José Augusto Vieira na obra “O Minho Pitoresco”, tomo I, de 1886 diz
sobre o presunto de Melgaço “ (...) Podes todavia entrar sem receio n’essa hospedaria
honesta e limpa, porque se te falta na taboleta o sabor francês da palavra
Hotel, não te faltará em compensação à mesa o sabor dos apetitosos bifes de
presunto, que ali te servem, como um prato especial da terra! O Presunto de
Melgaço! Que epopeia seria necessária para descrever-lhe o paladar fino e
delicado, o aroma gratíssimo, a cor rosa escarlate, a frescura viçosa da fibra
(...) Houvera-o provado Brillat-Savarin (...) e a sua Physiologia do gosto
teria hoje de certo o mais suculento e o mais brilhante de todos os seus
capítulos! Alimento sólido e forte, puxavante do verde, (...) o presunto de Melgaço,
conhecido em todo o país é por assim dizer a syntese da phisiologia local.
Válido, robusto, ágil, com o sangue puro bem oxygenado a estalar-lhe nas
bochechas rosadas, o melgacense genuíno destaca-se dos habitantes dos outros
concelhos próximos, a ponto de ser entre estes vulgar a phrase de:
Extraído de: VIEIRA, José Augusto (1886) - O Minho Pittoresco, tomo I, edição da livraria de António Maria Pereira- Editor, Lisboa.
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