Há
cerca de 100 anos, 72 melgacenses partiram para França para participarem no
conflito mais horrendo que a História já tinha conhecido.
O
blogue “Melgaço, entre o Minho e a Serra” homenageia nestes dias a coragem
destes homens melgacenses que combateram numa guerra para a qual não estavam
preparados. Desse contingente de soldados da nossa terra, 10 deles nasceram na
freguesia de Santa Maria da Porta, atualmente designada de Vila. Entre os soldados desta freguesia, apenas António José Cardoso Ferreira Pinto da Cunha morreu na guerra, concretamente na célebre batalha de La Lys, a 9 de Abril de 1918, nunca se tendo encontrado os seus restos mortais. Outros dois soldados da vila de Melgaço foram feitos prisioneiros de guerra nessa batalha. Foram eles os combatentes Mário Afonso, nascido na Quinta de S. Julião, e António dos Reis, natural da Rua Direita, que estiveram em campos de prisioneiros na Alemanha até ao fim da guerra em Novembro de 1918.
Saibam
quem foram os homens naturais desta vila de Melgaço que combateram nas trincheiras
de França…
1 - António José Cardoso
Ferreira Pinto da Cunha, segundo-sargento do
Regimento de Obuses de Campanha, unidade sediada em Castelo Branco. Nasceu às 7
horas e meia do dia 28 de Julho de 1892, na Rua Direita, vila e freguesia Santa
Maria da Porta, concelho de Melgaço, filho de António José Ferreira Pinto
da Cunha, juiz desta comarca, e de Carlota Amália Cardoso. À época da sua
partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador na vila de Arcos de
Valdevez. Embarcou para França integrado no Corpo Expedicionário Português a 20
de Agosto de 1917, onde pertenceu ao 6.º Grupo de Baterias de Metralhadoras (4ª
Bateria). Combateu na Batalha de La Lys. Inicialmente dado como desaparecido em
combate. Contudo, ao contrário de outros desaparecidos em combate melgacenses
na batalha, o segundo sargento não constava entre os prisioneiros de guerra
feitos pelos alemães. Mais tarde, foi dado como morto em combate na Batalha de
La Lys a 9 de Abril de 1918. Desconhece-se o paradeiro dos seus restos
mortais.
2 - Mário Afonso,
soldado do Regimento de Artilharia nº 5 (2º Grupo de Baterias de Artilharia). Nasceu
às duas horas e meia da manhã do dia 28 de Julho de 1891, filho de António Luiz
Afonso e Tereza de Jesus, natural da Quinta de S. Julião, freguesia de Santa
Maria da Porta, concelho de Melgaço. À época da sua partida para a guerra, era
casado com Mariana Afonso desde 7 de Outubro de 1916 e residia na freguesia de
Chaviães (Melgaço). Embarcou para França em 20 Agosto de 1917 integrado no
Corpo Expedicionário Português, portador da chapa de identificação nº 28 641,
tendo desembarcado no Porto de Brest em 25 de Agosto. Já em cenário de guerra,
foi colocado no 2º Grupo de Baterias de Artilharia, 3ª Bateria, em 23 de
Janeiro de 1918. Combateu na célebre
Batalha de La Lys (9 de Abril de 1918), onde foi dado como desaparecido em
combate. Apenas em Novembro de 1918, por comunicação da Comissão de
Prisioneiros de Guerra, se soube que tinha sido feito prisioneiro pelos alemães
durante a batalha e levado para o Campo de Prisioneiros de Dulmen, situado na
região da Westefalia (Alemanha). Sobreviveu à guerra. Depois da guerra ter
terminado, foi libertado. Posteriormente, o soldado Mário Afonso foi punido
pelo Comandante do Corpo Expedicionário Portugal no dia 31 de Dezembro de 1918,
com 10 dias de detenção disciplinar porque “em
3 de Janeiro do presente ano acendeu uma vela no balcão que ocupava em Blessy (localidade a cerca de 70 Km a oeste da
cidade de Lille) a qual caindo sobre
uma porção de palha que ali se encontrava, originando um incêndio que produziu
estragos na importância de 7971,88 francos que o Estado teve que pagar…”.
