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domingo, 25 de agosto de 2013

A Igreja Paroquial de Cristóval: referências históricas e características arquitetónicas


Vista para a Igreja Paroquial de Cristoval (Melgaço)
(Foto em http://coxo-melgaco.blogspot.pt)

A data da fundação de uma primeira igreja nesta freguesia remonta a 1509, segundo documentos da Torre do Tombo. Contudo, apenas em 1621 se encontra o primeiro registo de casamento documentado. O ano de 1622 é a data do primeiro registo de baptismo documentado.
Em documentos da época, refere-se que em Julho de 1641, o governador da Galiza, o Marquês de Valparaizo enviou um exército de oitocentos homens para retaliar o ataque português de D. João de Sousa e incendiou as igrejas de Cristóval e Paços, casas e searas da freguesia.
Em 30 de Maio de 1758, segundo o abade Duarte Cerqueira Araújo nas Memórias Paroquiais, Cristóval era do termo da vila de Melgaço, pertencendo à Casa de Bragança na época incorporada na Casa Real, comarca de Valença e Arcebispado de Braga. A freguesia tinha 180 fogos ou vizinhos, com 183 pessoas maiores de sacramento e 47 menores. A igreja de uma nave tinha o altar principal na capela-mor, onde está a imagem do orago no lado do Evangelho e a de Santo Anão no da Epístola, com sacrário e Santíssimo. No corpo da igreja tem dois altares colaterais encostados à parede do arco cruzeiro, sendo o do Evangelho dedicado a Nossa Senhora da Apresentação e o oposto a São Sebastião. Por ser pequena, a igreja não tinha irmandades, mas apenas a confraria das Almas. O abade tem de dízimos, rendimentos e emolumentos cerca de 500$000 anuais. A data de 1849, inscrita na lápide de granito colocada na parede posterior da capela-mor parece apontar a data da sua construção. No ano de 1902, decorreu construção da torre sineira por Daniel José Rodrigues em obediência à vontade de sua esposa Antónia de Silos Rodrigues.
Trata-se de uma igreja com planta longitudinal composta por nave única e capela-mor, mais baixa e estreita, tendo adossado à fachada lateral esquerda torre quadrangular e sacristia rectangular. Possui volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na igreja e de uma na sacristia. Fachadas da nave em cantaria de granito aparente, muito irregular na zona superior, denotando o seu alteamento, as da sacristia em alvenaria de granito e as da capela-mor e torre rebocadas e pintadas de branco, terminando em friso e cornija (capela-mor) ou apenas cornija, sobreposta por beirada simples. Fachada principal virada a oeste, terminada em empena encimada por cruz latina de braços quadrangulares trevados sobre plinto paralelepipédico. A mesma é rasgada por portal em arco de volta perfeita, de aduelas largas sobre os pés direitos e por janela rectangular. Fachada lateral esquerda com a nave rasgada por porta travessa de verga abatida, portal de verga recta de acesso ao coro-alto, precedida por escada de cantaria com guarda de ferro, e janela de capialço e, na capela-mor, janela de capialço. Fachada lateral direita com a sacristia rasgada a oeste por porta de verga recta e a sul por pequena fresta jacente e janela rectangular; torre sineira de dois registos marcados por friso e cornija, com pilastras toscanas nos cunhais, sendo o primeiro registo rasgado a sul por porta de verga recta moldurada, e óculo polilobado, em cada uma das faces, tendo ainda a oeste. Possui também relógio circular; no segundo registo, percorrido por sacada com guarda em ferro e abre-se também em cada uma das faces sineira em arco de volta perfeita sobre pilastras e com fecho relevado, albergando sinos. É rematada por guarda de cantaria vazada, com plintos paralelepipédicos nos cunhais, coroados por fogaréus e com cobertura em coruchéu bolboso, decorado com elementos fitomórficos, coroado por cruz em ferro. Fachada posterior da capela-mor terminada em empena coroada por cruz latina de cantaria sobre acrotério e pináculos piramidais com bola nos cunhais apresentando uma placa em granito inscrita.
Esta igreja situa-se no interior da aldeia, junto à estrada que a atravessa. Insere-se em terreno parcialmente murado, formando adro, de cota bastante rebaixada relativamente ao nível da estrada, que passa frontalmente, pavimentado a lajes de cantaria e alvenaria de granito compactado. Junto à fachada lateral direita possui zona ajardinada, com canteiros recortados e ergue-se um coreto, de planta octogonal e de dois registos, o inferior rebocado e rasgado por porta de verga recta e janela, actualmente adaptado a instalações sanitárias, e o superior pintado de branco e tijolo, acedido por escada desde o adro e por uma outra desde a estrada, com guarda em alvenaria vazada por vãos oblíquos e cobertura facetada sobre pilares. Nas imediações, ergue-se a Casa Azul.

Informações extraídas de:
- www.monumentos.pt;
Outra bibliografia: 
ALMEIDA, Carlos A. Brochado, O sistema defensivo da vila de Melgaço. Dos castelos da reconquista ao sistema abaluartado, Melgaço, 2002; CAPELA, José Viriato, As freguesias do distrito de Viana do Castelo nas Memórias Paroquiais de 1758, Braga, Casa Museu de Monção / Universidade do Minho, 2005.

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