sexta-feira, 25 de maio de 2018

Melgacenses que combateram na Primeira Grande Guerra - Os Expedicionários da freguesia de Chaviães



Há cerca de um século atrás, dezenas de milhares de portugueses embarcaram com destino às trincheiras de França. De Melgaço, partiram 74 filhos da terra, dos quais 5 combatentes eram naturais da freguesia de Chaviães e que hoje são aqui homenageados neste artigo. Eram eles José Maria da Cunha, do lugar da Portela, condecorado com a Cruz de Guerra; José Narciso Pinto, do lugar da Igreja; António José Lourenço, do lugar de Louridal; José Joaquim Lopes, do lugar de Cortinhal e Anselmo Augusto Malheiro, do lugar da Bouça, sendo todos membros da célebre Brigada do Minho (4ª Brigada de Infantaria do Corpo Expedicionário Português). Infelizmente, apenas os dois últimos iriam sobreviver à guerra. Os restantes faleceram em combate e encontram-se sepultados no Cemitério Militar Português de Richebourg l’Avoile (França).
Consegui reunir um conjunto de informações acerca do percurso destes valentes soldados melgacenses de Chaviães durante a guerra:
1 - José Maria da Cunha, soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo Expedicionário Português (2ª Divisão). Nasceu às quatro horas da manhã do dia 11 de Março de 1893 no lugar da Portela, freguesia de Santa Maria Madalena de Chaviães, filho de Aníbal dos Anjos da Cunha e de Felisbela Cândida Alves.
À época da sua partida para a guerra, encontrava-se casado desde 24 de Agosto de 1912 com Zalminda Rosa Calheiros e era morador em Melgaço.
Embarcou para França integrado no Corpo Expedicionário Português a 15 de Abril de 1917, onde pertenceu à Brigada do Minho, portador da chapa de identificação nº 49 027.
Já no cenário de guerra, em França, baixa ao hospital em 21 de Abril de 1917, tendo alta no dia 31 de Maio seguinte. Em Setembro desse mesmo ano, encontrava-se em combate, tendo sido ferido durante as hostilidades. Segundo o que podemos ler no seu Boletim Individual, na sequência deste episódio, recebeu um Louvor por parte do Quartel General do Corpo Expedicionário “pela coragem que mostrou na defesa do flanco direito do seu posto, não o abandonando, embora já ferido, senão por ordem do respetivo comandante depois do mesmo terminado”. (Ordem de Serviço do Quartel General, de 28 de Setembro de 1917). Em virtude do seu comportamento e coragem, foi condecorado com a Cruz de Guerra de 3ª classe (publicado em Decreto de 5 de Novembro de 1917).
Faleceu na 1ª linha das posições, em virtude de ter sido gravemente ferido em combate, no dia 22 de Novembro de 1917. Foi sepultado no Cemitério Militar de Le Touret, no coval nº 100. Posteriormente, os seus restos mortais foram trasladados para o Cemitério Militar Português de Richebourg l`Avoué (França), Talhão A, Fila 13, Coval 3.

2 - José Narciso Pinto, soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo Expedicionário Português (2ª Divisão). Nasceu às oito horas da noite do dia 3 de Março de 1893 no lugar da Igreja, na freguesia de Santa Maria Madalena de Chaviães, filho de Manuel António Pinto e de Cândida Maria Alves.
À época da sua partida para a guerra, encontrava-se casado com Ana Joaquina Rodrigues desde 24 de Maio de 1916 e era morador no referido lugar da Igreja, na freguesia de Chaviães. Embarcou para França integrado no Corpo Expedicionário Português a 22 de Abril de 1917, onde pertenceu à célebre Brigada do Minho, portador da chapa de identificação nº 49 864.
Já no cenário de guerra em França, foi punido no dia 14 de Dezembro de 1917 pelo Comandante da Companhia com 10 dias de detenção porque “sendo incumbido no serviço de limpeza do Quartel da Companhia, não tinha no estado de asseio e limpeza a área do quartel que está a seu cargo na revista que em 14 (dia) foi passada…”.
Viria a ser colocado no Batalhão de Infantaria nº 29 em 6 de Abril de 1918. Combateu na Batalha de La Lys a 9 de Abril de 1918, integrado na Brigada do Minho. Foi inicialmente dado como desaparecido em combate durante a batalha, segundo anotação inscrita no seu Boletim Individual. Aparentemente, o seu corpo apenas foi recuperado mais tarde. Nesta batalha, houve corpos que apenas foram encontrados cerca de um mês depois.
Os seus restos mortais encontra-se sepultados no Cemitério de Richebourg l`Avoué (França), Talhão D, Fila 3, Coval 24.

