A construção desta capela remonta ao século XVII. Os documentos
mais antigos levam-nos a 1609, a 10
Julho e referem-se à instituição de 6 missas na Capela da Graça pelo abade da
freguesia, Tristão de Castro, por sua alma e de seus defuntos. Em 1610, a 12
Fevereiro dá-se a abertura do testamento do Abade Tristão na Quinta de
Surribas. Foii primeiro administrador da capela Gregório de Castro, filho do
instituidor. Em 1618, a 8 Julho é a data em que este já era falecido. Sucedeu-lhe
na administração Gregório de Castro, filho do anterior e de D. Crecência da
Rocha, morrendo solteiro sem descendência. A administração da capela passou
assim para Pedro de Castro, irmão do primeiro e tio do segundo, sendo casado
com a filha e herdeira de Marcos Pereira Velho e mulher D. Eulália Tabeira da
Costa, senhores da Casa do Supegal. Em 1644, Pedro de Castro já era falecido. O
quarto administrador foi Diogo Pereira de Castro, filho primogénito de Pedro de
Casto, casado com D. Ana Soares Lobato de Lanções. Sabe-se que já no século XVIII
sucedeu-lhe seu filho Mateus Pereira de Castro, cavaleiro professo da Ordem de
Cristo e, por morte deste, seu irmão Bernardo Pereira de Castro e Lanções. Herdou
depois a Quinta de Sopegal e a capela anexa ao morgado sua filha D. Ana Maria
Pereira de Castro e Lira, que casou com António Luís Malheiro Pereira. Este foi
o sétimo administrador da capela, a que sucedeu seu filho João Malheiro Pereira
de Castro e Lira, que casou com D. Maria Joaquina de Abreu Coutinho, não gerando
filhos. Em 1806, a 10 Dezembro, a capela da Senhora da Graça pertencia à Casa e
Morgado de Sopegal, de que era senhor e administrador João Malheiro Pereira de
Castro e Lira, Fidalgo da Casa Real. Neste documento, a capela é descrita como
sendo de pedra de cantaria, com cornija e pirâmides nos quatro cantos, com cruz
lavrada para Este, com seu entablamento de pedra lavrada e campanário na fronteira
e duas frestas. Tinha a porta para Oeste com seu rocio murado à volta da
capela, com a entrada por um corte na parede do lado Sul. Estava madeirada e
forrada de novo, com porta nova de castanho, e ainda não se tinha feito o
retábulo, por se ter arruinado o que tinha. O rocio da capela tinha para Este
20 varas, a Norte 13, a Oeste 13 e a Sul, partindo para a estrada que ia da
vila para Rouças 16 varas. Enquanto duravam as obras, a imagem de Nossa Senhora
da Graça estava na Igreja Matriz da freguesia. Sabe-se que em 1831, a 13 Maio João
Malheiro instituiu por testamento a herdeira universal de todos os bens
vinculados D. Maria Antónia de Almada Leite Machado Malheiro, filha de Inácio
Leite Pereira de Almeida Pinheiro e de D. Grácia Flávia Machado de Melo Pereira
Malheiro, prima co-irmã do testador. Em 1836, a 17 Janeiro, ocorre a morte de
D. Maria Antónia, solteira e ainda em vida do testador. A 23 Fevereiro desse
ano, João Malheiro P. Celina indicou como sua herdeira uma irmã de D. Maria
Antónia, D. Grácia Xavier, Viscondessa da Azenha. A 1840, a 2 Março, após a
morte da viscondessa, herdou a capela da Senhora da Graça e sua fábrica, a
filha D. Emília Correia Leite de Almada. Em 1847, a 13 Maio, D. Emília casou
com Dom Santiago Garcia Y Mendoza, o qual acabou por desbaratar o grande dote
de esposa; Em 1860, a 5 Maio,
verifica-se a compra da capela pelo reverendo António Joaquim Feijó, reitor de
São Miguel da Facha, filho dos Senhores do Morgado da Casa da Torre. Em 1864, a
6 Março, ocorre a compra da Capela por Manuel José Esteves Melgaço, bem como os
foros pertencentes à mesma, por 250$000. No ano de 1871, a 29 Setembro, achando-se a capela ao abandono e
completamente inútil para o culto, Manuel José Esteves Melgaço e esposa D.
Maria Rita Alves reedificaram-na e aumentaram-na. Como para a devida
habilitação para o culto, o arcebispo de Braga exigia que os pretendentes
reconstituíam o património dos bens imobiliários necessários à sua manutenção
permanente de 6$000 livres de encargos, os outorgantes doam para património da
capela e sua fábrica a sua propriedade, que produzia pão e vinho e era terra de
rega e lima, com suas águas, regalias e servidões, e que eles compraram ao
reverendo Dinis Ferraz de Araújo, ex-abade de Rouças, a qual rendia anualmente
14$000. Esta ficava no lugar do Telheiro, freguesia de Rouças. Em 1872, a 12
Junho é a data do autuamento do requerimento apresentado no cartório da Câmara
Arquiepiscopal de Braga, onde substituíam o património anteriormente referido
por outro sobre inscrições da divida pública portuguesa. No 25 Junho do mesmo
ano, depois de organizado o processo, foi deferido a pretensão da capela ser benzida
de novo e nela se celebrar missa, pelo arcebispo D. José Joaquim de Azevedo
Moura. A 12 Agosto regista-se a provisão de licença para se continuar a
celebrar missa na capela. Em 1877, a 14 Agosto, ocorre o casamento de D. Maria
de Nazaré Esteves com Francisco António Cerdeira, natural de Rouças. Em 1887, a
14 Agosto, regista-se a morte de Francisco António Cerdeira. Em 1889, a 31
Julho, dá-se o falecimento de Manuel José Esteves Melgaço, ficando a Quinta de
Eiró e a capela da Graça para a sua filha D. Maria de Nazaré Esteves. Em 1888, a
2 Setembro é a data do casamento em segundas núpcias de D. Maria de Nazaré
Esteves com Vitorino Augusto dos Santos Lima. Posteriormente, D. Maria de
Nazaré vendeu a capela da Graça a Ernesto Viriato dos Passos Ferreira da Silva,
natural de Braga e casado com uma senhora de Melgaço. Sabia-se que em 1955 este
era ainda o administrador da capela.
Informações recolhidas em:
www. monumentos.pt
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