O
soldado Mário Afonso embarcou no navio inglês "Northwestern Miller"
em 31 de Janeiro de 1919 e desembarcou em Lisboa de 4 de Fevereiro de 1919.
Viria a falecer às 20 horas do dia 28 de Dezembro de 1963.
Cartão de inventariação do soldado Mario Afonso (Campo de Prisioneiros de Hameln - Alemanha) |
3 - António dos Reis, Soldado
do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Companhia do Corpo
Expedicionário Português (2ª Divisão). Nasceu às nove horas da manhã do dia 25
de Junho 1892, filho de João Batista Reis e Laureana Joaquina Esteves, natural
da Rua Direita, freguesia de Santa Maria da Porta (atualmente designada por
freguesia da vila). À época da sua partida para a guerra, encontrava-se
solteiro e era residente na vila de Melgaço. Embarcou para França em 15 de
Abril de 1917 integrado no Corpo Expedicionário Português, portador da chapa de
identificação nº 49 563. Já no cenário de guerra, sabemos que baixou ao
Hospital nº 51 em 17 de Maio de 1917, tendo alta no dia 13 de Junho. Foi punido
em 19 de Agosto do mesmo ano pelo Comandante da Companhia com 8 dias de
detenção “porque tendo em 18 do corrente
respondido à chamada para a formatura da instrução de noite, se ausentou dela
sem autorização recolhendo ao seu alojamento…”. Ainda nesse ano de 1917,
voltou a infringir as regras do Regulamento Disciplinar e recebeu nova punição
em 19 de Dezembro por parte do Comandante da Companhia. Desta vez, foi punido
com 10 dias de detenção por “ter saído
da 1ª linha de trincheiras, onde prestava serviço, sem autorização e ainda
porque sendo interrogado sobre quem o autorizou a vir à 2ª linha, informou
falsamente citando o nome ao Comandante exposto o que se averiguou ser falso…”.
O
soldado António dos Reis combateu na Batalha de La Lys tendo sido dado como desaparecido
em combate na batalha em 9 de Abril de 1918. Meses mais tarde, soube-se,
através da Comissão dos Prisioneiros de Guerra, que tinha sido feito
prisioneiro pelos alemães durante as hostilidades e levado para o Campo de
Prisioneiros de Friedrichsfeld (Alemanha). Sabe-se que em 2 de Fevereiro de
1919, se encontrava integrado no Batalhão de Infantaria nº 12. Posteriormente,
o soldado António dos Reis fez a viagem até ao Porto de Embarque em Cherbourg
(França) onde embarcou no navio inglês "Orita" em 13 de Fevereiro e
desembarcou em Lisboa de 16 de Fevereiro de 1919. Viria a falecer em 6 de Maio
de 1958, na vila de Melgaço.
Cartão de inventariação do soldado Mario Afonso (Campo de Prisioneiros de Hameln - Alemanha) |
4 - Adriano do Paço,
Soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo
Expedicionário Português (2ª Divisão). Nasceu às seis horas da tarde do dia 16
de Fevereiro do ano de 1894, filho de Lourenço do Paço e de Albina Cândida
Moreira, na Rua de Mello, na vila de Melgaço. À época da sua partida para a
guerra, encontrava-se solteiro e era morador na vila de Melgaço.
Embarcou
para França integrado no Corpo Expedicionário Português a 15 de Abril de 1917,
onde pertenceu à Brigada do Minho. Já em França, sabemos que foi colocado do
Depósito de Material de Bagagens, na Base de Retaguarda, em 6 de Novembro de
1917 “afim de fazer serviço nas oficinas anexas à secção de fardamento”. Foi
punido em 15 de Abril de 1918 pelo Diretor
do Depósito de Fardamentos e Bagagens, "com 6 dias de detenção por ter
faltado à formatura do recolher do dia 14, apresentando-se às 6 horas do dia
seguinte…”. Baixou ao Hospital nº 30 em 29 de Abril de 1918, tendo alta em 4 de
Maio. Foi punido em 21 de Junho desse ano pelo Diretor do Depósito de
Fardamento “com 6 dias de detenção tendo
em atenção o seu comportamento anterior porque estando nomeado para
serviço de ronda no dia 17 do corrente,
apresentando-se 10 minutos mais tarde depois da hora determinada…”. Posteriormente,
baixou ao Hospital Inglês de Calais em 19 de Janeiro de 1919, tendo alta no dia
25. Sobreviveu à guerra, tendo embarcado com destino a Portugal em 9 de Agosto
de 1919. Desembarcou em Lisboa, no cais
de Alcântara, em 12 de Agosto de 1919.
