Augusto C. Esteves, apostado em
prosseguir na busca do «Melgaço de antanho», embrenhou-se naquela zona, onde história
e lenda se confundem perigosamente, chegando a afirmar o seguinte: “Simplesmente
o nome deste povo, a palavra Melqaci não esmalta as páginas do livro de Plinio,
por que como ele mesmo confessou, pareceu-lhe fastidiosa a enumeração total
desses povos.
O chefe dos melgaceos, o celta
Melgacus que os baptizou, baptizou também este querido torrão natal, por que
escolheu o planalto onde hoje assenta a vila para ai erguer o seu opidum, que lhe
serviu, ao mesmo tempo, de centro de governo da sua civitas, de defesa e de
habitação: uma fortaleza com duas ou três ordens de muralhas, à semelhança de
Briteiros, Sabrosa ou Santa Luzia, com casas redondas ou rectangulares para o
chefe e servos, estábulos para gados, etc.
Por seu turno, João de Almeida,
embora sem referir o nome de Melgacus e sem reconhecer a existência dum
«oppidum» celta (!), sustenta idêntica opinião, ao invés da maioria dos autores.
Refere que “é povoação antiquíssima, fundada pelos lusitanos, devendo a sua
primeira fortaleza ter consistido num castro de povoamento, em breve transformado
num oppidum de grande importância militar e politica, mercê das qualidades
excepcionais da sua situação, à margem dum grande rio.
Em contrapartida, quase todos,
registe-se a excepçâo de Damião Peres, mencionam o facto de nesse local, os
Islamitas possuírem, por um curto período, e em finais do séc. IX, uma «grande
fortaleza, chamada Castello do Minho, que no tempo do conde D. Henrique estava
arruinada».
Mas é só com D. Afonso Henriques,
que Melgaço entra documentalmente na História. O nosso primeiro Rei
concedeu-lhe, em 1183, foraI, confirmado em 1219 e, de novo, em 1261, «porque
os moradores não quiseram aceitar o de 1258, que lhes dava o foro de Monção»•
Segundo Damião Peres, a existência de um casto no local do castelo, embora
aceitável, terá de ser provada arqueologicamente. Com absoluta certeza sabe-se,
que existe um ou mais na freguesia de Remoães, a uns escassos quilómetros da
vila, e ainda par estudar.
O acto régio em si próprio inculca tratar-se de povoadores
anteriormente ali fixados, e em razoável número, pois até se menciona, como habituai,
a vinda de mercadores estrangeiros.
Informações recolhidas em:
- ALMEIDA, João de (1943) - Reprodução
anotada do Livra das Fortalezas de Duarte d’ Armas. Lisboa, Editorial
lmpério, p. 430.
- SILVA,
Armando Malheiro (1984) – A fortaleza de Melgaço: pedras e património. Separata
da revista MÏNIA
- PERES, Damião (1965) - A
Gloriosa História dos Mais Belos Castelos de Portugal.Porto, Portucalense
Editora, fasc. Il.
- PEREIRA, Esteves e RODRIGUES,
Guilherme (1962) - Portugal. Dicionário
Histórico e Chorographico, Biographico,
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