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sexta-feira, 13 de julho de 2018

Melgacenses que combateram na Primeira Grande Guerra - Os Expedicionários da freguesia de Rouças



Há cerca de um século atrás, dezenas de milhares de soldados portugueses partem para França e para África para participarem no mais horrendo conflito armado que a Humanidade tinha conhecido até aí. O "contingente melgacense" era formado por mais de 70 soldados, dos quais 6 eram naturais da freguesia de Santa Marinha de Rouças. A estes, hoje prestamos-lhe a merecida homenagem. Eles foram:

1 - Manuel Cardoso, Alferes do Q. A. A. - Arsenal do Exército e Parque Automóvel. Nasceu às quatro horas da tarde do dia 14 de Maio de 1884 na freguesia de Santa Marinha de Rouças em lugar que não consta no respetivo assento de batismo, filho de Joaquim da Costa Cardoso e de Emília de Jesus Cardoso, moradores na referida freguesia de Rouças do concelho de Melgaço.
À data da sua partida para a guerra, encontrava-se casado com Maria Luíza Esteves Cardoso, natural do concelho de Matosinhos, e era morador em Paço d’Arcos, no concelho de Oeiras.
Embarcou para França integrado no Corpo Expedicionário Português a 5 de Junho de 1918 a bordo do navio Pedro Nunes e desembarcou no Porto de Brest (França) em 10 de Junho desse mesmo ano, ficando de quarentena na ilha de Treberou, seguindo depois em caminho de ferro para Bologne em 23 de Junho.
Sabemos que se encontrava presente no Parque Automóvel no dia 30 de Junho de 1918. Baixa ao hospital em 23 de Outubro desse mesmo ano, tendo alta no dia 28 seguinte.
Já depois do fim da guerra, foi colocado no Depósito de Material da Base 2 (Secção de Material Automóvel) como adjunto em 15 de Março de 1919.
Viria a sobreviver à guerra, tendo embarcado no Porto de Cherbourg (França) com destino a Portugal a bordo do navio inglês “Northwestern Miller” em 5 de Julho de 1919, tendo desembarcado em Lisboa, no Cais de Alcântara em 8 de mesmo mês e ano.

2 - José Rodrigues, Soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo Expedicionário Português (2ª Divisão). Nasceu às 8 horas da tarde do dia 1 de Abril de 1892, na Quinta de Cavaleiros, freguesia de Santa Marinha de Rouças deste concelho de Melgaço, filho de António Rodrigues e de Anna Domingues.
À data da sua partida para a guerra, encontrava-se viúvo e era morador na referida freguesia de Rouças.
Embarcou para França no Cais de Alcântara, em Lisboa, integrado no Corpo Expedicionário Português a 15 de Abril de 1917, onde pertenceu à Brigada do Minho, tendo desembarcado no Porto de Brest (França).
Muito pouco se sabe sobre o percurso deste soldado no conflito armado. Apenas se sabe que embarcou em França com destino a Portugal no dia 19 de Dezembro de 1917 para gozo de 20 dias de licença de campanha e terá desembarcado em Lisboa em Lisboa em 22 de Dezembro do mesmo ano. Aparentemente, por razões que se desconhecem, não voltou a França. Não constam mais anotações no seu Boletim Individual.

3 - Hipólito Lourenço - Soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo Expedicionário Português (2ª Divisão). Nasceu às três horas da tarde do dia 20 de Abril de 1892, no lugar da Picota, freguesia de Santa Marinha de Rouças deste concelho de Melgaço, filho de pai incógnito e de Maria da Nazaré Lourenço.
À data da sua partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador no dito lugar da Picota, da freguesia de Rouças.
Embarcou para França, no Cais de Alcântara, em Lisboa, integrado no Corpo Expedicionário Português a 22 de Abril de 1917, onde pertenceu à Brigada do Minho, tendo desembarcado no Porto de Brest (França).
Já no cenário de guerra, sabe-se que foi punido em 9 de Setembro de 1917 “com 2 dias de detenção por ser pouco cuidadoso com a limpeza do armamento que lhe está distribuído”. Viria a ser novamente punido em 16 de Janeiro de 1918 “pelo Exmo. General Comandante do C.E.P. com 20 dias de prisão correcional por na noite de 7 para 8 de Dezembro, estando de sentinela num posto de 1ª linha, foi encontrado pelo sargento de ronda sentado na banqueta e não ter tomado uma atitude correta quando aquele seu superior o advertia infringindo assim os deveres…”.
Sabe-se também que em 14 de Fevereiro de 1918, baixou à Ambulância nº 1, tendo sido evacuado para o hospital no mesmo dia, não se encontrando registada a data em que teve alta.
Viria a ser aumentado ao efetivo do Batalhão de Infantaria nº 22 e à 3ª Companhia com o número 775 em 30 de Outubro de 1918.
Sobreviveu à guerra e seria repatriado juntamente com o Primeiro Batalhão, tendo embarcado no Porto de Cherbourg (França) em 25 de Maio de 1919, e viria a desembarcar em Lisboa, no Cais de Alcântara, em 28 de Maio seguinte.
Depois de regressar da guerra, casou com Deolinda do Espírito Santo da Cunha em 18 de Dezembro de 1920. A sua esposa viria a falecer na freguesia de Rouças em 28 de Setembro de 1941. Contudo, Hipólito Lourenço viria a casar em segundas núpcias com Laurinda Fernandes, do lugar de Eiró, em 2 de Março de 1968.
Viria a falecer no dia 17 de Outubro de 1972, na freguesia de Rouças, neste concelho de Melgaço.