5 - Agostinho de Araújo,
Soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo
Expedicionário Português (2ª Divisão). Nasceu às seis horas da manhã do dia 23
de Março de 1892 na freguesia da vila de Melgaço (à época, Santa Maria da
Porta), filho de José Joaquim de Araújo e de Anna Joaquina Domingues. À época
da sua partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador na freguesia
da Vila. Embarcou em Lisboa, no cais de Alcântara, para França integrado no
Corpo Expedicionário Português a 15 de Abril de 1917, onde pertenceu à Brigada
do Minho. São muito escassos os dados sobre o percurso deste soldado durante a
guerra. Sabe-se que foi promovido ao posto de 1º Cabo em 12 de Agosto de 1918.
Sobreviveu à guerra e embarcou para Portugal no dia 15 de Abril de 1919 em
Cherbourg, a bordo do navio inglês “Northwestern Miller”, tendo desembarcado em
Lisboa em 19 de Abril. Após a guerra, viria a casar com Emília Rosa Bermudes em
18 de Janeiro de 1930. Faleceu no dia 11 de Setembro de 1954.
6 - João Gonçalves,
Soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo
Expedicionário Português (2ª Divisão). Nasceu às quatro horas da manhã do dia 4
de Fevereiro de 1894 na freguesia da vila de Melgaço (à época, Santa Maria da
Porta), na rua Direita, filho de pai incógnito e de Rosa Gonçalves. À época da
sua partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador na rua Direita,
na vila de Melgaço. Embarcou em Lisboa, no cais de Alcântara, para França
integrado no Corpo Expedicionário Português a 15 de Abril de 1917, onde
pertenceu à Brigada do Minho.
Já
em França, foi colocado no Quartel General da Base - Depósito de Materiais da
Base em 6 de Novembro de 1917, ficando a prestar serviço na Secção de
Fardamento.
Foi
punido em 25 de Maio de 1918 pelo Diretor do Depósito de Fardamentos da Base “com 2 dias de detenção tendo que atendendo ao seu bom comportamento
anterior, porque estando nomeado para serviço de ronda no dia 17 do corrente,
apresentou-se 10 minutos mais tarde depois da hora que lhe havia determinada…”.
Foi novamente punido em 15 de Abril de 1918 pelo Diretor do Depósito e Oficinas
de Fardamentos da Base “com 6 dias de
detenção por ter faltado à formatura do recolher do dia 14 do corrente
apresentando-se às 6 horas do dia 15…”.
Sobreviveu à guerra e embarcou em Cherbourg (França) com destino a
Portugal no dia 6 de Maio de 1919, a bordo do navio português “Gil Eanes”,
tendo desembarcado em Lisboa, no cais de Alcântara, em 10 de Maio. Após a
guerra, viria a casar com Isolina Augusta Gonçalves em 11 de Novembro de 1940.
Faleceu às 12 horas e 50 minutos do dia 19 de Dezembro de 1940.
7 - José Maria Pereira,
Soldado do Regimento de Obuses de Campanha - 4ª Bateria, unidade sediada em
Castelo Branco. Nasceu às oito horas da manhã do dia 7 de Maio de 1892 na
freguesia da vila de Melgaço (à época, Santa Maria da Porta), na rua Direita,
filho de Alfredo Fernandes Pereira e de Ludovina Rosa Gonçalves. À época da sua
partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador na rua Direita, na
vila de Melgaço. Embarcou em Lisboa, no cais de Alcântara, para França
integrado no Corpo Expedicionário Português a 17 de Agosto de 1917.