3 - José Joaquim Lopes, soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo Expedicionário Português (2ª Divisão). Nasceu às dez horas da manhã do dia 3 de Maio de 1895 no lugar de Cortinhal, freguesia de Santa Maria Madalena de Chaviães, filho de Vitorino José Lopes e de Maria Rosa Cortes.
À data da sua partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador no referido lugar de Coutinhal, freguesia de Chaviães, deste concelho de Melgaço.
Embarcou para França integrado no Corpo Expedicionário Português a 15 de Abril de 1917, portador da chapa de identificação nº 49 537, tendo desembarcado no Porto de Brest (França).
Já no cenário de guerra, em França, foi punido “em 3 de Outubro de 1917, pelo Comandante da 2ª Companhia com oito (8) dias de (…) detenção porque estando debaixo de forma, comunicou fogo ao conteúdo de um cartucho que tinha previamente tirado a bala…”. Viria a ser punido novamente em 2 de Abril de 1918 “com 10 dias de prisão disciplinar por ser encontrado na estrada levando o cavalo a trote contra o que está determinado…”.
Baixou ao Hospital da Base 2 em 22 de Maio de 1918, tendo alta no dia seguinte. Em 10 de Julho desse mesmo ano, iniciou o gozo de 30 dias de licença, findos os quais se devia apresentar a uma “nova Junta Médica”. Esta anotação permite-nos saber que anteriormente já tinha sido presente a Junta Médica ainda que não haja nenhuma anotação referente a isso no seu Boletim Individual. Nesse sentido, seguiu para o Depósito de Infantaria afim de ser repatriado em 17 de Julho desse ano.
Posteriormente, passou em 30 de Setembro de 1918, para o Batalhão de Infantaria nº 22, 3ª Companhia.
Em 9 de Novembro, foi abatido ao efetivo do batalhão e à companhia a que pertencia por ter tido passagem ao Quartel General 1, por ordem do comando do 1º Batalhão de Infantaria, ficando adido ao Trem Divisionário desde o dia 10 do dito mês de Novembro de 1918.
Encontrava-se presente em 12 de Março de 1919 no Esquadrão de Remonta ficando aí adido vindo do Trem Divisionário.
Sobreviveu à guerra, tendo embarcado no Porto de Embarque de Cherbourg (França) em 3 de Maio de 1919, com destino a Portugal a bordo do navio inglês “Maryland”, tendo desembarcado em Lisboa, no Cais de Alcântara, em 6 de Maio de 1919.
Após voltar da guerra, viria a casar com Maria da Silva Fontes em 9 de Junho de 1927 no Rio de Janeiro (Brasil).

4 - Anselmo Augusto Malheiro, soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo Expedicionário Português (2ª Divisão). Nasceu às nove horas da manhã do dia 29 de Agosto de 1894 no lugar da Bouça, na freguesia de Santa Maria Madalena de Chaviães, filho de José de Abreu Malheiro e de Florinda Rosa Vaz.
À época da sua partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador no referido lugar da Bouça, na freguesia de Santa Maria Madalena de Chaviães, neste concelho de Melgaço.
Embarcou para França integrado no Corpo Expedicionário Português a 15 de Abril de 1917, portador da chapa de identificação nº 49 459, tendo desembarcado no Porto de Brest (França) em 19 do mesmo mês e ano.
Conhece-se pouco do percurso do soldado Anselmo Malheiro durante o conflito. Já no cenário de guerra, em França, não há registo no seu Boletim Individual entre meados de Abril de 1917 e meados de Agosto de 1918. Sabe-se que em 12 de Agosto de 1918, foi promovido a 1º Cabo contando para efeitos de antiguidade a partir do dia seguinte (Ordem de Serviço nº114 do 1º Batalhão da Brigada do Minho de 12/8/1918).
Em 14 de Setembro de 1918, foi punido “pelo Sr. Comandante da Companhia com 4 dias de detenção por ser encontrado no campo de instrução e durante o intervalo apoderou-se de alguns frutos de uma nogueira pertencente a uma propriedade que confina com o mesmo campo”. Contudo, em 16 de Setembro seguinte, inicia o gozo de uma licença de campanha de 53 de duração.
Embarca em data que se desconhece no Porto de Embarque de Cherbourg (França) e viria a desembarcar, juntamente com a Brigada do Minho, em Lisboa, no Cais de Alcântara, em data que não aparece inscrita no seu Boletim Individual.
Após voltar da guerra, viria a casar com Alice da Conceição Rodrigues, natural de Chaviães, em 19 de Outubro de 1919. Anselmo Malheiro faleceu em 21 de Março de 1981, nesta freguesia de Chaviães, deste concelho de Melgaço.

