A data da fundação de uma primeira igreja nesta freguesia
remonta a 1509, segundo documentos da Torre do Tombo. Contudo, apenas em 1621
se encontra o primeiro registo de casamento documentado. O ano de 1622 é a data
do primeiro registo de baptismo documentado.
Em documentos da época, refere-se que em Julho de 1641, o
governador da Galiza, o Marquês de Valparaizo enviou um exército de oitocentos
homens para retaliar o ataque português de D. João de Sousa e incendiou as
igrejas de Cristóval e Paços, casas e searas da freguesia.
Em 30 de Maio de 1758, segundo o abade Duarte Cerqueira
Araújo nas Memórias Paroquiais, Cristóval era do termo da vila de Melgaço,
pertencendo à Casa de Bragança na época incorporada na Casa Real, comarca de
Valença e Arcebispado de Braga. A freguesia tinha 180 fogos ou vizinhos, com
183 pessoas maiores de sacramento e 47 menores. A igreja de uma nave tinha o
altar principal na capela-mor, onde está a imagem do orago no lado do Evangelho
e a de Santo Anão no da Epístola, com sacrário e Santíssimo. No corpo da igreja
tem dois altares colaterais encostados à parede do arco cruzeiro, sendo o do
Evangelho dedicado a Nossa Senhora da Apresentação e o oposto a São Sebastião.
Por ser pequena, a igreja não tinha irmandades, mas apenas a confraria das
Almas. O abade tem de dízimos, rendimentos e emolumentos cerca de 500$000
anuais. A data de 1849, inscrita na lápide de granito colocada na parede
posterior da capela-mor parece apontar a data da sua construção. No ano de 1902,
decorreu construção da torre sineira por Daniel José Rodrigues em obediência à
vontade de sua esposa Antónia de Silos Rodrigues.
Trata-se
de uma igreja com planta longitudinal composta por nave única e capela-mor,
mais baixa e estreita, tendo adossado à fachada lateral esquerda torre
quadrangular e sacristia rectangular. Possui volumes escalonados com coberturas
diferenciadas em telhados de duas águas na igreja e de uma na sacristia.
Fachadas da nave em cantaria de granito aparente, muito irregular na zona
superior, denotando o seu alteamento, as da sacristia em alvenaria de granito e
as da capela-mor e torre rebocadas e pintadas de branco, terminando em friso e
cornija (capela-mor) ou apenas cornija, sobreposta por beirada simples. Fachada
principal virada a oeste, terminada em empena encimada por cruz latina de
braços quadrangulares trevados sobre plinto paralelepipédico. A mesma é rasgada
por portal em arco de volta perfeita, de aduelas largas sobre os pés direitos e
por janela rectangular. Fachada lateral esquerda com a nave rasgada por porta
travessa de verga abatida, portal de verga recta de acesso ao coro-alto,
precedida por escada de cantaria com guarda de ferro, e janela de capialço e,
na capela-mor, janela de capialço. Fachada lateral direita com a sacristia
rasgada a oeste por porta de verga recta e a sul por pequena fresta jacente e
janela rectangular; torre sineira de dois registos marcados por friso e
cornija, com pilastras toscanas nos cunhais, sendo o primeiro registo rasgado a
sul por porta de verga recta moldurada, e óculo polilobado, em cada uma das
faces, tendo ainda a oeste. Possui também relógio circular; no segundo registo,
percorrido por sacada com guarda em ferro e abre-se também em cada uma das
faces sineira em arco de volta perfeita sobre pilastras e com fecho relevado,
albergando sinos. É rematada por guarda de cantaria vazada, com plintos
paralelepipédicos nos cunhais, coroados por fogaréus e com cobertura em
coruchéu bolboso, decorado com elementos fitomórficos, coroado por cruz em
ferro. Fachada posterior da capela-mor terminada em empena coroada por cruz
latina de cantaria
sobre acrotério e pináculos piramidais com bola nos cunhais apresentando uma
placa em granito inscrita.
Esta igreja situa-se no interior da aldeia,
junto à estrada que a atravessa. Insere-se em terreno parcialmente murado,
formando adro, de cota bastante rebaixada relativamente ao nível da estrada,
que passa frontalmente, pavimentado a lajes de cantaria e alvenaria de granito
compactado. Junto à fachada lateral direita possui zona ajardinada, com
canteiros recortados e ergue-se um coreto, de planta octogonal e de dois
registos, o inferior rebocado e rasgado por porta de verga recta e janela,
actualmente adaptado a instalações sanitárias, e o superior pintado de branco e
tijolo, acedido por escada desde o adro e por uma outra desde a estrada, com
guarda em alvenaria vazada por vãos oblíquos e cobertura facetada sobre
pilares. Nas imediações, ergue-se a Casa Azul.
Informações extraídas de:
- www.monumentos.pt;
Outra bibliografia:
ALMEIDA, Carlos A. Brochado, O sistema
defensivo da vila de Melgaço. Dos castelos da reconquista ao sistema
abaluartado, Melgaço, 2002; CAPELA, José Viriato, As freguesias do distrito de
Viana do Castelo nas Memórias Paroquiais de 1758, Braga, Casa Museu de Monção /
Universidade do Minho, 2005.
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