A revista Ilustração Portugueza, publicou na sua edição de 17 de março de 1913, uma reportagem sobre Costumes do Minho, entre os quais debruça-se sobre o traje da mulher castreja. O texto que acompanha as fotos possui também algumas particularidades curiosas que refletem bem a distância que então separava o jornalista habituado ao meio burguês e citadino em relação à profundeza da vida rural nas montanhas quase inacessíveis, que de mais interessante apenas proporcionava os motivos pitorescos com que ilustrava as páginas dos jornais.
Diz a reportagem que "Em luta constante com a natureza, a quem arrancam após porfiadas canceiras as matérias primas que lhe fornecem o fato e o alimento, únicos produtos das rudimentares industrias que exercem: a pastorícia e a agricultura, os montanhezses de Castro Laboreiro são uma pobre gente desconfiada e semi-selvagem.
O vestuário das suas mulheres dá, à primeira vista, ideia lúcida e sugestiva de toda a sua rudeza: capucha ou mantela, o corpete e a saia, é tudo feito de tecido grosseiro de fabrico local a que chamam burel ou picoto. Os tamancos toscos, espécie de sandálias, formadas por rudes madeiros ligados aos pés por correias fortes, chamados chancas ou alabardeiros, completam o vestuário das castrejas, em que as roupas brancas faltam por completo."
Texto da reportagem de A. Mesquita de Figueiredo in: Ilustração Portugueza, edição de 17 de Março de 1013
"Selvagens" são os citadinos com os costume urbanos. O povo castrejo soube, e, ainda sabe, viver em harmonia e pazxomo o meio natural. A foto é fabulosa!
ResponderEliminarOlá. É verdade. Quem escreveu o artigo na revista, não compreendeu minimamente a forma de viver que os castrejos levavam na época. O traje é mais uma adaptação às condições naturais que a terra apresenta.
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