5 - António José Lourenço, soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo Expedicionário Português (2ª Divisão). Nasceu às oito horas da noite do dia 26 de Abril de 1892 no lugar do Louridal, na freguesia de Santa Maria Madalena de Chaviães, filho de Augusto Cândido Lourenço e de Ana Marinha.
À época da sua partida para a guerra, encontrava-se casado desde 24 de Janeiro de 1912 com Isaura Salgado e era morador na freguesia de Santa Maria Madalena de Chaviães, neste concelho de Melgaço.
Embarcou para França integrado no Corpo Expedicionário Português a 15 de Abril de 1917, portador da chapa de identificação nº 49 454, tendo desembarcado no Porto de Brest (França).
Conhece-se pouco do percurso do soldado António José Lourenço durante o conflito. Já no cenário de guerra, em França, baixou à ambulância nº 5 em 2 de Agosto de 1917, tendo tido alta no dia 29 do mesmo mês e ano.
Em 12 de Março de 1918, encontrava-se em combate na 1ª linha das posições. Foi ferido e faleceu nesse mesmo dia durante as hostilidades. O seu corpo foi sepultado no Cemitério de Laventie (localidade no norte de França onde se encontrava em combate). Posteriormente, os seus restos mortais foram trasladados para o Cemitério Militar Português de Richebourg l`Avoué (França), Talhão A, Fila 2, Coval 3.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

As águas curativas de Melgaço em meados do século XVIII





Melgaço é conhecido desde fins do século XIX como terra de águas milagrosas. Das nascentes da estância termal do Peso, nasce uma água com caraterísticas ímpares em Portugal, especialmente no tratamento da diabetes e que foi descoberta há cerca de 130 anos.
Todavia, desde há várias séculos, há referências a nascentes de águas com caraterísticas medicinais que os fregueses sempre acreditaram que curavam determinadas doenças. Noutros artigos anteriores, já aqui fiz referências às Caldas de Fiães e Paderne e outras nascentes em outros pontos do concelho.
No século XVIII, temos as Memórias Paroquias como uma das mais importantes fontes históricas para nos ajudar a compreender como era Melgaço na época. Mas o que são as memórias Paroquiais de 1758?
Um aviso de 18 de Janeiro de 1758 do Secretário de Estado dos Negócios do Reino, Sebastião José de Carvalho e Melo, fazia remeter, através dos principais prelados, e para todos os párocos do reino, os interrogatórios sobre as paróquias e povoações pedindo as suas descrições geográficas, demográficas, históricas, económicas, e administrativas, para além da questão dos estragos provocados pelo terramoto de 1 de Novembro de 1755. As respostas deveriam ser remetidas à Secretaria de Estado dos Negócios do Reino. Desta forma, estas Memórias Paroquias correspondem a um conjunto de respostas dadas a esse inquérito.
Um dos itens sobre os quais os párocos eram questionados, era a existência ou não nas paróquias de nascentes de águas curativas bem como as suas caraterísticas e prescrições.
Em Melgaço, vários párocos fazem referências a nascentes nas suas memórias paróquias em 1758. Um deles é o pároco de Castro Laboreiro que nos conta que na chamada Ribeira do Porto dos Asnos existe uma “(...) água que tem virtude para curar as chagas, e forragem da boca nos meninos lactantes, em que mais comumente se acha este dano”. Tais virtudes das águas desta ribeira são confirmadas no livro do Padre Carvalho da Costa no seu livro “Corografia Portuguesa” (1706) quando este afirma que “quando himos do Porto dos Asnos, ou Cavalleiros, passamos outro limitado ribeiro, pelo qual foy a pé o Santo Arcebispo Dom Frey Bertholameu dos Martyres a visitar aquella Igreja. Tem virtude esta água para curar a boca lixosa às crianças e outras enfermidades”.
Por outro lado, o pároco de Penso, também nos fala de uma fonte de nascente junto ao rio Minho que é conhecida há séculos como a Fonte Santa. O sacerdote escreveu nas Memórias que “(...) se lhe cha­ma por tradição antiga a Fonte Santa, tem a água dela várias vir­tudes. Tem a água desta fonte um cheiro de enxofre mas no sabor não tem mau gosto. É muito clara e muito fresca, somente o cheiro de enxofre tem a circunstância que lançando-se na dita água alguma prata a põe em breves instantes amarela como perfumada de ouro e logo se tira da água esfregando-a com os dedos da mão se alimpa e fica como dantes limpa. Por donde corre água da dita fonte deita um limo pelo rego da cor do mesmo eixofar”. O padre escreve ainda que a água emanada desta fonte era indicada “(...) especialmente para queixas de destemperança de fígado, lepra e outras mais queixas que procederam de humores quentes. Tem mais a virtude que quem beber da água dela lhe abre a vontade de comer se tiver fastio (...) e lavando alguma ferida com a água dela são especialmente se for presidida deste […] do fígado tem sido muita gente que vem tomar banhos a ela recuperando a saúde perdida de água milagrosa”.
Podemos ainda ler nas Memórias Paroquiais de Chaviães, onde o vigário nos fala de umas águas que nascem nas margens do rio Minho ou emergem no meio deste. O dito sacerdote carateriza essas águas como “Salutíferas, medicinais, asidulas por passarem por minerais de ferro (…) e costumam onde nasce, correr pouca água, deixar por cima um lasso prateado com algumas feses douradas”. O vigário fala-nos que estas águas “tem virtude eficaz para curar feridas porque são um conjunto de vá­rias águas e muitas delas são sulfúreas que nascem pela borda do dito rio e outras nasceram no centro dele e pelas áreas de ouro”.
Ainda em relação às águas do rio Minho, o vigário de Chaviães escreve nas Memórias Paroquiais que “hum célebre médico castelhano, (…) D. Jozé Lavandera (…) fez nelas suas experiências e foi maravilhado dellas, dizendo que tinham a mesma virtude que as de [Prixmoni?], em Inglaterra”.
Como vemos, as crenças nos poderes curativos das águas de diversas nascentes no nosso concelho de Melgaço é muito mais antigo que o conhecimento das virtudes das águas do Peso…                    

