Recanto de Cubalhão (Melgaço)
(Foto de Elcorty)
Trata-se de uma cantiga popular recolhida em Cubalhão (Melgaço) por volta de 1904. Numa das suas visitas à nossa terra, o investigador José Leite de Vasconcelos, de passagem por Cubalhão ouviu esta cantiga da boca de umas mulheres e registou-a no seu caderno de apontamentos:
"Una
belha qu’eu arrinjei,
Q’
até já usava touca,
Era
das pernas caneja
E
tinha um tanto de mouca.
Credo,
cruzes, canhota!
Era
o que me faltaba!
Casar-me
c’una tabaqueira,
Que
nim pa rapé ganhaba.
Eu
sô binho, tu ês auga,
Ó
pê de mim, tu que ês?
Já
tês oubisto dijer
Que
ninguém xiquêr l’imbarra nos pês.
É
ditado bem antigo,
Sempre
tenho oubisto dijer:
--
A fazenda qu’anda d’arrasto
Já
pouco balor pode ter."
Extraído de: VASCONCELLOS, José Leite de (1928) - Linguagem Popular de Castro Laboreiro. in Opúsculos, Vol. II – Dialectologia (parte I),Imprensa da Universidade, Coimbra.
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