Era invisível a actividade feminina, não
paga, no meio rural. Isso servia o ideal de família acarinhado pelo Estado Novo
— notou Carolina Leite na tese Eva, depois do paraíso/ Modos de habitar
e identidade no percurso migratório, defendida na Universidade do Minho em
1998 —, mas tinha um reverso. A ideia de mulher submissa e devota tornava-as,
pelo menos à partida, insuspeitas….
De todo o país saía gente, cada vez mais
gente. Já não iam tanto atrás do sonho transatlântico, como nos anos 1950.
Sonhavam com o Luxemburgo, com a Alemanha, com a França — sobretudo com a
França. Era perto, tinha fronteira permeável, volta e meia vinha de lá alguém a
contar histórias, como o primo de José.
Desde os anos 1940 que os esforços de
reconstrução da Europa exigiam abundante mão-de-obra. Numa primeira fase, muito
contribuiu o Leste para suprir a escassez de braços para tanto desenvolvimento
técnico e industrial. Com a construção do muro de Berlim, em 1961, o Sul podia
assumir maior papel.
As autoridades francesas facilitavam a
entrada e a regularização de indocumentados portugueses. Depois das vagas
italiana e espanhola, julgavam estar perante os últimos imigrantes europeus,
explica Marta Nunes Silva, a fazer doutoramento na Universidade Nova de Lisboa
sobre Emigração clandestina e Mundo
Rural entre 1957 e 1974. Os portugueses
pareciam-lhes mais assimiláveis do que os magrebinos, sobretudo argelinos, que
iam chegando.
Era “dúbia” a postura do Estado Novo.
Apesar de em 1963 ter assinado com França um acordo de migração de
trabalhadores, Portugal dificultava os processos de autorização de saída. Não
por acaso, diz a historiadora. Travava uma guerra no ultramar, mas
importava-lhe manter boas relações com França, que até lhe vendia material
bélico. E dava-lhe jeito trocar mão-de-obra excedentária por capital estrangeiro.
Se o regime quisesse mesmo suster o
fluxo, teria vigiado mais as fronteiras e tratado de perseguir melhor os
infractores. A polícia política — escreveu Victor Pereira, no livro A Ditadura de Salazar e a Emigração, que está a chegar às livrarias — mais queria
“perseguir os militantes comunistas para proteger o país da ‘subversão’ ou
‘combater a rebelião em África’ para defender o Império do que vigiar a
fronteira e a saída de milhares de camponeses”.
O Estado Novo não se esforçava para
frear a saída dos homens, mas obrigava-os a um esforço tão grande que
pouquíssimas mulheres se atreviam a partir. “A masculinização da emigração e a
separação temporária do núcleo familiar asseguravam o envio de divisas dos
trabalhadores para Portugal e a manutenção de uma estratégia migratória
orientada para o regresso”, escreveu o historiador.
Entre 1960 e 1974, um milhão e meio de
portugueses, um sexto da população residente, saiu de Portugal. O movimento de
saídas chegou a ultrapassar os cem mil anuais — em 1969, 1970 e 1971. A França
registou a entrada de 293.758. Regularizou a presença de outros 325.974.
Esvaziavam-se povoações no Minho, em
Trás-os-Montes, na Beira Alta, nas ilhas. “As redes ganharam ainda mais espaço
nas aldeias, alargaram-se ainda mais da fronteira para o interior”, narra Marta
Nunes Silva no livro Os Trilhos da
Emigração — Redes clandestinas de Penedono a França, lançado em 2011. Nem só os homens aproveitavam
a geografia de Melgaço para ganhar algum, como já se viu. Perto do marco de
fronteira n.º 1, lá onde o rio Trancoso encontra o rio Minho e Portugal começa,
labutava a Raquelinda Pereira, pequena, franzina, de sobrancelhas arqueadas, um
nariz que é uma graça.
Sempre andou na lida, sempre foi
“governadeira”. Nem agora, aos 81 anos, quase confinada à casa, tira a bata.