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Melgacenses que combateram na Primeira Grande Guerra - Os Expedicionários da freguesia de S. Martinho de Alvaredo




No artigo de hoje, prestamos homenagem aos soldados de São Martinho de Alvaredo que integraram o Corpo Expedicionário Português e que combateram nas trincheiras da Flandres Francesa entre meados de 1917 e Novembro de 1918. Foram eles António Besteiro, do lugar da Carrasqueira; Avelino Fernandes, do lugar de Ferreiros; Abel Fernandes, do lugar da Fonte; Nicolau de Souza Lobato, do lugar da Charneca e Artur Domingues do lugar do Maninho. Os três primeiros pertenciam à célebre Brigada do Minho (4ª Brigada de Infantaria do Corpo Exedicionário Português), enquanto que o soldado Nicolau Lobato integrava o Regimento de Cavalaria 4 e o soldado Artur Domingues pertencia ao 1º Esquadrão de Remonta.
Todos regressaram vivos da guerra. Apresentam-se aqui as informações que se conseguiram apurar acerca do percurso de cada um deles durante a guerra:

1 - Avelino Fernandes, Soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo Expedicionário Português (2ª Divisão). Nasceu às três horas da manhã do dia 7 de Novembro de 1893, filho de Francisco Fernandes e Libania Martins Peixoto, natural do lugar de Ferreiros, freguesia de Alvaredo, neste concelho de Melgaço.
À época da sua partida para a guerra, encontrava-se casado com Justina Domingues Caldas desde 4 de Janeiro de 1913.
Embarcou para França em 18 de Abril de 1917 integrado no Corpo Expedicionário Português, portador da chapa de identificação nº 49 462, onde pertenceu à celebre Brigada do Minho.
Do seu percurso no cenário de guerra, em França, pouco se sabe. Sabemos que participou na trágica Batalha de La Lys. Nessa batalha, a 9 de Abril de 1918, desapareceu em combate. Em Novembro de 1918, no final do conflito, por comunicação da Comissão dos Prisioneiros de Guerra, verificou-se que o soldado Avelino Fernandes constava nas listas de prisioneiros de guerra internados em campos alemães. Tinha sido feito prisioneiro pelos alemães durante a referida batalha e levado para o Campo de Prisioneiros de Dulmen (Alemanha).
O soldado Avelino Fernandes viria a sobreviver à guerra. Ainda se encontrava no campo de prisioneiro em 17 de Dezembro de 1918. Seguiu para a Holanda onde embarcou no navio inglês "Northwestern Miller" em 12 de Janeiro de 1919, tendo desembarcado no Cais de Alcântara, em Lisboa no dia 18 de Janeiro de 1919.
Viria a falecer às seis horas do dia 6 de Agosto de 1964, na freguesia de Alvaredo, concelho de Melgaço.

2 - Abel Fernandes, soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo Expedicionário Português (2ª Divisão). Nasceu à meia noite do dia 19 de Abril de 1894 no lugar da Fonte, freguesia de São Martinho de Alvaredo, filho de Bento Fernandes e de Ana Pires.
À data da sua partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador no lugar da Fonte, freguesia de Alvaredo, deste concelho de Melgaço.
Embarcou para França integrado no Corpo Expedicionário Português a 22 de Abril de 1917, onde pertenceu à célebre Brigada do Minho. Já no cenário de guerra, em França, foi colocado na 1ª Bateria de Morteiros Pesados em 25 de Outubro de 1917, onde se encontrava na 1ª linha de defesa das posições.
Terá combatido na Batalha de La Lys em 9 de Abril de 1918, tendo inclusivamente recebido um louvor “pela boa vontade e inteligência com que desempenhou todos os serviços de serralheiro de que foi encarregado durante o tempo que a bateria esteve na 1ª linha de que resultou todo o pessoal estar bem alojado e com comodidades o que concorreu para a saúde do pessoal” (Louvor pelo Comandante do Batalhão em 11 de Abril de 1918).
Sobreviveu à guerra, tendo embarcado no porto de Embarque de Cherbourg (França), com destino a Portugal e desembarcado em Lisboa, no Cais de Alcântara, em 9 de Junho de 1919.
Depois de voltar da guerra, casou com Alzira Domingues no dia 4 de Fevereiro de 1922. Viria a falecer na freguesia de S. Martinho de Alvaredo em 24 de Novembro de 1984.

