S. Martinho de Alvaredo, no presente...
A freguesia de S. Martinho de Alvaredo
(atualmente, concelho de Melgaço) é referenciada em duas importantes fontes de
informação do século XVIII.
Nas Memórias Paroquiais de 1758, segundo o
pároco António Rodrigues de Morais, a freguesia de Alvaredo pertencia ao
arcebispado de Braga, comarca de Valença e termo de Valadares. Tinha 220 fogos
inteiros e meios fogos e 613 pessoas, entre ausentes, presentes e menores. A
igreja ficava no meio do lugar de São Martinho, tinha duas naves com três arcos
e os altares: o altar-mor, o de Nossa Senhora do Rosário, o altar das Almas, o
altar de santo António, o altar da capela da Senhora da Expectação, o altar da
capela de São Francisco e o altar da capela de São Miguel. A paróquia tinha uma
confraria das Almas e o pároco era vigário anual apresentado pelo prior dos
mosteiros de Sanfins e São João de Longos Vales, da Companhia de Jesus, como
procurador do reitor do Colégio de Coimbra, e tinha de ordenado anual 8$000 e
com o pé de altar ficava tudo em 60$000, de rendimentos certos e incertos.
Contudo, no Dicionário Geográfico ou
noticia historica de todas as cidades, villas, lugares, e aldeas, rios, ribeiras,
e serras dos Reynos de Portugal, e Algarve, de 1762, da autoria do
Padre Luiz Cardoso, esta freguesia é descrita da seguinte forma:
“ALVAREDO - Lugar da província de Entre
Douro e Minho, Arcebispado de Braga, Comarca de Valença, Termo da vila de Valadares.
Em toda a freguesia existem duzentos e oito fogos, divididos pelos lugares
seguintes: Bouças, Fonte, Maninho, Ferreiros, Granja e Coto.
A igreja paroquial é dedicada a S.
Martinho, o bispo. Há nesta freguesia duas torres com alguma renda. Uma delas
chama-se de Villar e outra é chamada de Torre somente. Ambas pertencem aos
Marqueses de Tenório. A que está defronte da Galiza é o Solar dos Marinhos que
se entende haver sido de D. Froyão, fidago italiano que veio a este reino com o
Conde D. Mendo a ajudar a expulsar os mouros. Entende-se que ele, ou algum
filho seu, fez esta torre e casa solarenga da sua família. Este solar parece
que passou posteriormente a Pedro Alvares de Sottomayor, por casar com D.
Elvira Annes, filha de João Pires Marinho e terceira neta do dito D. Froyão, do
qual matrimónio nasceu D. Elvira Pires, mulher de Fernão Gonçalves de
Pias, que se entende ser a Torre da Sobreira em Santiago de Pias. Tem os
Marinhos por armas, em campo verde, cinco flores de liz de prata em aspa, e por
timbre uma sereia com cabelos de cor de ouro.”
Informações extraídas de:
- CAPELA, José Viriato (2005) - As
freguesias do Distrito de Viana do Castelo nas Memórias Paroquiais de 1758.
Alto Minho: Memória, História e Património Casa Museu de Monção/Universidade do
Minho.
- CARDOSO, Luís, (1762) - Diccionario
geografico, ou noticia historica de todas as cidades, villas, lugares, e
aldeas, rios, ribeiras, e serras dos Reynos de Portugal, e Algarve, com todas
as cousas raras, que nelles se encontraõ, assim antigas, como modernas / que
escreve, e offerece ao muito alto... Rey D. João V nosso senhor o P. Luiz
Cardoso, da Congregaçaõ do Oratorio de Lisboa.... - Lisboa : na Regia Officina
Sylviana, e da Academia Real.
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