Instalou-se ali, no lugar de Cevide, para melhor fazer o seu contrabando. Aos
sete anos, já ia com os irmãos à vila buscar uma barra de sabão para passar aos
galegos. Trazia-a às costas, “toda contente”, numa “mochilinha” que lhe fizera
a “mãezinha”. Com isso, já “ganhava um pouquinho”.
“Viciei-me nisso”, diz a mulher, já
curvada, desdentada, no seu português cantado. Parece-lhe que passou “de tudo
quanto havia” de cá para lá, de lá para cá, conforme as necessidades de um lado
ou de outro. E, um dia, era já uma “adultona”, pôs-se a passar gente.
Não era uma originalidade. Na raia
luso-espanhola, muitas redes de emigração clandestina eram extensões de redes
de contrabando. Quem passava azeite, café, amêndoa, não podia passar gente?
Eram os mesmos caminhos, os mesmos códigos, a mesma necessidade de escapar às
autoridades, como observa o sociólogo Albertino Gonçalves, investigador da
Universidade do Minho com várias publicações sobre esta matéria. Dali até saíra
volfrâmio com destino à Alemanha nazi.
Raquelinda não era de medo, era de
antecipar manhas alheias. Comprou uma pistola de pequeno porte e elevada
potência. Uma 6.35 mm. “Gostava muito dela.” Não a largava. “Havia que ter
respeito. Aqueles homens todos sem a gente conhecer… Alguns eram maus.” “A
gente não lhes podia confessar medo.”
Iam os moços à frente, por ali abaixo. O
que ela queria era que “fossem direitinhos, como as ovelhas quando se botam num
rebanhinho”. Tinham de ir por carreiros, tantas vezes estreitos, por vezes
íngremes. “Tinham de passar por onde calhava.” Lembra-se de os ouvir resmungar:
“Isto é que é o caminho?” Empunhava a pistola, se necessário fosse. Dizia-lhes:
“Vamos! É por aqui. Vamos!”
Parece fácil agora que, ali, no lugar de
Cevide, a fronteira é uma ponte e a casa da Guarda Fiscal é uma casa de férias.
Quando o rio Trancoso ia minguado, dava para saltar de penedo em penedo. Quando
engrossava, era o diabo. Impunha-se andar pela margem acima. O que lhe valia é
que não faltava para onde. Melgaço tem 39 quilómetros de fronteira fluvial, 22
quilómetros de fronteira seca.
Um padre de Braga enviava-lhe homens.
Por vezes até lhos trazia. A notícia propagava-se de boca em boca: “Ai a
Raquelinda põe na França.” E lá lhe apareciam mais homens, jovens, pouco
escolarizados, sobretudo nortenhos. “Havia camionetas e comboio de Monção para
baixo.”
Andava a “adoçar o bico aos polícias”,
para que eles não a tivessem no seu ponto de mira, e mesmo assim arriscava-se a
ser fechada numa cela, sem ver sol nem lua. Uma vez, um dos homens “perdeu-se
do rebanho” ou arrependeu-se de o seguir e quis voltar para casa, já nem sabe.
Em vez de se sumir no campo de milho, entregou-se à Guarda Fiscal. “Paguei-as
todas eu!” Sentou-se com as duas ajudantes no banco dos réus. “Tivemos uma
querela com os juízes. Tivemos toda a noite no tribunal. Nós chorávamos. Nós
fazíamos tudo para que nos dessem a mínima pena.”
Cumpriu 23 meses de prisão e pagou 18
contos de multa. Esteve primeiro na cadeia de Monção. “Havia lá cada rato! Grandes,
com rabo comprido! Ai! Quem estava lá tinha-lhes medo.” Pediu transferência
para Melgaço. Sempre ficava melhor. Os “paizinhos” iam visitá-la com o
“filhinho” dela, ainda pequeno.
