Rio Minho |
A
pesqueira Novas do Braço situa-se no rio Minho em Alvaredo (Melgaço). No início
do século XX, pertencia a Manuel José Fernandes e outros. No dia 23 de Dezembro
de 1917 foi alvo de um atentado com bomba de dinamite, acontecimento contado no
Jornal de Melgaço, na edição de 5 de Janeiro de 1918. Leia a notícia:
“Selvajaria
Alguém
de sentimentos baixos e canalhas, cobarde de mais a mais, receando medir
forças, frente a frente, com o respeitável cavalheiro de S. Martinho de
Alvaredo, Sr. Manuel José Fernandes; que não podendo vingar-se na sua pessoa, o
procura atingir pelas costas e feri-lo nas suas propriedades, no dia 21 de
Dezembro findo, procurou destruir-lhe por meio de bombas de dinamite uma pesqueira
Novas do Braço.
Felizmente,
o criminoso não conseguiu atingir o seu fim pois além de cobarde é ignorante.
Foi
o que felizmente valeu aquele nosso respeitável amigo, porque a bomba colocada
em largo buraco não encontrando resistência ao rebentar; e apenas abriu algumas
fendas no peal das Novas do Braço.
Ataques
destes, atentados assim dirigidos, provam apenas uma baixeza de sentimentos,
verdadeiramente lastimável e exigem, por parte das autoridades, uma repressão
séria e rápida. O caso, porém, foi entregue à Polícia Judiciária.”
Pesqueira Novas do Braço |
Mais
tarde, na edição de 5 de Outubro do mesmo ano, o jornal volta ao tema e
atualiza a informação contando-nos que a pesqueira já se encontrava reconstruída:
“As
«Novas», essas pesqueiras da costa de Alvaredo onde duas infâmias foram
praticadas, uma a prisão de cinco homens que nelas trabalhavam havia por 3
dias, alcunhando-os de emigrantes e ao nosso amigo Fernandes denunciando-o como
engajador; outra o bombardeamento a dinamite praticado nas mesmas a 23 de
Dezembro último, as Novas,
repetimos, já se encontram devidamente reconstruídas.
Ao
nosso amigo Fernandes aconselhamos que em ocasiões das cheias do nosso Minho,
mande lá postar duas sentinelas, munidas cada uma com um canhão de 42,
ordenando que ao estampido do novo dinamite lançado pelos infames, façam ecoar
os canhões, soltando as suas granadas.”
Enfim,
estórias de Melgaço noutro tempo…
muito bom. adorei.
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