Capela da Senhora de Lourdes (Paços-Melgaço) |
Um dos
blogues que costumo ler com assiduidade é o “Melgaço, Minha Terra” da autoria
do ilustre Joaquim Rocha que pode ler em http://melgacominhaterra.blogspot.pt/ Há dias, li aqui um artigo que me fez recordar
as rivalidades entre a malta das diversas freguesias deste concelho e quando
inclusivamente se pegavam à pancada... O texto reproduz um artigo de jornal de
Agosto de 1919 e centra-se na rivalidade entre a malta de Paços e Chaviães nas festas e romarias...
Ora leia: “Lê-se no Jornal de Melgaço n.º 1257, de 3/8/1919: «Está em moda, nas romarias, à tarde ou à
noite, haver grossa bordoada. Em Pomares (lugar da freguesia de Paderne),
quando no dia 25 se realizava a festividade em honra de São Tiago (Santo Iago),
foi o que se viu. No dia 27, quando em Paços se realizava a festividade em
honra de Santa Ana, também não faltou a traulitada entre a rapaziada de Paços e
a de Chaviães. Que ela se desse em Pomares, quando se festejava o São Tiago,
admitimos, visto tratar-se de um herói na traulitada aos moiros; mas
tratando-se da avó de Jesus, que decerto devia ser toda bondosa, parece que não
fica bem. Mas, como os desordeiros acham sempre bem, toda a vez que podem
pregar a sua traulitada, à tarde, pouco depois de recolher a procissão, houve
alguns socos, misturados com bengaladas, o que deu em resultado alguns dos de
Paços virem até ao lugar do Esporão onde perguntaram aos de Chaviães se queriam
guerra ou harmonia. E como os de Chaviães respondessem que se estavam ali era
para bater, e como logo em seguida fizessem com uma traulitada baixar ao chão o
Ricardo Alves, de Paços, os companheiros deste desafrontam-no, fazendo também
ir a terra uns quatro ou cinco de Chaviães. Não podemos de forma alguma elogiar
tais proezas, mas se temos de censurar estas, como não devemos classificar o facto
de os “valentes” de Chaviães, depois desse dia, baterem em qualquer pessoa que
à Portela do Couto passasse, pelo simples facto de ser de Paços? Desconhecemos
as razões anteriores que naquele dia os levaram a vias de facto, não podendo,
por isso, avaliar bem a responsabilidade de cada grupo, mas o que toda a gente,
desconhecendo embora essas razões e até esses factos, tem de censurar com toda
a energia dos seus nervos, é o facto de certos “valentes” da Portela do Couto
baterem há dias numa mulher de Sá, conhecida por Maria do Romão. Essa mulher
deve ter 60 anos de idade aproximadamente, é viúva e doente, e vive distante um
único filho que tem. Nada mais julgo necessário para aquela mulher ser digna de
todo o respeito; mas os “valentes” da Portela não o entenderam assim. Saem à
estrada, onde lhe perguntam de onde é, e – como ela dissesse que era de Paços –
dão-lhe logo duas bofetadas. Por acaso será crime o ser natural de Paços porque
os desta freguesia bateram nos de Chaviães? Mais juízo, ó “valentes” da Portela,
pois do contrário teremos de chamar a atenção da digna autoridade
administrativa para as vossas proezas, mandando-vos chamar a capítulo!»
(Extraído de http://melgacominhaterra.blogspot.pt/)
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