Não dava para enriquecer. “Era uma vida
triste e alegre, de ganhar dinheiro mas também de o perder. Era um jogo”,
resume. “Pagavam conforme podiam, coitados. Alguns eram pobres, não podiam
pagar. Alguns iam pedir emprestado e depois pagavam juros. E, pronto, fiquei
sem muito dinheiro porque não mo deram. Foram-se embora! O que quiseram foi
apanhar-se na França. Depois, adeus.”
A reacção das autoridades ao auxílio à
emigração clandestina era mais severa do que ao contrabando. Dizia-se que fazer
contrabando “era crime, mas não era pecado”. Na imprensa, sujeita à censura
prévia, os passadores eram tomados por mafiosos. O regime usava-os como bodes
expiatórios do êxodo. Tentava, escreve Victor Pereira, “preservar, a qualquer
preço, a imagem de Épinal do povo bom e inocente”.
A Raquelinda não picavam os remorsos,
como as pulgas. “A gente ia por aí acima de cara a Castro [Laboreiro], a gente
via essas casas de palha por cima. Plantava fogo às vezes naquelas casas. Era
uma desgraça. Ardia gente e tudo! Depois começaram a ir para França. Toda a
gentinha a mandar um dinheirinho para cá. E toda a gente a governar-se bem.
Começaram a fazer casas. Agora quem vai de cara a Castro [Laboreiro] vê cada
casa… cada casa importante. Tudo à conta do emigrante, dos aventureiros que
fomos nós, que nos arriscámos a ir para a prisão!”
Quando saiu da prisão, falou com o
espanhol a quem antes entregava os homens para que os guiasse até outro, que os
haveria de ajudar a saltar a fronteira franco-espanhola. Pediu-lhe: “Põe-me na
França lá donde uns parentes meus.” E ele levou-a — e às duas ajudantes — de
carro. Sorte a dela que já decorria 1965. Até então, poucas mulheres se tinham
atrevido a ir “a salto”. Ir “a salto” implicava passar muito tempo com
desconhecidos, em idade viril, em casebres e camiões. O povo falava muito.
Mulheres houve que perderam “a honra” pelo caminho.
Naquele ano, os espanhóis acordaram com
os franceses a facilitar a entrada e estadia dos portugueses em Espanha e a sua
passagem para França. Em Espanha, bastava-lhes apresentar um documento de
identificação para receberem um salvo-conduto que lhes permitia permanecer no
país 30 dias. Com isso, podiam ir até à fronteira franco-espanhola: os agentes
franceses atribuir-lhes-iam um certificado de controlo, que teriam de
apresentar para regularizar a sua situação.
A masculinização da emigração e a
separação temporária do núcleo familiar asseguravam o envio de divisas dos
trabalhadores para Portugal e a manutenção de uma estratégia migratória
orientada para o regresso”
Queixavam-se os espanhóis de gastos com
detidos portugueses que Portugal pouco punia. E estavam cansados os franceses
do estado deplorável em que lhe chegavam os portugueses. A uns e a outros
parecia ajuizado diminuir a necessidade de passadores em Espanha e dispensá-los
na fronteira com a França. Na gare de Hendaia (Irún) instalou-se um centro de
acolhimento de migrantes.
Portugal reagiu. Em 1966, intensificou a
pena de auxílio à emigração clandestina. O que antes ia até dois anos de prisão
passou a ir de dois a oito. Vida mais arriscada para engajadores,
transportadores e passadores. Viagens mais cómodas para clandestinos, que
passaram a usar mais o comboio, a camioneta ou o carro. Um incentivo ao
reagrupamento familiar e à emigração de mulheres solteiras, como Raquelinda.
A presença das mulheres intensificou-se.
Essa tendência foi em crescendo até 1968, ano em que saíram mais mulheres com
documentos em ordem do que homens.
