A casa "Bon
Marché" ficava em Prado e tinha sido fundada em 1914. O seu proprietário
era Cândido Augusto Esteves. Como podemos ver neste postal de 1920,
comercializava desde fazendas, couros e calçado entre outros artigos.
Uma particularidade
desta casa era ser emissora de papel moeda. De facto, nesta época, a emissão de
dinheiro para circulação não era exclusividade da entidades públicas. Era
frequente as Câmaras Municipais, as Misericórdias e algumas casas comerciais
emitirem valores equivalentes a dinheiro para circulação local.
Esta
situação excepcional justifica-se pela conjuntura em que o país vivia. De
facto, embora Portugal tivesse entrado em
1916 na I Grande Guerra, essencialmente por motivos que se prendiam com a manutenção
do estatuto e da integridade das colónias no pós-guerra, e em 1918 se
encontrasse entre os Aliados vitoriosos, o fim da guerra não veio minorar as
dificuldades financeiras nem acalmar a agitação social do país.
O aumento do custo de
vida era contínuo e a valorização do metal durante o conflito levou a que
diversas instituições, emitissem, entre 1917 e 1922, papel-moeda de baixo valor
– as cédulas. Estas cédulas vinham facilitar os trocos e substituir as moedas,
entretanto quase desaparecidas de circulação devido ao ávido aforro metálico da
população.
Cédula de 2 centavos de 1920 da casa "Bon Marché" de Prado
Cédula de 4 centavos de 1920 da casa "Bon Marché" de Prado
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