a Ponte das Várzeas a fim de dificultar o movimento inimigo.
Em caso de invasão, as tropas portuguesas retirar-se-iam para as montanhas oferecendo a maior resistência possível. Combinando as caraterísticas do terreno com os meios militares, era possível opor uma eficaz resistência ao invasor, apenas com um pequeno número de homens: 32 artilheiros, um batalhão de infantaria, e alguma milícia e ordenanças, se o inimigo fosse em número muito superior, peder-se-ia recorrer aos reforços de Monção.
Em 1800, Villas Boas indicava já que a Ponte das Várzeas estava arruinada e o castelo de Melgaço havia sido desguarnecido da suas artilharia havia pouco tempo. O autor nada diz sobre o possível exist~encia de entricheiramentos, mas esta informação poderá constituir um indício das preparações para a defesa da Província, seguindo as diretrizes apontadas por aquele engenheiro militar.
O vale do rio Minho, desde a sua entrada em Melgaço até Monção, corria apertado por margens escarpadas, sobretudo a margem norte, o que dificultava a sua passagem. Vallas Boas identificava apenas um local onde seria possível ao inimigo atravessar o rio: o lugar do Salto situado a meio caminho entre Melgaço e Valadares (o local está perfeitamente identificado nas diversas variantes do Mapa da Província). Este ponto fraco na linha de defesa portuguesa, era já conhecido pelos espanhóis que, em conflitos anteriores, tentaram ali atravessar o rio, pelo que os portugueses construiram uma bateria provisória que deveria ser renovada e construída com melhor qualidade."
A guerra vai acontecer em 1801 com a invasão franco-espanhola.



Informações extraídas de: MOREIRA, Luís Miguel (2008) - O sistema defensivo do Alto Minho em finais do sés. XVIII. In: Cad. Vianenses; nº 41; 

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Um estranho esquema de contrabando nas fronteiras de Melgaço (1978)


O jornal espanhol “Las Vanguardia”, na sua edição de 16 de Dezembro de 1978, fala-nos de um estranho esquema de contrabando que passava nas fronteiras de Melgaço. O jornal conta-nos que existiam milhares de cabeças de gado que eram transportadas em camiões vindos do sul de Portugal até à fronteira melgacense e depois passado para Espanha. Contudo, o esquema não ficava por aqui. Quando os camiões voltavam para o sul, iam carregados de gado doente para abater vindo de Espanha. Segundo a notícia, isso permitia aos envolvidos receber um subsídio que o Governo português dava na época aos proprietários nestes casos de gado doente com tuberculose que tinha que ser abatido...
A notícia conta-nos:

“Contrabando de ganado de Portugal a España
Lisboa, 15 - Millares de cabeças de ganado fueron en los últimos introduzidos ilegalmente en España procedentes de Portugal, informa hoy el matutino comunista “O Diário”.
Un enviado de dicho periódico recorrió la region fronteriza portugueza de Melgaço, lindante com la provincia de Orense, donde descubrió que el ganado robado a las unidades colctivas de producción (UCP) de la zona de intervención de la reforma agrária atraviessa todo el país, transportado en camiones, hasta aquella región norteña.
Alli es trasladado a España envehículos pertenecientes a conocidas figuras de la zona, que lo transportan a través de rutas de contrabando “muy familiares para ellos”.
La Guardia Fiscal portugueza asegura conocer las ramificaciones de la organización, pero reconoce la existencia de dificultades burocráticas y operacionales para desmontarla.
Según “O Diario”, el escándalo asume proporciones más graves debido a que los camiones que transportan ganado en buenas condiciones regressan llenos de reses viejas y enfermas.
Dicho tráfico seria un buen negocio debido a que el Gobierno portugués indeminiza a los proprietarios de reses tuberculosas, lo que no ocurre en España.”


