O dia 23 Abril de 1707 corresponde à data do testamento de um tal João Durães, viúvo, que deixou à Senhora da Encarnação de Gondufe meio almude de vinho e é a primeira referência documental que existe a esta capela. Contudo, o ano de 1708 é a data inscrita na verga do portal que deve corresponder à data da sua construção.
Em 1739, a 18 Julho, o
visitador Abreu Soares recomenda aos moradores que fechem o adro da capela, com
um muro à roda, com fossos nas entradas, para evitar o acesso a animais imundos
e carros, bem como consertar o caminho para o cruzeiro e fazer de novo a cruz
deste, a qual se acha quebrada. Recomenda também retalhar o telhado e comprar 4
sanguinhos.
Em 1755, o visitador,
tesoureiro-mor da Colegiada de Valença, o Pe António de Vasconcelos de Almeida
de Queiróz, diz ter achado a Capela da Encarnação pouco decente e sem que nela
se terem cumprido as obras capituladas nas visitações anteriores. Assim, se até
ao dia de Nossa Senhora da Natividade (8 Setembro), não estivesse rebocada por
dentro, caiada, com forro posto, sanguinhos, véu branco, cálix dourado por
dentro e por cima a patena e pronta para se poder fazer a festa, o pároco
mandaria fechar a porta, trazer a chave, porque a dava por suspensa, e conduzir
a Senhora para a Igreja Matriz. Por lhe constar o zelo e devoção do Pe Manuel
Rodrigues Souto e querer incumbir-se da inspecção das obras precisas para a
capela, poderá cobrar as esmolas que os moradores do lugar de Gondufe derem e
os mais devotos quiserem e aplicá-las para o culto e decência da dita Senhora e
capela. Nesta época, refere-se que o pároco elege anualmente um mordomo no dia
da festa, a votos dos moradores que contribuam para o ornato da capela e
capelão que nela diz missa, o qual devia ser de sã consciência; neste ano
elegeu-se Tomé Esteves, do lugar de Gondufe.
Em 1758, a 13 Abril,
existe referência à capela pelo Pe António José de Sousa Gama nas Memórias
Paroquiais da freguesia, como tendo sido feita pelos moradores do lugar para
nela ouvirem missa de alva aos domingos e dias Santos, visto ficarem distantes
da Matriz um quarto de légua. Diz ainda que a capela era antiga e não tinha
romaria alguma.
Em 1822, a 11 Agosto, o
visitador João da Cunha Alves, abade de Santo Estêvão de Alvim, diz que a
capela precisava muito de ser caiada de cal, e areia, por dentro e por fora, de
um crucifixo para o altar, porque o que tinha estava totalmente indecente. O
pároco daria parte à casa do despacho para se proceder contra eles, ou pagar
mil réis.
Em 1825, a 28 Junho, o
visitador Pe António de Araújo Figueiredo, abade de São Pedro de Valbom, diz
que os moradores não têm dado satisfação ao que foi capitulado. Já tem a cal
para o reboco de paredes e telhados, mas ainda não fizeram a obra, pelo que
incorrem em pena de mil réis. Desta forma, dava o prazo de três meses para a
feitura da obra, solicitando também umas sacras para o altar de baixo, sob pena
de 2$000 na futura visita.
Trata-se de um capela setecentista de planta longitudinal simples, interiormente pouco iluminada. Possui uma fachada principal terminada em friso e cornija truncada por sineira e rasgada por portal de verga recta encimada por cornija. As fachadas laterais terminam em cornija e são cegas, tal como a posterior que remata em empena.
NOÉ, Paula (2009) - Capela de Nossa Senhora da Encarnação. em www.monumentos.pt
Trata-se de um capela setecentista de planta longitudinal simples, interiormente pouco iluminada. Possui uma fachada principal terminada em friso e cornija truncada por sineira e rasgada por portal de verga recta encimada por cornija. As fachadas laterais terminam em cornija e são cegas, tal como a posterior que remata em empena.
NOÉ, Paula (2009) - Capela de Nossa Senhora da Encarnação. em www.monumentos.pt
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