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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

As origens do povoamento na vila de Melgaço: verdade e lenda

A vila de Melgaço na atualidade
(Foto de "A Terceira Dimensão)

Augusto C. Esteves, apostado em prosseguir na busca do «Melgaço de antanho», embrenhou-se naquela zona, onde história e lenda se confundem perigosamente, chegando a afirmar o seguinte: “Simplesmente o nome deste povo, a palavra Melqaci não esmalta as páginas do livro de Plinio, por que como ele mesmo confessou, pareceu-lhe fastidiosa a enumeração total desses povos.
O chefe dos melgaceos, o celta Melgacus que os baptizou, baptizou também este querido torrão natal, por que escolheu o planalto onde hoje assenta a vila para ai erguer o seu opidum, que lhe serviu, ao mesmo tempo, de centro de governo da sua civitas, de defesa e de habitação: uma fortaleza com duas ou três ordens de muralhas, à semelhança de Briteiros, Sabrosa ou Santa Luzia, com casas redondas ou rectangulares para o chefe e servos, estábulos para gados, etc.
Por seu turno, João de Almeida, embora sem referir o nome de Melgacus e sem reconhecer a existência dum «oppidum» celta (!), sustenta idêntica opinião, ao invés da maioria dos autores. Refere que “é povoação antiquíssima, fundada pelos lusitanos, devendo a sua primeira fortaleza ter consistido num castro de povoamento, em breve transformado num oppidum de grande importância militar e politica, mercê das qualidades excepcionais da sua situação, à margem dum grande rio.
Em contrapartida, quase todos, registe-se a excepçâo de Damião Peres, mencionam o facto de nesse local, os Islamitas possuírem, por um curto período, e em finais do séc. IX, uma «grande fortaleza, chamada Castello do Minho, que no tempo do conde D. Henrique estava arruinada».
Mas é só com D. Afonso Henriques, que Melgaço entra documentalmente na História. O nosso primeiro Rei concedeu-lhe, em 1183, foraI, confirmado em 1219 e, de novo, em 1261, «porque os moradores não quiseram aceitar o de 1258, que lhes dava o foro de Monção»• Segundo Damião Peres, a existência de um casto no local do castelo, embora aceitável, terá de ser provada arqueologicamente. Com absoluta certeza sabe-se, que existe um ou mais na freguesia de Remoães, a uns escassos quilómetros da vila, e ainda par estudar.
O acto régio em si próprio inculca tratar-se de povoadores anteriormente ali fixados, e em razoável número, pois até se menciona, como habituai, a vinda de mercadores estrangeiros.


Informações recolhidas em:
- ALMEIDA, João de (1943) - Reprodução anotada do Livra das Fortalezas de Duarte d’ Armas. Lisboa, Editorial lmpério, p. 430.
- SILVA, Armando Malheiro (1984) – A fortaleza de Melgaço: pedras e património. Separata da revista MÏNIA 
- PERES, Damião (1965) - A Gloriosa História dos Mais Belos Castelos de Portugal.Porto, Portucalense Editora, fasc. Il.
- PEREIRA, Esteves e RODRIGUES, Guilherme (1962) -  Portugal. Dicionário Histórico e Chorographico, Biographico, 

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