Já em
França, foi promovido a 1º Cabo em 1 de Setembro de 1917. Viria a ser punido no
dia 26 de Novembro de 1917 “pelo
Comandante da Bateria com 4 dias de detenção por não cumprir uma
determinação de serviço ordenada pelo
seu Comandante de bateria”.
Posteriormente,
em 8 de Fevereiro de 1918, baixa à ambulância nº 3, sendo evacuado para o
Hospital de Sangue no dia seguinte (dia 9). De seguida, volta a ser evacuado,
desta vez para o Hospital Canadiano 3 no dia 11 desse mês de Fevereiro. Em 29
de Março de 1918, foi evacuado para o Hospital da Base nº 1.
Em
22 de Abril de 1918, foi julgado incapaz para todo o serviço e foi repatriado. Sobreviveu à guerra e embarcou em Cherbourg (França) com
destino a Portugal no dia 14 de Maio de 1918, tendo desembarcado em Lisboa, no
cais de Alcântara, em 17 de Maio.
8 - Mário Teixeira Pinto,
Soldado do Regimento de Obuses de Campanha - 5ª Bateria, unidade sediada em
Castelo Branco. Nasceu às onze horas da noite do dia 5 de Abril de 1893 na
freguesia da vila de Melgaço (à época, Santa Maria da Porta), na rua da
Misericórdia, filho de Arthur Napoleão de Mattos Teixeira Pinto, telegrafista,
e de Claudina Roza da Silva. À época da sua partida para a guerra,
encontrava-se casado desde 1 de Janeiro de 1916 com Emília Delfina de Araújo e era
morador na vila de Melgaço. Embarcou em Lisboa, no cais de Alcântara, para
França integrado no Corpo Expedicionário Português a 20 de Agosto de 1917.
Já em
França, foi colocado no 6º Grupo de Baterias de Artilharias em 21 de Dezembro
de 1917 por ordem do Comando da 2ª Divisão do C.E.P.
Em
10 de Junho de 1918, foi “condenado pelo
Tribunal de Guerra do Corpo, na penas de seis meses de Presídio Militar, ou em
alternativa, na pena de seis meses de incorporação no Depósito Disciplinar e,
em qualquer dos casos, na pena de baixa de Posto. Ordem do Corpo Expedicionário
Português nº 158, 22/6/1918”. Em consequência da decisão do Tribunal
Militar, segue marcha escoltado até Cherbourg onde dá entrada no dia 28 de
Junho de 1918, no Depósito de Adidos do Corpo Expedicionário. Em 2 de Julho de 1918, dá
entrada na prisão do acampamento. Em 8 de Julho desse ano, segue marcha até ao
Porto de Embarque de Cherbourg, de onde sai a bordo do navio “Pedro Nunes” no dia 16 de Julho de 1918, tendo desembarcado em Lisboa,
no cais de Alcântara, em 19 de Julho.
Viria a falecer em Luanda (Angola) no dia 14 de Julho de 1971.
9 - António de Melo,
Soldado do 3º Grupo Automóvel - Comboio Automóvel. Nasceu às nove horas da
noite do dia 31 de Dezembro de 1894 na freguesia da vila de Melgaço (à época,
Santa Maria da Porta), na rua Direita, filho de pai incógnito e de Júlia da
Glória de Melo. À época da sua partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era
morador na vila de Melgaço. Embarcou em Lisboa, no cais de Alcântara, para
França integrado no Corpo Expedicionário Português a 26 de Setembro de 1917,
tendo chegado ao Porto de Brest no dia 30 do mesmo mês.
Já em
França, sabe-se que foi colocado no Serviço de Transporte Automóvel em 1 de
Abril de 1918 onde ficou com o nº 961. Foi punido em 21 de Abril de 1918 pelo
Comandante do Parque Automóvel “com 2
guardas por ter faltado à 1ª refeição”. Foi novamente punido em 28 de
Abril do mesmo ano pelo Comandante do Parque Automóvel com 2 dias de detenção
por ter saído do estacionamento sem licença”. Foi novamente punido e 5 de Maio
de 1918 pelo Comandante do Parque Automóvel “com 4 dias de detenção por ter faltado à 1ª refeição sem motivo
justificado”.
