sábado, 15 de maio de 2021

O "Ensaio Antropológico" sobre Castro Laboreiro elaborado em 1902


Na viragem para o século XX, foram vários dos grandes académicos portugueses da etnografia e da antropologia que se interessaram fortemente por Castro Laboreiro e foram realizados alguns dos mais importantes estudos sobre os costume das gentes da terra.

Um destes estudos, foi um ensaio antropológico realizado em 1902 e assinado pelo antropólogo Fonseca Cardoso ao qual deu o título “Castro Laboreiro (Ensaio Antropológico)” no qual podemos ler: “No Alto-Minho, dá-se a denominação de Castrejo ao habitante da região montanhosa de Castro Laboreiro, a qual outrora formou com os seus povoados um concelho limitrophe do de Melgaço, de que depende actualmente como sua freguezia mais vasta. (…) 

Ultrapassado o Suajo e embrenhando-se pelas terras ao norte da Portella do Lagarto, o viajante anthropologista começa a impressionar-se com a constância dos caracteres descriptivos dos seus habitantes, notando-lhes a homogeneidade do seu typo ethnico que sobresahe em flagrante destaque do aspecto geral da população ribeirinha minhota. Acantonado desde os tempos prehistoricos n’uma região montanhosa de aspérrimo accesso, como o demonstram as numerosas necrópoles dolménicas espalhadas na maioria dos seus planaltos, o Castrejo mantem ainda tenazmente no seu typo physico os elementos primordiaes da raça mãe, tendo sofrido pouco com a influência das gentes imigrantes, que successivamente transportaram para o território portuguez novos períodos civilisadores e novos elementos ethnicos. 

Além das observações feitas sobre os habitantes que ia encontrando pelo caminho que percorri, consegui medir anthropometricamente —usando dos compassos de espessura e de corrediça  22 homens e 16 mulheres, cuja reluctância e desconfiança se conseguiu vencer com não pouca difficuldade e graças ao prestante concurso do Sr. Mathias Lobato, professor de Castro Laboreiro, e ao esclarecido apoio de dois sacerdotes da localidade, a quem aqui significo o meu agradecimento. 

Esses indivíduos medidos são originários das povoações de Adofreire, Alcobaça, CampelloFormarigoFallagueiras, Várzea Travessa e da Villa de Castro. Sobre elles tomei os caracteres descriptivos da cor dos olhos e do cabello, da forma do nariz de perfil, e da face; e os métricos dos índices cephalico e nasal, diâmetro byzigomatico e da estatura. Esta última medida foi colhida em 30 homens, observados nas inspecções do recrutamento militar, sendo-me impossível obter a estatura das mulheres...” 


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