Parta
de automóvel da povoação de Castro Laboreiro pela EN 202-3 e vire à sua direita
quando encontrar um conjunto de placas que indicam os lugares de Rodeiro,
Antões, Coriscadas e Planalto.
Percorrerá então durante cerca de 3 km um estradão em paralelo
que se prolonga quase até à aldeia de Rodeiro, que não se torna necessário
atingir para a realização deste percurso.
A certa altura, deparar-se-Ihe-á uma bifurcação em terra batida
que aparece ao seu lado esquerdo, em A do Freire,
onde deverá deixar o seu veículo. O Outono e a Primavera são as melhores
estações do ano para a concretização deste percurso, que desaconselhamos em
dias chuvosos, já que as cotas (1203-1230m) são propícias à formação de
nevoeiros cerrados, o que muito dificulta a orientação. Nesta sequência.
recomenda-se a utilização de roupa grossa e de botas para uma melhor progressão
no terreno, que se encontra frequentemente repleto de tojo alto.
A partir de A do Freire, tome um caminho vicinal e inicie a
subida até ao Planalto. A paisagem, quase desarborizada, apresenta-se semeada
de terrenos de pastagem que servem de alimento à raça cachena,
predominante nas zonas serranas minhotas pela sua resistência às agruras
climáticas. Sensivelmente a meio, encontrará nova bifurcação, devendo ser
tomado o caminho da esquerda, que conduz a zona de Gontim, uma cota de 1203m,
avistando desde logo um dos marcos fronteiriços de granito. Recomendamos uma
subida à parte mais alta, à direita, onde poderá divisar a linha fronteiriça e
até, se o desejar, passar para Espanha em direcção às povoações mais próximas.
O planalto de Castro Laboreiro apresenta vestígios de remotas ocupações
humanas, entre as quais se destacam os dólmenes (muitos deles já semi-destruídos),
de razoáveis dimensões, que se distribuem isoladamente ou agrupados,
constituindo as suas mamoas (estruturas de protecção externa) aquilo que mais
facilmente se divisa.
Este local vale ainda pelo seu interesse faunístico, onde
destacamos os aspectos ornitológicos. Recomendamos a todos aqueles que se
interessam pela observação de aves que se munam de um bom par de binóculos e da
mui necessária dose de paciência, uma vez que é possível avistar espécies que
encontram aqui refúgio, sobretudo rapaces, tais como o açor (Accipiter
gentilis), a águia-de-asa-redonda (Buteo buteo), o
peneireiro-vulgar (Falco tinnunculus), o tartaranhão-caçador (Circus
pygargus) e ainda o falcão-peregrino (Fafco peregrinus).
Regresse pelo caminho que fez anteriormente, podendo agora
constatar na linha do horizonte a imponência dos recortes das serras da Peneda
e do Soajo. Ao descer e ao atingir a primeira bifurcação, desvie à sua
esquerda, prosseguindo numa outra derivação deste caminho vicinal, onde a
paisagem muda completamente. Constitui a parte mais refrescante deste passeio a
pé, já que poderá observar extensos mantos de carqueja e de giesta, esta última
fornecendo alguma sombra. Prosseguirá ladeado de pequenos lameiros, cuja
existência se deve às muitas nascentes de água que aqui ocorrem.
O terreno tem declives pouco acentuados onde predominam os
planos inclinados. Tal como noutras zonas, e apesar de uma relativa
preservação, constata-se que também por estas paragens existe, por vezes,
desrespeito pelo uso de materiais tradicionais na construção dos edifícios
destinados ao abrigo dos gados ou a encilagem. A arquitectura das casas
continua ainda a manter uma traça comum à zona, à excepção das casas dos
emigrantes.
A parte final do trajecto termina no Caminho das Pedregadas,
que, como a sua designação deixa adivinhar, se revela um pouco mais difícil...
Chegado à estrada para Rodeiro, estará muito próximo do local onde estacionou o
seu veículo.
Extraído
de: http://www.seleccoes.pt/planalto-de-castro-laboreiro-melga%C3%A7o
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