Teixeira Gomes foi presidente da República Portuguesa entre
6 de Outubro de 1923 e Dezembro de 1925, num período muito conturbado da nossa história.
Em início de Setembro de 1925, o presidente Teixeira Gomes é
notícia na imprensa nacional e também em jornais do país vizinho por causa de um problema de saúde que o apoquenta.
Consultando o jornal "A Capital", na sua edição de 3 de Setembro de 1925, é feito referência a um problema de saúde do Presidente da República (ver o último parágrafo da notícia acima apresentada). Os médicos terão prescrito ao presidente uma cura de águas na estância termal de Vichy (França). Contudo, isto obrigaria a uma série de formalidades e burocracias para se autorizar o presidente a ausentar-se do país, algo que não foi considerado oportuno dado o clima de convulsão política e social. Qual terá sido a solução encontrada?
Encontramos a resposta em dois jornais espanhóis da época. No jornal espanhol “La Voz”, na sua edição de 4 de Setembro
de 1925, encontramos a seguinte notícia:
“Teixeira Gomes no puede tomar las Águas de
Vichy
TOMARÁ LAS DE MELGAÇO, QUE SON SIMILARES
LISBOA, 3 - Los
médicos que asisten al presidente de la República, Sr. Teixeira Gomes, le han
prescrito una cura de águas en el balneario de Vichy.
El Sr. Teixeira
pensaba emprender el viaje pero ha desistido en vista de que para salir del território
nacional necesita la autorización de las Cámaras, cuya convocatória no se
estima oportuna por ahora.
El Sr. Teixeira
Gomes hará su cura de aguas en Melgaço. Las elecciones generales se celebrarán
en noviembre próximo.”
Num outro jornal espanhol, o “El Siglo Futuro”, diário católico, na sua edição de Sábado,
5 de Setembro de 1925 encontramos a mesma notícia:
“El
presidente de la República Portuguesa
LISBOA, 4 - Los médicos que asisten al presidente de la
República le han prescrito una cura de aguas de Vicky. Pero en vista de que
para salir del territorio nacional necesita la autorización de las Cámaras,
cuya convocatoria no se estima oportuna por ahora, el señor Teixeira Gomes hará
su cura de aguas en Melgaco.”
Posteriormente e ainda nesse mesmo ano, perante o quadro de efervescência política,
social e militar, o presidente Teixeira Gomes resigna do seu mandato, em 11 de
Dezembro de 1925.
Em 17 de Dezembro, embarca no paquete grego Zeus, não
regressando mais em vida a Portugal.
Fontes:
- Jornal "A Capital", edição de 3 de Setembro de 1925;
- Jornal “La Voz”, edição de 4 de Setembro de 1925;
- Jornal “El Siglo Futuro”, edição de 5 de Setembro de 1925.
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