Eurico
António Crispim da Silva nasceu em Paços (Melgaço), no dia 18 de
Setembro de 1898. Era filho de Francisco Crispim, carpinteiro, natural de Rouças, e de Maria Teresa Trancoso da Silva, lavradeira, natural de Paços, moradores no lugar de Merelhe da dita freguesia. Era neto paterno de João Manuel Crispim e de Maria Rodrigues, e neto materno de Francisco Trancoso e de Francisca Afonso. Foi batizado na igreja paroquial de Paços a 22 desse mês e ano. Foram seus padrinhos António Trancoso da Silva, negociante, residente no Rio de Janeiro, Brasil, representado por Luís Martins, casado, lavrador, do lugar de Sá, Paços, e Alexandrina Gonçalves Torres, solteira, camponesa, moradora no lugar da Granja.
Artista multifacetado, foi ator, autor de teatro, roteirista de rádio, roteirista de cinema, autor de telenovelas, produtor teatral, produtor de rádio, diretor de cinema e dramaturgo luso-brasileiro, célebre autor de radionovelas durante a era dourada da rádio, tendo uma rua com o seu nome no estado do Rio de Janeiro (Brasil).
Artista multifacetado, foi ator, autor de teatro, roteirista de rádio, roteirista de cinema, autor de telenovelas, produtor teatral, produtor de rádio, diretor de cinema e dramaturgo luso-brasileiro, célebre autor de radionovelas durante a era dourada da rádio, tendo uma rua com o seu nome no estado do Rio de Janeiro (Brasil).
Eurico
da Silva emigrou de
Melgaço para o Brasil em 1916, e em 1919
iniciou a carreira de ator com a peça "O Mártir do Calvário"
(de Eduardo Garrido), apresentada no Teatro Carlos Gomes.
A
mudança para o Rio de Janeiro dera-se por ter ali alguns amigos
padeiros, mas logo Eurico Silva se interessa pelo meio artístico.
A
primeira das 15 peças que escreveu estreou em 1932, pela companhia
de Procópio Ferreira, para quem traduziu outras tantas.
Em
1939, transferiu-se para o rádio, atuando no programa "Teatro
em Casa" da Rádio Nacional como ator e produtor. Dois anos mais
tarde voltou para o teatro e em 1945 voltou à emissora.
Como
produtor tornou-se responsável por vários programas famosos à
época, como Versos e Melodias, Casa da Sogra, Neguinho e Juraci, e
foi autor de 28 radionovelas, além de ter traduzido outras, como "O
Direito de Nascer", de Félix Caignet, transmitida em 1951 em
273 capítulos, e que veio a ser o maior sucesso do género já
registado no país.
Com
a estreia da televisão, é um dos redatores das novelas da Rede
Tupi, onde escreveu "Olhos que Amei", em 1965, ano em que
faleceu.
No
cinema, foi roteirista parceiro de J. Rui em filmes como "Não
Adianta Chorar" (1945) e com Oscarito no elenco. Dirigiu ainda
três filmes.
Fundou
e dirigiu a Companhia de Comédias Cazarré-Elza-Delorges,
administrou a companhia do Procópio Ferreira e a de Joracy Camargo,
tendo ainda nos anos 40 participado da Sociedade Brasileira de
Autores Teatrais.
A
sua obra é quase interminável. No arquivo
Miroel Silveira, constam 33 peças de teatro escritas por Eurico
António Crispim da Silva. As peças escritas por Eurico Silva foram
as seguintes, com a respetiva companhia que encenou a primeira vez:
-
O pai que eu inventei – 1942 – Companhia Procópio Ferreira,
Empresa Pereira da Costa e Gioso Ltda.
-
Pense alto (Viva o amor) – 1933 – Companhia Procópio Ferreira;
-
Divorciados – 1934 – José Soares; 1944 – Cia. Procópio
Ferreira; 1944 – Teatro Escola de Campinas; 1953 – Escola
Técnica de Teatro Tiradentes.
-
A felicidade pode esperar – 1944 – Rádio Difusora SP; 1945 -
Pavilhão Teatro Mazzaropi.
-
Filhos de ninguém – 1950 – Circo Teatro Piolim; 1962 – Circo
Teatro Irmãos Liendo.