3 - Nicolau de Souza Lobato, soldado chauffeur do Regimento de Cavalaria nº 4 do Corpo Expedicionário Português. Nasceu no dia 17 de Janeiro de 1895 no lugar da Charneca, freguesia de São Martinho de Alvaredo, filho de José de Souza Lobato e de Hermínia da Glória Domingues.
À data da sua partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador no lugar da Charneca, freguesia de Alvaredo, deste concelho de Melgaço. Embarcou para França integrado no Corpo Expedicionário Português a 21 de Abril de 1917.
Já no cenário de guerra, em França, desempenhou sobretudo serviço de condutor no Parque Automóvel do Corpo Expedicionário Português. Viu-se frequentemente envolvido em vários episódios de indisciplina. Baixa à ambulância 5 em 29 de Outubro de 1917, tendo tido alta em 2 de Novembro. Em 13 de Novembro do mesmo ano, volta a baixar à ambulância, tendo alta no dia 17 do mesmo mês e ano.
Em 4 de Fevereiro de 1918, foi punido pelo “Sr. Comandante do 3º Grupo Automóvel com 2 dias de detenção porque tendo ido à revista de saúde e dizendo-lhe ser facultativo para não sair da enfermaria sem tomar um purgante, não cumpriu esta ordem”.
Em 30 de Maio de 1918, volta a envolver-se num episódio de indisciplina, tendo sido punido “pelo Sr. Comandante do Parque Automóvel com 4 dias de detenção por ter faltado à 1ª refeição sem motivo justificado”.
Na sequência destes episódios, em 29 de Julho de 1918, o soldado Nicolau Lobato foi punido pelo Tribunal de Guerra do Corpo Expedicionário “com 60 (sessenta) dias de prisão correcional.
Em 6 de Fevereiro de 1919, baixou ao Hospital de Sangue 8. Em 18 de Março de 1919, passou ao Esquadrão de Remonta. Em 3 de Abril do mesmo ano, encontrava-se no Hospital de Sangue 6, de onde foi evacuado nessa data para o Hospital da Base 1, tendo tido alta no dia 2 de Maio de 1919 para o C.M.C.A. Nessa data, deu entrada nas Prisões da Base afim de recolher ao Depósito Disciplinar 1 “por ali pertencer”. Em 24 de Maio, encontrava-se no Comando Militar do Corpo, de onde seguiu de novo, no dia seguinte, sob escolta, para o Depósito Disciplinar 1. No dia 30 de Maio de 1919, encontrava-se presente no Depósito Disciplinar 1 “afim de cumprir 60 dias de prisão correcional”.
Em 9 de Junho de 1919, encontrava-se no Porto de Embarque de Cherbourg (França) com vista a ser repatriado. Embarcou, juntamente com o pessoal dos Serviços Administrativos, em 22 de Junho de 1919 com destino a Portugal. Desembarca em Lisboa, no Cais de Alcântara, em 25 de Junho do mesmo ano.
Sobreviveu à guerra, tendo embarcado no Porto de Embarque de Cherbourg (França), com destino a Portugal e desembarcado em Lisboa, no Cais de Alcântara, em 9 de Junho de 1919.
Depois de voltar da guerra, casou com Claudina Maria Martins no dia 9 de Outubro de 1920. Viria a falecer na freguesia de S. Martinho de Alvaredo, concelho de Melgaço, às 18 horas e 30 minutos dia 17 de Outubro de 1923.

4 - Artur Domingues, soldado do 1º Esquadrão de Remonta - Escola de Equitação. Nasceu às três horas da manhã do dia 14 de Outubro de 1894 no lugar do Maninho, freguesia de São Martinho de Alvaredo, filho de André Domingues e de Maria Martins.
À data da sua partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador no lugar do Maninho, freguesia de Alvaredo, deste concelho de Melgaço. Embarcou para França integrado no Corpo Expedicionário Português a 2 de Julho de 1917, portador da chapa de identificação nº 67360.
Sabe-se muito pouco do seu percurso durante o conflito. Já no cenário de guerra, em França, seguiu para o Esquadrão de Remonta em 3 de Agosto de 1918, tendo sido promovido a 1º Cabo em 5 de Setembro do mesmo ano. Em 2 de Novembro, estava presente no Quartel General do Corpo Expedicionário, proveniente do dito Esquadrão de Remonta.
Em 6 de Abril, passou à 1ª Secção Auxiliar do Comando do Quartel General do Corpo Expedicionário.
Sobreviveu à guerra, tendo embarcado no porto de Embarque de Cherbourg (França), com destino a Portugal a bordo do navio “Mormugão” (navio alemão de nome original “Kommodore” que foi apresado pelos portugueses em Goa, Índia Portuguesa em 1916) e desembarcado em Lisboa, no Cais de Alcântara, em 1 de Novembro de 1919.