Extraído de: Jornal “La Vanguardia”, edição de 16 de Dezembro de 1978”.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Pedia-se uma estrada de S. Gregório (Melgaço) a Valença (1866)

S. Gregório (Melgaço), no início do século XX

Ao longo dos tempos, uma das principais razões do lento desenvolvimento de Melgaço é a fraca acessibilidade, fruto do crónico mau estado das suas estradas e caminhos. Em meados do século XIX, a estrada entre Valença e S. Gregório (Melgaço) encontrava-se intransitável e no Inverno, a subida das águas do rio Minho, em algumas áreas, cortava a circulação durante as alturas mais chuvosas.
Tais factos são discutidos num debate no Parlamento em 25 de Maio de 1866, onde um deputado se refere ao lastimável estado deste itinerário, pedindo ao Ministro das Obras Públicas a construção de uma estrada decente entre Valença e S. Gregório. Nas atas parlamentares, podemos ler que “O Sr. Joaquim Maria Osório (sobre a ordem): — Mando para a mesa a seguinte proposta:
Não posso deixar de chamar à atenção do inteligentíssimo ministro das Obras Públicas para o estado em que infelizmente se acha a estrada de Valença a S. Gregório no concelho de Melgaço. É ele de tal natureza, que o excelentíssimo antecessor de Sua Excelência, o Sr. Conde de Castro, em uma das ocasiões a que aludi a este assunto, nesta casa e daquela mesma cadeira me disse que há quarenta anos, estando Sua Exelência em Melgaço, se tinha contristado de ver o miserável estado desta estrada, já então intransitável.
Na actualidade, pôde Sua Excelência ajuizar qual será o seu estado, e quais serão os perigos a que se têem sujeitado os habitantes dos concelhos de Valença, Monção e Melgaço, que se vêem na dura precisão de a transitarem. Tornando-se estes perigos muito mais graves nas ocasiões invernosas, em que o rio Minho com as suas cheias a inunda.
Acresce a este mal os prejuízos que sofrem os proprietarios de não poderem levar os seus géneros agrícolas e industriais aos pontos de consumo.
Não tratarei agora de enumerar os factos lamentáveis que se têem dado naquela estrada, porque não desejo cansar a atenção da câmara e a do nobre ministro. Mas não posso deixar de chamar a atenção de Sua Excelência sobre a quase paralisação em que se acham os trabalhos da estrada dos Arcos a Monção, pelo diminuto pessoal que ultimamente ali se tem empregado. Espero que Sua Excelência dê as providências necessárias para activar a construção desta estrada, e para mandar continuar os trabalhos na direcção de Melgaço, por ser essa a directriz a seguir.
Também não posso deixar de chamar a atenção do nobre ministro sobre o estado em que se encontra a estrada de Valença a Paredes de Coura.
A câmara sabe que Coura é um ponto importantíssimo para o comércio, porque é sem duvida o celeiro do Minho, e os proprietários não têem meios alguns de fazerem sair os seus géneros agricolas para consumo, como acontece aos de Melgaço e Monção, do que lhes resulta graves prejuízos.
Confio que o nobre ministro tomará em consideração estas minhas observações, que são verdadeiras. Leu-se na mesa a seguinte proposta: Proponho que da verba, destinada para as estradas, seja aplicada a quantia necessária para a construção das estradas de Valença a S. Gregorio no concelho de Melgaço, e da de Valença a Paredes de Coura no concelho de Valença.
O deputado, Joaquim Maria Osorio.
Enviada á comissão de fazenda.”

Apenas muitos anos mais tarde é que chegaria a Melgaço a dita estrada…

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

As operações militares em Melgaço e a prisão do Vigário de Cubalhão (Melgaço, 1827)


