segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

O Presunto de Melgaço em Soneto de 1893



No livro "Poetas Minhotos", de 1893, encontramos um poema com uma curiosa referência ao Presunto de Melgaço. O soneto diz o seguinte:


"Aquella Rosa branca, a flor mais viva
Dos jardins olorosos de Granada,
Já não parece a flor enamorada,
Triste por viver só, viver captiva.

Outrora, em seu mirante, pensativa,
Muitas vezes a luz da madrugada
A via entre boninas, enlevada,
Nos sons d'uma guitarra fugitiva.

Agora, a Beatriz do Poeta abstruso,
A Elleonora das canções do Tasso,
A Nathercia gentil do cantor luso,

Sol perdido em nevoeiro escuro e baço,
A citharas prefere a roca e o fuso, 
Aos meus cantos, presuntos de Melgaço!"


De João Penha.

Extraído de: PIMENTEL, Alberto (1893) - Poetas do Minho. "Livraria Escolar de Cruz" Editores, Braga.

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