5 - António Besteiro, soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo Expedicionário Português (2ª Divisão). Nasceu às quatro horas da manhã do dia 18 de Fevereiro de 1892 no lugar da Carrasqueira, freguesia de São Martinho de Alvaredo, filho de José Besteiro e de Florinda Pires.
À data da sua partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador no referido lugar da Carrasqueira, freguesia de Alvaredo, deste concelho de Melgaço. Embarcou para França integrado no Corpo Expedicionário Português a 15 de Abril de 1917, portador da chapa de identificação nº 66538, tendo desembarcado no Porto  de Brest (França) no dia 18.
Sabe-se muito pouco do seu percurso durante o conflito. Já no cenário de guerra, em França, baixou à ambulância em 5 em 23 de Agosto de 1918, tendo alta no dia 3 de Setembro.
Após a reformulação do Corpo Expedicionário Português, passa a integrar o 6º Batalhão do C.E.P. Sobreviveu à guerra, tendo embarcado no Porto de Embarque de Cherbourg (França), com destino a Portugal a bordo do navio inglês “Northwestern Miller” em 15 de Abril de 1919, tendo desembarcado em Lisboa, no Cais de Alcântara, em 19 de Abril de 1919.
Após voltar da guerra, casa com Aurora Bernardo em 21 de Maio de 1925. Viria a falecer em 31 de Outubro de 1985 na freguesia de São Martinho de Alvaredo, deste concelho de Melgaço.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

As Pesqueiras do Rio Minho (Alvaredo - Melgaço)



Olhadas de Longe, as pesqueiras parecem anfractuosidades naturais onde o rio Minho bate com força deixando rastos de espuma. Velhas de séculos ou mesmo quase milenares, pois já no século XI eram referidas em doações a mosteiros e ao cabido de Tui, as pesqueiras do Rio Minho, como bens culturais, fazem parte do património paisagístico da Ribeira Minho e testemunham saberes ancestrais na escolha dos melhores sítios para se implementarem, na sua orientação em relação às correntes do rio, no trabalhar a pedra e erguer dos panos dos muros, na escolha da arte da pesca mais adequada e ainda no sistema de partilha comunitária do seu uso.
Tudo isto num vídeo fantástico!
(Fonte: Youtube).


sexta-feira, 4 de maio de 2018

Melgacenses que combateram na Primeira Grande Guerra - Os Expedicionários da freguesia de S. Paio


S. Paio
(Foto de Annabelle Pereira)

No artigo de hoje, o blogue presta homenagem a cada um dos combatentes naturais da freguesia de S. Paio que lutaram nas trincheiras da Flandres, no norte de França, durante a 1ª Guerra Mundial.
Há cerca de 100 anos, mais de 70 combatentes naturais de Melgaço partiram para esse conflito horrendo. Desses, 5 deles nasceram na freguesia de S. Paio. Foram eles: Inocêncio Carpinteiro, do lugar dos Barreiros; Albano José Flores; Manuel Joaquim da Costa, do lugar dos Lourenços; Alfredo Soares, do lugar da Costa e José Maria Alves Pereira, do lugar do Regueiro. Os primeiros quatro pertenciam à célebre Brigada do Minho (4ª Brigada de Infantaria do Corpo Expedicionário Português), onde teve um papel muito ativo na Batalha de La Lys, enquanto que o soldado José Maria Pereira pertencia ao Batalhão de Sapadores dos Caminhos de Ferro.
Todos estes sampaenses regressaram vivos da guerra. Deixo aqui um resumo das informações que foi possível recolher do percurso de cada um destes valentes soldados durante o conflito:

1 - Inocêncio Augusto Carpinteiro, Soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo Expedicionário Português (2ª Divisão). Nasceu às quatro horas da manhã do dia 23 de Agosto de 1895 no lugar dos Barreiros, na freguesia de S. Paio, filho de Firmino Augusto Carpinteiro e Joaquina Rosa Soares, lavradores.
À época da sua partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador no lugar dos Barreiros desta freguesia de S. Paio. Embarcou para França em 15 de Abril de 1917 integrado no Corpo Expedicionário Português, portador da chapa de identificação nº 49 556.
Já em França, no cenário de guerra, foi punido em 17 de Outubro de 1917 “pelo Comandante do Batalhão com 15 dias de prisão correcional porque aquando da sua nomeação para serviço nas trincheiras, apresentou a sua reclamação como modos pouco respeitosos”.
Foi punido em 19 de Dezembro de 1917 pelo Comandante da Companhia “com 10 dias de detençaão por ter vindo da 1ª linha de trincheiras onde prestava serviço sem autorização e ainda porque sendo por ele interrogado sobre quem o autorizou a vir à 2ª linha, informou falsamente citando o nome do Comandante do posto o que se averiguou não ser verdade…”.
O soldado Inocêncio combateu na Batalha de La Lys (9 de Abril de 1918) tendo sido dado inicialmente como desaparecido em combate. Mais tarde, por comunicação da Comissão dos Prisioneiros de Guerra, verificou-se que tinha sido feito prisioneiro pelos alemães na referida batalha e levado para o Campo de Prisioneiros de Dulmen (região da Renânia/Norte Westfalia, Alemanha, a cerca de 40 Kms a norte de Dortmund) tendo estado também no Campo de Senne, que fica próximo da cidade alemã de Bielefeld. Com o fim da guerra em Novembro de 1918, os prisioneiros de guerra foram libertados e o soldado Inocêncio terá embarcou no navio inglês "Northwestern Miller" em 12 de Janeiro de 1919, na Holanda, e desembarcou em Lisboa, no Cais de Alcântara, em 18 de Janeiro de 1919.
Após voltar da guerra, viria a casar com Ricardina da Conceição Sérvio, natural de S. Paio, em 24 de Agosto de 1920.
Inocêncio Augusto Carpinteiro faleceu em 16 de Setembro de 1981 na freguesia de S. Paio, deste concelho de Melgaço.


Cartão de identificação de Prisioneiro de Guerra do soldado Inocêncio
(Campo de Prisioneiros de Senne, Alemanha)

2 - Albano José Flores, Soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo Expedicionário Português (2ª Divisão), filho de Manuel José Flores e Maria José da Silva, natural da freguesia de S. Paio. À época da sua partida para a guerra, encontrava-se casado com Claudina Rodrigues, natural da freguesia de Paços, concelho de Melgaço. Embarcou para França em 22 de Abril de 1917 integrado no Corpo Expedicionário Português, portador da chapa de identificação nº 49 890. Já em França, no cenário de guerra, baixou à ambulância em 5 de Agosto de 1917, tendo tido alta em 3 de Setembro. Em 15 de Novembro desse ano, encontrando-se em combate, baixou ao hospital por “ter sido ferido em combate neste dia”. Segundo o seu Boletim Individual, a sua hospitalização teve a ver com o facto de ter sido ferido com “estilhaços de granada”. Em 10 de Fevereiro de 1918, seguiu para o Campo Central de Instrução. Encontrava-se de novo em campanha em 2 de Março desse ano, vindo do dito Campo de Instrução.
Já depois do fim da guerra, em Novembro de 1918, em 24 de Janeiro de 1919, recolheu ao 6º Batalhão, indo da Companhia de Telegrafistas do Corpo Expedicionário. Mais tarde, em 6 de Fevereiro do mesmo ano, baixa ao Hospital de Sangue nº 8, tendo alta no dia 18 do mesmo mês, com 2 dias para convalescença. Acabaria por sobreviver à guerra. Depois de recuperado, seguiu para Portugal, juntamente com o 6º Batalhão em 15 de Abril de 1919, a bordo do navio inglês “Northwest Miller”, tendo desembarcado em Lisboa, no Cais de Alcântara em 19 de Abril.

3 - Manuel Joaquim da Costa, Soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo Expedicionário Português (2ª Divisão). Nasceu às cinco horas da tarde do dia 19 de Novembro de 1895 no lugar dos Lourenços, na freguesia de S. Paio, filho de António Joaquim da Costa e Maria Joaquina Marques, lavradores.
À época da sua partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador no lugar dos Lourenços desta freguesia de S. Paio. Embarcou para França em 7 de Abril de 1917 integrado no Corpo Expedicionário Português, portador da chapa de identificação nº 49 517, onde pertenceu à chamada Brigada do Minho.
Sabe-se pouco do seu percurso de guerra durante o conflito. Sabe-se que já em França, no cenário de guerra, terá combatido na Batalha de La Lys (9 de Abril de 1918), integrando o 2º Grupo de Pioneiros.
Sabe-se também que baixou ao Hospital em 1 de Fevereiro de 1919, tendo tido alta no dia 10 seguinte.
Embarcou no Porto de Cherbourg (França), com destino a Portugal, tendo desembarcado em Lisboa, no Cais de Alcântara, em 3 de Abril de 1919.
Após voltar da guerra, viria a casar com Carlota da Pureza Fernandes, em 5 de Fevereiro de 1921.
Manuel Joaquim da Costa viria a falecer em 16 de Outubro de 1969 na freguesia de Paderne, deste concelho de Melgaço.


