Em 1827, durante a Guerra Civil, os soldados absolutistas são escorraçados para norte pelos liberais até Melgaço e daqui para terras galegas. O Marquês de Angeja que chefia as tropas nesta região escreve: “Depois que dirigi a vossa. Ex.ª, ontem, o meu oficio datado de Valadares, marchei com as tropas do meu comando para Melgaço, para me assegurar se os rebeldes, haviam, ou não, entrado em Espanha, e qual era o comportamento que com eles haviam tido as autoridades espanholas da fronteira, tendo eu dirigido ontem mesmo um oficio ao governador de Tuy para fazer desarmar os rebeldes que haviam entrado no seu distrito. Ainda não recebi resposta alguma dele, mas sei que o Marquês de Chaves entrou na Galiza por Fiães acompanhado de alguma infantaria e da maior parte da sua cavalaria, tudo em tal desordem e ruína, que não poderá entrar facilmente em novas operações, não obstante afirmarem os soldados, que se dirigem a Montalegre e Chaves à província de Trás-os-Montes. Mandei fazer esta tarde um reconhecimento forte até S. Gregório, última povoação portuguesa, situada na confluência do Minho e de um pequeno regato aonde principia a raia seca. As guerrilhas fizeram grande resistência sendo contudo repelidas com grande fogo de caçadores e cargas de cavalaria, para o território espanhol, aonde se achavam postadas duas ou três companhias de milicianos da Galiza, que visivelmente os protegeram, permitindo-lhes fazer fogo por muito tempo. Conto dirigir-me amanhã às autoridades espanholas, reclamando que estas guerrilhas e soldados sejam imediatamente desarmados, pedindo igualmente uma satisfação pelo comportamento hostil que tiveram hoje para connosco.”
Extraído de:
- Documentos para a História das Cortes Geraes da Nação Portugueza. Tomo III, Anno de 1827. Imprensa Nacional, Lisboa, 1855.
Sem comentários:
Enviar um comentário