Naquela época, era vulgar motoristas
prestarem serviços a engajadores e passadores. Nas suas investigações, a PIDE e
a guarda esforçavam-se por perceber até que ponto eles estavam envolvidos nas
redes de auxílio à emigração clandestina, até porque o veículo reverteria para
o Estado. Alguns tornavam-se autónomos. Seixo, que tantos homens conduzira até
Raquelinda, foi um deles.
Vivia na freguesia de São Gregório, como
Raquelinda. Mal se casou com a sobrinha, Lurdes Durães, meteu-a no negócio. Era
uma rapariga de face rosada, olhos castanhos, ternos, magra como um pau de
virar tripas. “Quarenta quilos era o meu peso”, diz ela. Óptimo para o
disfarce. “Usava uma cinta para levar os passaportes falsos.” Quem os fazia era
o padrinho dela, exímio na arte de copiar. Punha o nome e os carimbos de saída
de Portugal e de entrada em Espanha.
Eu olhei, dei com os olhos do senhor
novo [carabineiro]. Ele viu tanta aflição, tanta aflição na minha cara que
deitou a mão ao ombro do outro e disse: ‘Vamos embora, deixa-os ir’.”
Lurdes ia com o marido buscar gente “a
Monção, a Paredes de Coura, a Braga, ao Porto, aonde fosse”, e entregava-a a um
passador, perto de casa. O homem esperava-os à hora combinada nas casas de
banho, atrás da escola. Não havendo guarda, desaparecia em menos de um ámen.
Havendo, fazia tempo por ali. O casal apanhava-o no outro lado da fronteira e
transportava-os até Ourense, de onde seguiam, de camioneta ou comboio, até à
fronteira franco-espanhola.
O taxista chegava a ir a Espanha duas vezes no mesmo dia. Estava convencido de que levantaria mais suspeitas se viajasse sozinho. “Onde ides?”, perguntava o guarda. “Vamos ali buscar pão.” Quando tiveram o filho, ia o bebé ao colo da mãe. “Onde ides?” “Ai, vamos com ele ali ao médico.”
O taxista chegava a ir a Espanha duas vezes no mesmo dia. Estava convencido de que levantaria mais suspeitas se viajasse sozinho. “Onde ides?”, perguntava o guarda. “Vamos ali buscar pão.” Quando tiveram o filho, ia o bebé ao colo da mãe. “Onde ides?” “Ai, vamos com ele ali ao médico.”
Quando iam a Monção buscar gente,
serviam-se do palácio de Brejoeira, faustosa construção com 18 hectares de
vinha, oito de bosque, três de jardim. Seixo estacionava no fim do muro. Ao
vê-los ali, havia quem parasse a perguntar: “Precisa de alguma coisa?” Para se
livrarem disso, encenaram um enjoo. “Eu saía, ia para aquele terreno devoluto
como se me encontrara mal.”
Era cada susto. Um dia, passaram uma
rapariga de Paredes de Coura, forte, alta, tão alta que quase não cabia no
carro. Vestia um casaco de “uma malha muito fininha, forrado com esponja”, de
um azul tão forte que fazia doer os olhos de Lurdes, e trazia uma mala
recheada, “como se fosse para férias”. Abriram-lha, tiraram de dentro o que
podiam levar. Arrumaram tudo dentro de uns sacos.
— É Inverno, a mulher vai ter frio, veste
o casaco dela — terá dito Seixo à mulher.
— Está bem.
— Está bem.
Naquele dia, quando o marido foi mostrar
os passaportes, o polícia de serviço puxou conversa com ele. À porta, a fumar
um cigarro, estava o chefe. Atirada a beata, aproxima-se dela: “Levas um casaco
muito bonito!” Ela tremeu como varas verdes.
Tantas vezes andava ela com o coração
aos pulos. Nenhuma como quando levou duas raparigas dos Arcos de Valdevez. Ali
em Frieira, para lá da casa de Raquelinda, costumavam estar dois carabineiros.
