Num artigo
publicado na edição da “Voz de Melgaço” de 1 de Fevereiro de 1967, é abordada a
questão da emigração e do consequente esvaziamento populacional do concelho e
da região.
“Emigração: Problema número um do
Minho
Todo o país
é afectado por esse grande problema que é o da emigração. Falemos,
particularmente, do que nos diz respeito, à nossa província e, de um modo
especial, a Melgaço. É sabido que grande parte dos nossos contemporâneos deixam
a terra que lhe foi berço para procurar noutras, no estrangeiro, o pão-nosso de
cada dia, muitos deles, que a sorte sobeja, ganham proventos, que depois, os
revertem na terra onde nasceram. Veja-se, por exemplo, a febre da construção
civil que vai por todo este concelho. Certamente que é dinheiro dos emigrantes
que nunca esquecem a sua querida terra, que lá longe vive dentro deles. A
presença da terra e dos seus familiares é sempre sentida e vivida por quem um
dia abandonou tudo para um rumo melhor nas suas condições de vida. Porém, há
outros, e nesse número estamos nós, que nunca abandonamos esta querida terra
talvez que é próprio do ser humano. Não quero dizer com isto que há, em nós,
tom de censura, no que outros pensam e desejam ser realizado. No entanto,
apesar de não possuirmos ambições, nos limites da nossa vida, sentimos à nossa
volta um bem-estar de vida (...).
Talvez um dia pensássemos em ir de alongada pelas terras
de África, das nossas províncias ultramarinas. É uma coisa que nos fala ao
nosso sangue.”
Extraído de:
- A Voz Melgaço, edição de 1 de Fevereiro de 1967 citado por CASTRO, Joaquim de & MARQUES, Abel (2003). Emigração e contrabando. Melgaço: Centro Desportivo e Cultural de São Paio.
- A Voz Melgaço, edição de 1 de Fevereiro de 1967 citado por CASTRO, Joaquim de & MARQUES, Abel (2003). Emigração e contrabando. Melgaço: Centro Desportivo e Cultural de São Paio.
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