quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

S. Martinho de Alvaredo (Melgaço) em meados do século XVIII

S. Martinho de Alvaredo, no presente...

A freguesia de S. Martinho de Alvaredo (atualmente, concelho de Melgaço) é referenciada em duas importantes fontes de informação do século XVIII.
Nas Memórias Paroquiais de 1758, segundo o pároco António Rodrigues de Morais, a freguesia de Alvaredo pertencia ao arcebispado de Braga, comarca de Valença e termo de Valadares. Tinha 220 fogos inteiros e meios fogos e 613 pessoas, entre ausentes, presentes e menores. A igreja ficava no meio do lugar de São Martinho, tinha duas naves com três arcos e os altares: o altar-mor, o de Nossa Senhora do Rosário, o altar das Almas, o altar de santo António, o altar da capela da Senhora da Expectação, o altar da capela de São Francisco e o altar da capela de São Miguel. A paróquia tinha uma confraria das Almas e o pároco era vigário anual apresentado pelo prior dos mosteiros de Sanfins e São João de Longos Vales, da Companhia de Jesus, como procurador do reitor do Colégio de Coimbra, e tinha de ordenado anual 8$000 e com o pé de altar ficava tudo em 60$000, de rendimentos certos e incertos.
Contudo, no Dicionário Geográfico ou noticia historica de todas as cidades, villas, lugares, e aldeas, rios, ribeiras, e serras dos Reynos de Portugal, e Algarve, de 1762, da autoria do Padre Luiz Cardoso, esta freguesia é descrita da seguinte forma:
“ALVAREDO - Lugar da província de Entre Douro e Minho, Arcebispado de Braga, Comarca de Valença, Termo da vila de Valadares. Em toda a freguesia existem duzentos e oito fogos, divididos pelos lugares seguintes: Bouças, Fonte, Maninho, Ferreiros, Granja e Coto.
 A igreja paroquial é dedicada a S. Martinho, o bispo. Há nesta freguesia duas torres com alguma renda. Uma delas chama-se de Villar e outra é chamada de Torre somente. Ambas pertencem aos Marqueses de Tenório. A que está defronte da Galiza é o Solar dos Marinhos que se entende haver sido de D. Froyão, fidago italiano que veio a este reino com o Conde D. Mendo a ajudar a expulsar os mouros. Entende-se que ele, ou algum filho seu, fez esta torre e casa solarenga da sua família. Este solar parece que passou posteriormente a Pedro Alvares de Sottomayor, por casar com D. Elvira Annes, filha de João Pires Marinho e terceira neta do dito D. Froyão, do qual matrimónio nasceu  D. Elvira Pires, mulher de Fernão Gonçalves de Pias, que se entende ser a Torre da Sobreira em Santiago de Pias. Tem os Marinhos por armas, em campo verde, cinco flores de liz de prata em aspa, e por timbre uma sereia com cabelos de cor de ouro.”


Informações extraídas de:
- CAPELA, José Viriato (2005) - As freguesias do Distrito de Viana do Castelo nas Memórias Paroquiais de 1758. Alto Minho: Memória, História e Património Casa Museu de Monção/Universidade do Minho.

- CARDOSO, Luís, (1762) - Diccionario geografico, ou noticia historica de todas as cidades, villas, lugares, e aldeas, rios, ribeiras, e serras dos Reynos de Portugal, e Algarve, com todas as cousas raras, que nelles se encontraõ, assim antigas, como modernas / que escreve, e offerece ao muito alto... Rey D. João V nosso senhor o P. Luiz Cardoso, da Congregaçaõ do Oratorio de Lisboa.... - Lisboa : na Regia Officina Sylviana, e da Academia Real.

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