-
Um homem – 1935 – Moderna Companhia de Comédia; 1944 – Circo
Teatro Liendo e Simplício; 1946 - Circo Teatro Di Lauro.
-
Entrou aqui uma mulher (adap.) – 1933 - Companhia Procópio
Ferreira.
-
Um caso de polícia – 1933 – Companhia Procópio Ferreira.
-
A mulher que eu achei - 1935 - Moderna Companhia de Comédia.
-
Frederico Segundo – 1935 – Companhia Procópio Ferreira.
-
Delicadeza – 1933 – Companhia Procópio Ferreira.
-
A mulher que se vendeu - L Navarro e A Torrado - 1937
-
Veneno de cobra – 1945 – Circo Teatro Mazzaropi;
-
Acontece que eu sou baiano – 1947 – Circo Teatro Piolim.
-
A felicidade pode esperar – 1949 – Circo Teatro Piolim.
-
O grande marido – 1956 - Companhia Jayme Costa.
-
O grande Alexandre – 1964 – Grupo Experimental Flamingo de Artes.
Nota
- A peça "O grande marido" foi depois adaptada para o
cinema, com o título de Um Marido Barra-Limpa, rodado em 1957 e que
marcou a estreia do comediante Ronald Golias embora o seu lançamento
só tenha ocorrido dez anos depois.
Fez
também diversas traduções de peças de teatro, algumas já atrás
mencionadas:
-
O Direito de Nascer (radionovela cubana de Félix Caignet, 1951)
-
A filhinha do papai - Serrano Anguita - 1933 – Companhia Procópio
Ferreira;
-
Uma conquista difícil - Raphael Lopes de Haro – 1943 – Companhia
Procópio Ferreira; Cine Teatro Boa Vista.
-
Tudo para você – Pedro Muñoz Seca; 1934 - Cia de Comédias
Procópio Ferreira.
-
Rainha de Thebas – Harry Paulton - 1934 – Companhia Procópio
Ferreira.
-
O amor envelheceu – S Suarez de Deza - 1934 - Companhia Procópio
Ferreira.
-
O dinheiro do leão – Carlos Arniches e Estremera – 1935 -
Moderna Companhia de Comédia.
-
Casado sem saber – A Vallescá - 1935 - Moderna Companhia de
Comédia.
-
Precisa-se de um filho – Antônio Paso - 1935 - Moderna Companhia
de Comédia.
-
Não sejas mentirosa – Frenc Molnár 1935 - Moderna Companhia de
Comédia.
-
Não me olhes assim - Muñoz Seca e Perez Fernandez - 1936 -
Companhia de Comédias Procópio Ferreira.
-
O automóvel do rei – Natanson e Orbok -1937 -Cia Cazarré Elza
Delorges.
-
Adeus nobreza – Jacinto Capela e Jos de Lucio - 1936 e 1945 -
Companhia de Comédias Procópio Ferreira.
-
Precisa-se de um pai - Muñoz Seca e Perez Fernandez - 1934 e 1945 -
Companhia de Comédias Procópio Ferreira.
-
O irmão do felizardo – Oscar Wilde - 1933 - Cia de Comédias
Procópio Ferreira.
NOTA
- EURICO SILVA TEM UMA RUA COM O SEU NOME NO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO, NA ILHA DO GOVERNADOR (PODE VER AQUI EM
https://www.google.pt/maps/place/R.+Eur%C3%ADco+Silva+-+Jardim+Guanabara,+Rio+de+Janeiro+-+RJ,+21931-076,+Brasil/@-22.8175849,-43.4787475,10z/data=!4m5!3m4!1s0x99783c0f0aff31:0x5a351951b71ab578!8m2!3d-22.8175033!4d-43.1985804)
Cartaz da Peça de teatro “Veneno de Cobra” de Eurico Silva, obra de 1945. Contém a foto do autor autografada pelo próprio. |
Notícia
no jornal brasileiro “A Noite” (Rio de Janeiro) de 29 de Novembro
de 1957.
(Clique para ampliar)
|
Que bom saber disto. Não conhecia. Sabe onde posso encontrar estas peças. Pode enviar-me u.a mensagem privada no Facebook.
ResponderEliminarSou o Actor João Esteves de Melgaço.
Abraço