Em tempos que não é possível situar no tempo
com exatidão, existiram umas Caldas em Fiães e outras em Paderne (Melgaço). De facto,
muito antes de se descobrirem as virtudes das águas do Peso, já Melgaço era
conhecido por possuir nascentes com águas medicinais muito virtuosas.
No livro “Aquilégio Medicinal” de 1726,
sabemos que nesta altura, as Caldas de Fiães já estavam desativadas e cobertas de terra. Neste livro
podemos ler que “Junto à cerca do Mosteiro de Santa Maria de Fiaens, da ordem
de Cister, comarca de Valença do Minho, houve umas caldas de muyta virtude para
queixas de nervos, e juntas, a que concorria muyta gente de várias partes, a
curar-se dos achaques, que padecião.
Hoje não se usa delas, porque ha muytos
annos, que se cubrirão, e taparão, ou por negligência, ou por particulares
conveniencias.”
Desconhece-se em que período é que estas
Caldas de Fiães tiveram fama em que período é que as caldas foram desativadas.
No livro “Portugal Antigo e Moderno”, do
professor Pinho Leal, no volume III, de 1874, encontramos um referência a estas
caldas e ao facto de as nascentes terem sido tapadas pelas autoridades por
causa de desordens na zona de banhos. Neste sentido, podemos que “A Oeste do
adro, rebenta um manancial de água mineral ferruginosa, a que se atribui
algumas virtudes medicinais. Consta que houve aqui uns tanques para banhos,
mandados entupir por ordem da autoridade por causa das desordens, ferimentos e
até mortes, de que eram causa, por quererem todos banhar-se ao mesmo tempo.”
Estas informações são mais ou menos
replicadas no livro “O Minho Pittoresco” de José Augusto Vieira, de 1886, nestes
termos “A oeste do convento rebenta um manancial de águas ferruginosas, não
analisadas ainda e a que os povos dali atribuem virtudes medicinais, tendo
havido em tempo uns tanques para banhos, que a autoridade teve de mandar fechar
por causa dos conflitos a que dava lugar a concorrência. "
As informações e referências que disponho
acerca das caldas de Paderne são escassas. Não se sabe muito bem onde se
situavam exatamente as caldas de Paderne. No livro “Aquilégio Medicinal” de
1726, temos uma curta referência a estas caldas. Podemos ler que “Perto do
Convento de Paderne, dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, comarca de
Valença do Minho, houve outras Caldas semelhantes às do número antecedente
(Fiães), a que havia também grande concurso. Hoje estão encobertas de terra
pelas mesmas causas.”
O autor refere que as caraterísticas das águas são
semelhantes às de Fiães e pelos vistos também foram cobertas de terra. Não se sabe quando é
que foram desativadas. Apenas se sabe que à data de publicação deste livro,
1726, as caldas já estavam desativadas.
Informações extraídas de:
- HENRIQUES, Francisco da Fonseca (1726) – Aquilégio Medicinal. Impresso
na Oficina da Música, Lisboa.
- PINHO LEAL, Augusto Soares A. B. (1874) - Portugal Antigo e Moderno
(Volume III). Livraria Editora de Mattos Moreira & Companhia, Lisboa.
-VIEIRA, José Augusto (1886) - O Minho Pittoresco, tomo I, Edição da livraria de António
Maria Pereira- Editor, Lisboa.
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