Cartão da Liga dos Combatentes de Manuel Joaquim da Costa
(Cartão gentilmente cedido por JP Rodrigues)

4 - Alfredo Soares, Soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo Expedicionário Português (2ª Divisão). Nasceu às quatro horas da tarde do dia 28 de Março de 1894 no lugar da Costa, na freguesia de S. Paio, filho de José Luís Soares e de Emília de Freitas, lavradores.
À época da sua partida para a guerra, encontrava-se casado desde 11 de Janeiro de 1914 com Maria Rosa Gomes e era morador no lugar da Granja, desta freguesia de S. Paio, concelho de Melgaço. Embarcou para França em 15 de Abril de 1917 integrado no Corpo Expedicionário Português, portador da chapa de identificação nº 49 393, onde pertenceu à chamada Brigada do Minho. No seu percurso durante a guerra, ficaram registados diversos episódios de punições disciplinares por atos considerados desadequados para o contexto.
Já em França, no cenário de guerra, foi punido em 12 de Agosto de 1917 pelo “Senhor Comandante da Companhia com 8 dias de detenção por ter saído da forma sem autorização quando companhia se dirigia para o local de instrução de noite e ter recolhido o quartel da sua companhia”. Dois dias depois, ou seja a 14 de Agosto de 1917, foi novamente punido “pelo Comandante da Companhia com 6 dias de detenção por ser encontrado no centro de instrução e durante o intervalo apoderar-se de alguma fruta de uma nogueira pertencente a uma propriedade que começa no mesmo campo”.
Em 7 de Março de 1918, encontrava-se em combate tendo sido ferido durante as hostilidades.
Foi punido em 19 de Junho de 1918 “pelo Comandante do Batalhão com 10 dias de prisão disciplinar por ter faltado a uma formatura e responder menos conveniente ao Senhor Comandante da Comandante quando este o mandou calar por pretender tomar posse de uma barraca que lhe não pertencia…”.
Foi punido novamente em 23 de Setembro de 1918 “pelo Senhor Comandante do Batalhão com 10 dias de detenção por faltar à revista que teria lugar em 22 (dia anterior), sem motivo justificado…”. Alguns dias depois, em 28 de Setembro do mesmo ano, voltaria a ser novamente punido pelo “Senhor Comandante do batalhão com 10 dias de detenção por faltar aos trabalhos de fortificação e instrução de 26”.
Em 22 de Outubro de 1918, é ferido e baixou à ambulância nº 4, tendo tido alta para a unidade em 9 de Novembro seguinte.
Em 30 de Outubro, no âmbito da reorganização do C.E.P., é integrado no Batalhão de Infantaria nº 22, 2ª Companhia.
Em 5 de Janeiro de 1919, ainda se encontrava-se no Batalhão de Infantaria nº 22, tendo sido abatido ao efetivo dessa unidade nessa data, dando entrada no Depósito Disciplinar 1 no dia seguinte, facto provavelmente relacionado pelos numerosos casos de indisciplina protagonizados pelo soldado Alfredo Soares. Necessitou de cuidados médicos em 15 de Fevereiro de 1919, quando baixou ao Hospital de Sangue 8, tendo tido alta em 12 de Maio seguinte.
Em 5 de Junho de 1919, seguiu para o Pelotão de Estafetas afim de ali aguardar julgamento, vindo das Prisões da Base. Nada consta acerca do julgamento no seu Boletim Individual. Apenas sabemos que embarcou no Porto de Cherbourg (França), com destino a Portugal, juntamente com o Depósito Disciplinar 1, em 5 de Julho de 1919, tendo desembarcado em Lisboa, no Cais de Alcântara, no dia 8 do mesmo mês e ano.

5 - José Maria Alves Pereira, Soldado do Batalhão de Sapadores de Caminhos de Ferro, 2ª Companhia. Nasceu às sete horas da tarde do dia 8 de Março de 1894 no lugar do Regueiro, na freguesia de S. Paio, filho de Francisco José Alves Pereira e de Maria do Livramento Gomes, lavradores.
À época da sua partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador no dito lugar do Regueiro, desta freguesia de S. Paio, concelho de Melgaço. Embarcou para França em 26 de Maio de 1917 integrado no Corpo Expedicionário Português, portador da chapa de identificação nº 72 482.
Sabemos muito pouco do seu percurso durante a guerra. Já em França, no cenário de guerra, foi integrado na S.E.M.M. em 1 de Setembro de 1917. Sabemos que foi punido em 7 de Agosto de 1918 “pelo Comandante do Batalhão com 2 dias de detenção porque estando naquela data na formatura da limpeza do gado, saiu da mesma formatura sem autorização do sargento que assistia…”.
Após o término da guerra, embarcou no Porto de Cherbourg (França), com destino a Portugal, juntamente com o Batalhão de Sapadores dos Caminhos de Ferro, em 27 de Abril de 1919, tendo desembarcado em Lisboa, no Cais de Alcântara, no dia 1 de Maio seguinte.