Após a revolta de 1820, que implantou o liberalismo em Portugal, o país conheceu um longo período de instabilidade política, ditado pela oposição entre as fações liberais e as absolutistas e conservadoras. A monarquia constitucional teve dificuldades em se implantar, em parte devido às mentalidades enraizadas, que se opunham vivamente às mudanças jurídicas necessárias à instituição de uma nova ordem social, política e económica.
Em Melgaço, foi uma época de anarquia e insegurança em que os montes serviam de refúgio a bandos de guerrilheiros fieis à causa absolutista e os caminhos e as terras mais altas eram batidos constantemente por soldado leais à causa liberal. Numa publicação da época, o “Imparcial”, de 1827 encontramos provas dos tempos conturbados que se viviam no concelho. Num ofício do Capitão de Infantaria António Manuel de Meireles, este dá conta das operações militares que tem levado a cabo nas terras melgacenses e serras dos Arcos de Valdevez com vista a capturar os combatentes afetos à causa absolutista que se escondiam nas serras de Melgaço ou então fugiam para a Galiza pela raia seca. Numa destas operações, foi preso o Vigário de Cubalhão já que foi apreendido um documento enviado a este pelo Pároco de Lamas de Mouro com vista à angariação de homens nestas paróquias e em Castro Laboreiro para participarem numa revolta contra os soldados fieis ao rei.
“Os dois ofícios abaixo transcritos instruiram cabalmente os nossos leitores dos acontecimentos últimos em S. Gregório, e na raia seca. Eles patenteiam o denodo e valor das nossas tropas, os bem merecidos louvores que merece dos bons portugueses o ativo e bravo José de Caldas Ozório, Tenente de Infantaria 21 e o bem que igualmente se conduziu o Capitão António Manoel de Meirelles, do mesmo regimento:
Exmo. Sr. - Tendo-me recolhido da diligência de que por Vossa Excelência fiu encarregado, levo ao seu conhecimento todos os factos que ocorreram durante a minha digressão, que são os seguintes: Chegando à vila dos Arcos no dia 9  do corrente, encontrei ali 90 homens dos regimentos de Infantaria 3, 9 e Caçadores 12, que tinham sido mandados pelo Exmo. General desta província para o mesmo fim a que eu ia. E como visse que com a chegada daquela tropa se tinham feito públicos os movimentos que se pretendiam fazer sobre as guerrilhas rebeldes. Para ver se podia remediar este mal e conseguia surpreendê-los, ordenei imediatamente aos soldados da 21 que tinham ficado em Coura que avançassem naquela noite para os Arcos; e ao Tenente Caldas, que estava em Melgaço, que marchasse na madrugada dos dia 10 sobre o lugar da Peneda, e atacasse uma partida que ali estava e era capitaneada pelo Tenente de Veteranos de Lindoso, Francisco de Vasconcelos.
No mesmo dia 10, marchei eu para Soajo, aonde tive aviso que o Tenente Caldas tinha batido e dispersado os guerrilhas, fazendo-lhes 4 prisioneiros, e tomando-lhes uma égua com toda a bagagem e correspondência do Comandante e como tivesse igualmente notícia de que a tal guerrilha se estava de novo reunindo em um monte nas imediações do Tibo, marchei no dia 11 para os perseguir e acabarmos a precipitada fuga em que se puseram. Logo que eu me aproximei, e a densidade do monte por onde fugiram, frustaram os meus intentos, e a pacotilha dos ladrões se evadiu.
No dia 12, pus-me em marcha para S. Gregório, e ao meio dia fui atacado em Alcobaça por outra partida comandada pelo Capitão Velozo. Mandei o Tenente Caldas que os flanquasse pela direita, e eu carreguei-os pela estrada. Mas, fugindo eles precipitadamente e em desordem, só lhes pude fazer um prisioneiro, porque o resto se refugiaram  para a Galiza, que agora está servindo de couto de ladrões, e como lá não os podia perseguir, recolhi-me naquele mesmo dia a Melgaço.
A perda dos rebeldes constou de 5 prisioneiros com as suas armas, um bacamarte, uma égua, a bagagem e correspondência do Comandante, e da gente eu eu comandava, só tive ferido um soldado do 21.
