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quarta-feira, 24 de abril de 2013

A Capela da Senhora da Graça (próximo da vila de Melgaço): algumas notas históricas



A construção desta capela remonta ao século XVII. Os documentos mais antigos levam-nos a  1609, a 10 Julho e referem-se à instituição de 6 missas na Capela da Graça pelo abade da freguesia, Tristão de Castro, por sua alma e de seus defuntos. Em 1610, a 12 Fevereiro dá-se a abertura do testamento do Abade Tristão na Quinta de Surribas. Foii primeiro administrador da capela Gregório de Castro, filho do instituidor. Em 1618, a 8 Julho é a data em que este já era falecido. Sucedeu-lhe na administração Gregório de Castro, filho do anterior e de D. Crecência da Rocha, morrendo solteiro sem descendência. A administração da capela passou assim para Pedro de Castro, irmão do primeiro e tio do segundo, sendo casado com a filha e herdeira de Marcos Pereira Velho e mulher D. Eulália Tabeira da Costa, senhores da Casa do Supegal. Em 1644, Pedro de Castro já era falecido. O quarto administrador foi Diogo Pereira de Castro, filho primogénito de Pedro de Casto, casado com D. Ana Soares Lobato de Lanções. Sabe-se que já no século XVIII sucedeu-lhe seu filho Mateus Pereira de Castro, cavaleiro professo da Ordem de Cristo e, por morte deste, seu irmão Bernardo Pereira de Castro e Lanções. Herdou depois a Quinta de Sopegal e a capela anexa ao morgado sua filha D. Ana Maria Pereira de Castro e Lira, que casou com António Luís Malheiro Pereira. Este foi o sétimo administrador da capela, a que sucedeu seu filho João Malheiro Pereira de Castro e Lira, que casou com D. Maria Joaquina de Abreu Coutinho, não gerando filhos. Em 1806, a 10 Dezembro, a capela da Senhora da Graça pertencia à Casa e Morgado de Sopegal, de que era senhor e administrador João Malheiro Pereira de Castro e Lira, Fidalgo da Casa Real. Neste documento, a capela é descrita como sendo de pedra de cantaria, com cornija e pirâmides nos quatro cantos, com cruz lavrada para Este, com seu entablamento de pedra lavrada e campanário na fronteira e duas frestas. Tinha a porta para Oeste com seu rocio murado à volta da capela, com a entrada por um corte na parede do lado Sul. Estava madeirada e forrada de novo, com porta nova de castanho, e ainda não se tinha feito o retábulo, por se ter arruinado o que tinha. O rocio da capela tinha para Este 20 varas, a Norte 13, a Oeste 13 e a Sul, partindo para a estrada que ia da vila para Rouças 16 varas. Enquanto duravam as obras, a imagem de Nossa Senhora da Graça estava na Igreja Matriz da freguesia. Sabe-se que em 1831, a 13 Maio João Malheiro instituiu por testamento a herdeira universal de todos os bens vinculados D. Maria Antónia de Almada Leite Machado Malheiro, filha de Inácio Leite Pereira de Almeida Pinheiro e de D. Grácia Flávia Machado de Melo Pereira Malheiro, prima co-irmã do testador. Em 1836, a 17 Janeiro, ocorre a morte de D. Maria Antónia, solteira e ainda em vida do testador. A 23 Fevereiro desse ano, João Malheiro P. Celina indicou como sua herdeira uma irmã de D. Maria Antónia, D. Grácia Xavier, Viscondessa da Azenha. A 1840, a 2 Março, após a morte da viscondessa, herdou a capela da Senhora da Graça e sua fábrica, a filha D. Emília Correia Leite de Almada. Em 1847, a 13 Maio, D. Emília casou com Dom Santiago Garcia Y Mendoza, o qual acabou por desbaratar o grande dote de esposa;  Em 1860, a 5 Maio, verifica-se a compra da capela pelo reverendo António Joaquim Feijó, reitor de São Miguel da Facha, filho dos Senhores do Morgado da Casa da Torre. Em 1864, a 6 Março, ocorre a compra da Capela por Manuel José Esteves Melgaço, bem como os foros pertencentes à mesma, por 250$000. No ano de 1871, a 29 Setembro,  achando-se a capela ao abandono e completamente inútil para o culto, Manuel José Esteves Melgaço e esposa D. Maria Rita Alves reedificaram-na e aumentaram-na. Como para a devida habilitação para o culto, o arcebispo de Braga exigia que os pretendentes reconstituíam o património dos bens imobiliários necessários à sua manutenção permanente de 6$000 livres de encargos, os outorgantes doam para património da capela e sua fábrica a sua propriedade, que produzia pão e vinho e era terra de rega e lima, com suas águas, regalias e servidões, e que eles compraram ao reverendo Dinis Ferraz de Araújo, ex-abade de Rouças, a qual rendia anualmente 14$000. Esta ficava no lugar do Telheiro, freguesia de Rouças. Em 1872, a 12 Junho é a data do autuamento do requerimento apresentado no cartório da Câmara Arquiepiscopal de Braga, onde substituíam o património anteriormente referido por outro sobre inscrições da divida pública portuguesa. No 25 Junho do mesmo ano, depois de organizado o processo, foi deferido a pretensão da capela ser benzida de novo e nela se celebrar missa, pelo arcebispo D. José Joaquim de Azevedo Moura. A 12 Agosto regista-se a provisão de licença para se continuar a celebrar missa na capela. Em 1877, a 14 Agosto, ocorre o casamento de D. Maria de Nazaré Esteves com Francisco António Cerdeira, natural de Rouças. Em 1887, a 14 Agosto, regista-se a morte de Francisco António Cerdeira. Em 1889, a 31 Julho, dá-se o falecimento de Manuel José Esteves Melgaço, ficando a Quinta de Eiró e a capela da Graça para a sua filha D. Maria de Nazaré Esteves. Em 1888, a 2 Setembro é a data do casamento em segundas núpcias de D. Maria de Nazaré Esteves com Vitorino Augusto dos Santos Lima. Posteriormente, D. Maria de Nazaré vendeu a capela da Graça a Ernesto Viriato dos Passos Ferreira da Silva, natural de Braga e casado com uma senhora de Melgaço. Sabia-se que em 1955 este era ainda o administrador da capela. 

Informações recolhidas em:
www. monumentos.pt

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