A 19 de Março de 1933, o estado Novo,
procura legitimar a nova Constituição submetendo-a a um referendo.
“Embora o povo não esteja, na sua grande
maioria, apto para votar em perfeita consciência o texto completo da
Constituição, o seu voto tem um significado político que não é lícito
desprezar: é um voto de confiança nos dirigentes”, afirmava o Ministro das
Finanças, Oliveira Salazar, na Sessão de 5 de Maio de 1932 do Conselho Político
Nacional, sobre a decisão de submeter a plebiscito a Constituição de
1933.
Ao propor que a Constituição fosse
referendada, Salazar reconhecia a necessidade de dar ao mundo a noção, mesmo
que aparente, de que o Estado Novo tinha a legitimidade indispensável. O
artifício legal de tornar o voto obrigatório e considerar-se através dele a
abstenção como uma atitude de aprovação, passaria despercebido aos olhos dos
analistas da época e também do povo português. Na verdade, o número das abstenções foram somadas à contagem do
"SIM", falseando a vontade da maioria. Bem que podemos dizer que quem
cala, consente.
Confira os resultados em
Melgaço, onde o SIM ganha de uma forma esmagadora. Ou terá havido um elevado número de abstencionistas?
Ainda se diz que a votação decorreu com elevado entusiasmo...
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