"Castro de
Laboreiro, 24 de Agosto de 1948 - Estas pequenas comunidades que
nos restam, Rio de Onor, Vilarinho da Furna, Laboreiro, etc., estão na última
agonia. O Estado já não as pode tolerar, alheias à vida da nação, estrangeiras
dentro do próprio território. Por isso manda-lhes ao coração o golpe de
uma estrada e a isca da caminheta dum sardinheiro. E assim, um a um se vão
apagando estes pequenos enclaves, não digo de paradisíaca felicidade, mas de
humana e natural liberdade. Uma vida social assim, apenas acrescentada de
ciência e cultura seria ideal. Antes de mais, o homem começou aqui por formar
uma consciência cívica e fraterna, fundada em amor, e fez depois as reformas
consoantes.Mas parece que se resolveu matar primeiro o homem e sua harmonia
espontânea, e construir então sobre cadáveres o futuro."
(Miguel Torga, Diário IV)
Mesmo, la, (ahí) foi escrito? Maravilhosa reliquia do nosso (meu, vá!!) santo da escrita!!
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