Fiães (Melgaço) |
Em 1827, durante a Guerra Civil em Portugal, os combatentes
leais à causa absolutistas são escorraçados para norte pelos liberais até
Melgaço, refugiando-se muitos deles em terras galegas. Aqui encontram apoio e
tentam por esta altura várias incursões em território nacional, especialmente
pela linha raiana do rio Trancoso. Disso dá conta um documento da época um
oficial do exército liberal: “Ponte do Mouro, 9 de Janeiro de 1827 – Os rebeldes
entraram em Alcobaça no dia 7 pelas 8 horas da manhã surpreendendo toda a
guarnição de 56 praças que ali estavam. Dois homens que escaparam, quando
chegaram a Fiães, mandou logo o Tenente Coronel Pimentel do Regimento de Caçadores
nº 12 destacar o Tenente Montenengro com 100 baionetas para os encontrar e
ficando ele em posição de o reforçar, os rebeldes marcharam à beira do regato
limítrofe (rio Trancoso) abaixo em direção a Pousafoles, onde subiram com
destino de ir a Fiães e sendo perseguidos na subida de uma ladeira formidável,
foram encontrados pelo Tenente de Caçadores Falcão, que estava com o Comandante,
que dando-lhe alguns dos milicianos vários tiros, eles avançaram ao som de
cornetas e deram-lhe uma enorme descarga.
Debandando tudo de Fiães, os rebeldes dirigiram-se a S. Gregório
aonde primeiro do que eles, alguns paisanos do mesmo povo principiaram a fazer
fogo às nossas milícias, que então se retiraram pela beira Minho, deixando a estrada
de Melgaço e foram ter a Penso.
Nessa noite, retiramo-nos de Melgaço com o resto da tropa
que havia, por temermos ser cortados, ou pela estrada de Pomares que vai dar a Penso,
ou pela de Cubalhão que vai dar à Ponte do Mouro e viemos fazer ponto de
reunião ali.
Não se perdeu de bagagens, e nada ficou da fazenda.”
Extraído de: O Spectador Brasileiro. Jornal Político, Literário e Commercial. Nº 41. Edição de 11 de Abril de 1827.
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