Apareceram “um senhor de bastante idade e um rapaz novo”. Lurdes gosta de olhar
para as pessoas nos olhos, mas aqueles não. Ficava virada para a frente,
“direitinha”, como uma criança amedrontada. O marido abriu a gaveta do tablier,
tirou os passaportes de ambos e entregou-os.
— E elas? — perguntou o mais velho, de
olho nas raparigas que iam no banco de trás.
— Elas são nossas vizinhas, iam ao
médico a pé a Ourense e nós tivemos pena delas e demos-lhes boleia” — respondeu
ele.
O mais velho ordenou-lhes que saíssem do
carro e que os acompanhassem ao posto. Lurdes até pensou que o seu coração ia
rebentar. “Eu olhei, dei com os olhos do senhor novo. Ele viu tanta aflição,
tanta aflição na minha cara que deitou a mão ao ombro do outro e disse: ‘Vamos
embora, deixa-os ir’.”
Seixo sabia o que era a prisão. Antes de
se casar, fora preso pela PIDE e levado para o Porto, onde amargara 45 dias. Um
cliente fora detido na fronteira franco-espanhola e denunciara-o. A notícia
viera por ali abaixo. Passara o regato com duas crianças da família. Negaram
tudo. Negar era a sua única defesa.
Quando a luz eléctrica chegou à aldeia,
em 1969, talvez 1970, Lurdes e o marido mudaram de vida. Abriram um café, mesmo
ao pé da PIDE. Compraram um segundo táxi. O motorista contratado para o
conduzir ainda transportou alguns clandestinos, mas poucos. O contexto era
outro.
Salazar caíra da cadeira de lona, no
Forte de Santo António, no Estoril. O país vivia a Primavera Marcelista. Logo
em 1969, a emigração clandestina deixou de ser crime — passou a
contra-ordenação punível com multa, a não ser que se estivesse a escapar ao serviço
militar. Qualquer interveniente na emigração clandestina sujeitava-se então a
18 meses de prisão — mais se ganhasse dinheiro com isso.
No café de Lurdes, o chefe da PIDE
sentava-se sempre na mesma mesa, de costas para o balcão. Se entrasse um desconhecido,
ela adivinhava ao que vinha. Punha-se a olhar para ele. Esticava o dedo médio e
o indicador e levava-os ao ombro. Nem todos decifrariam tal gesto, mas, se para
ali ficassem, quietos, com ar de quem nem sabia o que fazer, o PIDE
levantava-se e saía. Se tivessem dinheiro, Lurdes chamava-lhes o passador. Se
não, ensinava-lhes o caminho.
Não acredita Lurdes que enganava a
polícia. “As pessoas não eram parvas, fechavam os olhos porque queriam.” O
historiador Victor Pereira também está convencido de que a corrupção não
explica tudo o que se passava na fronteira. Muitos agentes conviviam desde
pequenos com aquela realidade, alguns tinham “entre os seus mais próximos,
passadores, contrabandistas ou emigrantes clandestinos”, alguns até já tinham
feito parte do negócio antes de entrar na polícia.
Portugal era um país pobre, conservador,
rural, de certo modo feudal. Os “senhores das terras” defendiam com unhas e
dentes a política oficial de enclausuramento. Em Melgaço, chegaram a fazer
manifestações a exigir que a PIDE combatesse melhor a emigração clandestina.
Texto extraído de:
- Reportagem "Passadoras de Homens e outras aventureiras" de Ana Cristina Pereira, Adriano Miranda e Mariana Correia Pinto, do jornal "Público" da edição de 13 de Abril de 2014.
eu fui uma das passadas a monte com a minha mae e irmao e irmas en 20 de junho 1970 ! tinhamos 13/11/8/5 anos !foi un senhor (muito grande ) que nos levou atravez montes vinhas et rio e deixou nos logo a tras da fronteira e fomos para las vendas!! o senhor do taxi chegou logo e fomos para ourense !! bem ajam essas pessoas! e desde esse dia estou en França !nunca me esquecerei .....passar por cimas das pedras desse rio (trancoso?)
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