quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Miguel Torga escreve em Castro Laboreiro... e teme que a globalização destrua este modo de vida.


 "Castro Laboreiro, 17 de Julho de 1976"

« (…) Teimo, portanto, nestas visitas, mesmo que de progressivo desencanto. Tenho como verdade de fé que o homem há-de acabar por reagir contra a massificação planetária em que vai embarcado. A razão e o instinto hão-de acabar por dizer-lhe que todas as flores artificiais do nosso mundo plástico não valem um lírio dos campos, que todas as químicas laboratoriais não valem a fermentação dum carro de estrume, que todos os apitos imperativos do progresso não valem o som cordial dum chocalho. Nessa hora redentora, que não deve tardar – e, quanto mais tardar, pior -, estes santuários serão redescobertos, reconstruídos e dignificados. De aí que eu sofra mas não desanime a vê-los desmoronar. A minha esperança está nos alicerces.»

Miguel Torga, 
Diário, vol. XII.

1 comentário:

  1. Coincido con Torga totalmente. Conocín Castro Leboreiro a comenzo da década dos setenta do s. XX e visiteiro varias veces dende entón. Verdadeiramente non foi a mellor, en especial neste último golpe de suposto progreso, que tamén alá chegou a burbulla immobiliaria que pode, no futuro, ser causa de mesmo decadencia turística e ambiental, inda que non todo se fixo mal, como a remodelación do vello castelo.
    Aínda esta a tempo de conservar e progresar, pois goza dunha paisaxe inigualable.
    F. Nogueira

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