sábado, 28 de novembro de 2015

As propriedades curativas da água da Fonte da Pesqueira Longa (Paços)

Vista para a igreja paroquial de Paços (Melgaço) com o rio Minho ao fundo
(Foto em http://coxo-melgaco.blogspot.pt)

Alguns séculos antes de se descobrirem as águas termais do Peso, já eram referidas em documentos antigos umas caldas em Paderne (localização desconhecida, dizia-se que eram perto do mosteiro) ou umas antigas termas em Fiães. Temos ainda documentos que referem fontes com propriedades curativas em vários pontos do concelho.
Há vários séculos que temos registos de uma fonte em Paços (Melgaço) de onde brota uma água com propriedades medicinais únicas. É conhecida pelo menos desde meados do século XVIII e localizava-se num local que era conhecido na época como a Pesqueira Longa, perto da margem do rio Minho.
Em 1779, um livro refere-se às propriedades curativas das águas desta fonte nestes termos: “Na freguesia de Santa Maria de Passos, termo da villa de Melgaço, e margens do rio Minho, num sítio a que chamam a Pesqueira Longa, haverá doze anos se descobriu huma fonte, posto que humilde no produzir das águas, estimadas por suas virtudes. He esta água tépida de manhã, enquanto os ares estão frescos, mas aquecendo o dia, esfria-se. Tem bom gosto. Usão dela os moradores, bebida de manhã e tarde, como remédio, que tem por certo para os flatos internos, por causa de alguma escandecência do sangue, dos rins, hemorróidas. Desfaz a pedra, areias, provoca a urina e desobstrui.
Contem esta águas partículas salinas dos minerais de ferro, nitro e vitriolo, enramadas com huma substância adiposa subtil de enxofre, que sobrenada, onde a água faz quietação, enquanto o ar está frio, desfazendo-se com o calor do sol.”
Amaro de Almeida e J. De Almeida no seu “Inventário Hidrológico de Portugal” de 1988, além de nos dar a sua localização acrescenta: “…tão perto da margem que as cheias do rio facilmente a cobrem, encontra-se a nascente que o povo denomina de água férrea. É grata ao paladar e muita gente a procura por lhe encontrar propriedades digestivas e diuréticas.”   

Informações recolhidas em:
- ALMEIDA, A. & ALMEIDA J. (1988) – Inventário Hidrológico de Portugal. 4º volume, Minho. Instituto Hidrologia de Lisboa.

- REIS, Irm. Fr. Christovao dos (1779) - Reflexões Experimentaes Methodico-Botânicas. Regia Officina Typografica, Lisboa.

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