4 - Manuel José Lourenço, Soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo Expedicionário Português (2ª Divisão). Nasceu às doze horas da noite do dia 10 de Janeiro de 1895 no lugar de Perzes, freguesia de Santa Marinha de Rouças deste concelho de Melgaço, filho de José Manuel Lourenço e de Joaquina Roza Eanes.
À data da sua partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador na referida freguesia de Rouças.
Embarcou em Lisboa, no Cais de Alcântara, com destino a França integrado no Corpo Expedicionário Português a 15 de Abril de 1917, onde pertenceu à Brigada do Minho.
São muito escassos os dados sobre o percurso deste soldado durante a guerra. Apenas encontramos registado que baixou à Ambulância nº 5 em 11 de Março de 1918 e foi evacuado para o Hospital de Sangue nº 1no dia 13 do mesmo mês.
Viria a sobreviver a este conflito armado, tendo embarcado no Porto de Cherbourg (França) com destino a Portugal em 16 de Abril de 1919 e viria a desembarcar em Lisboa, no Cais de Alcântara, em 19 de Abril de 1919.
Após voltar da guerra, viria a casar com Roza Fernandes, natural da freguesia de Rouças, em 27 de Agosto de 1922.
Viria a faleceu às 8 horas da manhã do dia 25 de Setembro de 1967, na freguesia de Rouças, concelho de Melgaço.

5 - António Pires, Soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo Expedicionário Português (2ª Divisão). Nasceu às duas horas da manhã do dia 8 de Julho de 1894, filho de pai incógnito e Dolores Pires, natural do lugar do Paço, Rouças, deste concelho de Melgaço.
À data da sua partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador no referido lugar do Paço, na freguesia de Rouças.
Embarcou para França, no Cais de Alcântara, em Lisboa, em 22 de Abril de 1917, integrado no Corpo Expedicionário Português, tendo pertencido à famosa Brigada do Minho, sendo portador da chapa de identificação nº 49 837. Desembarcou no Porto de Brest (França), juntamente com a sua unidade.
Já no cenário de guerra, em França, sabe-se que foi punido em 16 de Setembro de 1917 “pelo Comandante da Companhia com 10 dias de detenção por não apresentar a bolacha de ração de reserva que lhe havia sido distribuída com a recomendação expressa de não a comer sem autorização, recomendação esta que foi feita por um oficial antes de marchar para as trincheiras da 2ª Brigada de Infantaria e na ocasião da distribuição”.
Foi dado como desaparecido em combate durante a Batalha de La Lys 9 de Abril de 1918. Contudo, por comunicação da Comissão de Prisioneiros de Guerra, chegou a informação que, na realidade, tinha sido feito prisioneiro pelos alemães durante as hostilidades e levado para o Campo de Prisioneiros de Friedrichsfeld, na Alemanha, tendo sido libertado após o fim do conflito em Novembro de 1918.
O soldado António Pires encontrava-se presente no Porto de Embarque em 20 de Dezembro de 1918, a aguardar o repatriamento para Portugal. Viria a embarcar na Holanda, em porto que se desconhece, com destino a Portugal, no navio inglês "Northwestern Miller" em 12 de Janeiro de 1919, tendo chegado a território nacional e desembarcou em Lisboa, no Cais de Alcântara, em 18 de Janeiro de 1919.
Após voltar da guerra, viria a casar com Delfina Alves em 17 de Abril de 1930.
Faleceu na freguesia de Rouças, neste concelho de Melgaço, no dia 31 de Outubro de 1967.

6Emílio Augusto Veloso, Soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo Expedicionário Português (2ª Divisão). Nasceu às quatro horas da manhã do dia 24 de Junho de 1894, filho de pai incógnito e Maria Veloso, natural do lugar do Cabreiros, freguesia de Rouças, deste concelho de Melgaço.
À data da sua partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador no referido lugar do Cabreiros, na dita freguesia de Rouças.
Embarcou para França, no Cais de Alcântara, em Lisboa, em 15 de Abril de 1917, integrado no Corpo Expedicionário Português, tendo pertencido à famosa Brigada do Minho, sendo portador da chapa de identificação nº 49 670. Desembarcou no Porto de Brest (França), juntamente com a sua unidade.
Quase nada se conhece acerca do seu percurso durante a guerra. Apenas se sabe que já perto do fim da guerra, foi “aumentado ao efetivo do Batalhão de Infantaria nº 22 e à Formação com o nº 160 em 30 de Outubro de 1918”.
Sobreviveu à guerra. Viria a ser repatriado, juntamente com o Primeiro Batalhão de Infantaria, e embarca no Porto de Cherbourg (França), com destino a Portugal, em 25 de Maio de 1919, tendo chegado a território nacional e desembarcado em Lisboa, no Cais de Alcântara, em 28 de Maio do mesmo ano.
Após voltar da guerra, viria a casar com Cândida Augusta Afonso em 6 de Fevereiro de 1929.
Faleceu na freguesia de São Vítor, no concelho de Braga, no dia 18 de Março de 1969.

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