Também prendi o Vigário de Cubalhão por me ter sido entregue um ofício que o Abade de Lamas de Mouro lhe dirigia, em cujo encontrei a autorização que o traidor Marquês de Chaves mandou ao Tenente Coronel de Milícias de Braga, António de Vasconcelos Leite Pereira para que sublevasse os povos e reunisse a maior força e número de guerrilha que pudesse para se opôr às determinações do nosso legítimo Rei o senhor D. Pedro IV. Este incendiário papel tem sido espalhado e afixado nas freguesias de Castro Laboreiro e suas imediações pelos párocos dos mesmos como Vossa Excelência verá no ofício do Encomendado do Crasto, que junto lhe remeto.
Se bem que toda a tropa que me acompanhou se portou com o denodo e brio que tem todos os leais portugueses, devo contudo particularizar o Tenente José de Caldas pela atividade e zelo com que desempenhou todas as comissões de que o encarreguei.
Deus guarde a Vossa Excelência.
Valença, 15 de Março de 1827.
Ill.mo e Ex.mo Sr José Maria de Moura - António Manuel de Meireles, Capitão da 21 (Infantaria)". 
Num outro oficio, podemos ler "Ex-mo Sr. - Tendo me recolhido da diligência de que Vossa Excelência me encarregou e ao Capitão Meireles, marchamos desta praça no dia 9, eu, em direitura à vila de Melgaço e ali recebi 80 soldados, 40 de Milícias de Vila do Conde, 20 das ditas de Viana e 20 do regimento 21. No dia 10 às 6 horas da manhã recebi do dito Capitão Meireles um ofício, datado da vila dos Arcos, aonde este referido Capitão se achava para que eu, logo que aquele recebesse, me pusesse em marcha para a Peneda e que ali me conservasse até ele chegar, tomando a estrada que daquele sítio se dirige à Galiza. Às 6 horas e meia da manhã, debaixo dessa grande tempestade me puz em marcha para o dito sítio, que consegui chegar ali à 1 hora da tarde. Logo que me fui aproximando à pequena povoação, foi vista a minha avançada pelo inimigo. Este correu a pegar nas armas e me fizeram algum fogo. Mas como eu carregasse com toda a minha tropa, que apesar do dia de água que tinha sofrido, sempre a levei reunida e os fiz desalojar das posições que tinham tomado, tanto da da ponte que eu notava mais dificultosa, sobre a qual marchei, como da outra, ao pé so santuária, por donde mandei avançar ao Tenente Rodrigo, das Milícias de Vila do Conde, que este bravo. Oficial e soldados, assim como os dos regimentos de Milícias de Viana, nada devem aos da primeira linha. No mesmo instante se pôs o inimigo em uma precipitada fuga, deixando em meu poder 4 prisioneiros, 2 armas, 2 baionetas, 3 boldriés dos ditos, 2 patronas, um traçado de refe, um bacamarte que era a arma do Comandante que os mandava, Francisco de vasconcelos, Tenente da fixe de Lindoso. Tomei uma égua, parte da bagagem deste comandante dentro de um saco, um capote, um casaco, uma fardeta de ganga azul, 2 pares de botas, 2 pares de meias, 2 lenços, um branco e outro de cor, e junto a isto uma porção de ofícios, que já estão em poder de Vossa Excelência, e mais uma mochila, com uma farda, umas calças azuis e uma camisa pertencente a um cabo de Milícias dos Arcos que anda unido a esta Comandante.
No dia seguinte às 5 da manhã fiz marchar o Tenente Rodrigo com 26 soldados pela estrada que atravessa esta áspera montanha sobre S. Bento do Cando 2 povoações da Gavieira, por me persuadir que esta seria a estrada que os soldados rebeldes escapados deviam tomar, e cortando-lhe por este modo a que vai para S. Gregório. Eu marchei com o resto e prisioneiros em direitura à povoação do Tibo, aonde mandei sair o dito Tenente que tinha mandado pela outra estrada. Neste sítio me juntei com o Capitão Meireles, que já aí estava quando eu chegava. Então lhe entreguei a gente que vinha debaixo do meu comando e só tenho a levar à respeitável presença de Vossa Excelência  digna conduta desta brava tropa. Não falando na Infantaria 21, que esta a mim me ensina a ser militar. Fiz mais um prisioneiro sobre Fiães no dia 12, de que já o referido Capitão daria parte a Vossa Excelência em razão de terem cessado as minhas funções.
Deus guarde a Vossa Excelência - Quartel de Valença, 16 de Março de 1827. Ex.mo Sr. José Maria de Moura.

José de Caldas Ozório, Tenente da 21.”

Extraído de: "Imparcial", Edição de quinta feira, 22 de Março de 1827.