Foi
condecorado com a Medalha Comemorativa da Expedição a França segundo consta
Ordem de Serviço nº 49 da Secção Automóvel do Quartel General do Corpo Expedicionário
de 22 de Fevereiro de 1919.
Em
10 de Junho de 1919, abandona a Secção Automóvel afim de seguir para Cherbourg
para o Porto de Embarque com vista a ser repatriado. Embarca com a Secção de
Adidos em 5 de Julho no navio inglês “Northwest Miller”, tendo desembarcado em Lisboa, no cais de Alcântara, em 19 de Julho desse ano de
1919.
Viria a falecer em 31 de Agosto de 1944, na vila de Melgaço.
10 - Secundino Augusto Calheiros,
Soldado da 2ª Companhia do Batalhão de Sapadores dos Caminhos de Ferro. Nasceu
às oito horas da noite do dia 13 de Dezembro de 1892 na freguesia da vila de
Melgaço (à época, Santa Maria da Porta), filho de pai incógnito e de Silvana
Inocência Calheiros. À época da sua partida para a guerra, encontrava-se casado
com Maria Emília Ferreira desde 5 de Dezembro de 1916 era solteiro e era morador
em Vila Praia de Âncora, Caminha. Embarcou em Lisboa, no cais de Alcântara, com
destino a França integrado no Corpo Expedicionário Português a 26 de Maio de
1917, em direção ao Porto de Brest.
Já
em França, sabe-se que baixou ao Hospital da Base 1 no dia 9 de Abril de 1918,
dia da batalha de La Lys. No mesmo Hospital, foi julgado incapaz para todo o
serviço por Junta Médica. Teve alta no dia 2 de Maio. Posteriormente, embarca
no Porto de Embarque em Cherbourg com destino a Portugal, tendo desembarcado em
Lisboa, no cais de Alcântara, em 17 de Maio de 1918.
Viria a falecer em 28 de Maio de 1973 em Vila Praia de Âncora
(Caminha).
11
- Joaquim de Egas Afonso,
Soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª
Brigada do Corpo Expedicionário Português (2ª Divisão). Nasceu às
sete horas da manhã do dia 15 de Março de 1895 na freguesia da vila
de Melgaço (à época, Santa Maria da Porta), filho de Joaquim de
Egas Afonso e de Maria José de Sousa e Castro Meleiro. À época da
sua partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador na
vila de Melgaço.
Embarcou
em Lisboa, no cais de Alcântara, para França, integrado no Corpo
Expedicionário Português a 15 de Abril de 1917, onde pertenceu à
Brigada do Minho, portador da chapa de identificação nº 49 561.
Já
em França, no cenário de guerra, recebeu várias punições por
comportamento julgado não adequado em contexto militar em tempo de
guerra. Assim, foi punido em 12 de Setembro de 1917 “pelo
Comandante da Companhia com 6 dias de detenção, atendendo ao seu
comportamento anterior por haver faltado à instrução que no dia 11
teve lugar das 13 às 17 horas…”.
Novamente,
em 2 de Outubro de 1917, foi punido “
pelo Comandante da Companhia com cinco dias de detenção por se ter
ausentado ontem da área da companhia sem autorização”.
Ainda em Outubro de 1917, mais precisamente no dia 19, foi de novo
punido “pelo
Comandante do Batalhão com 15 dias de prisão correcional por não
ter ido ao trabalho em “Krigs Cross” na manhã de 16 (dia) por
declarar estar doente, doença que não foi confirmada em revista de
saúde a que foi presente…”.
Contudo, os episódios de indisciplina não se ficam por aqui,
recendo novamente punição em 18 de Fevereiro de 1918 “pelo
Sr. Comandante da 4ª Companhia com 2 guardas por não tratar do
arrumo da sua companhia como lhe foi determinado pelo Cabo Chefe do
Grupo do seu alojamento…”.
Baixou
ao Hospital da Base 1 em 24 de Outubro de 1918, ficando tendo tido
alta em 11 de Novembro, ficando ali a fazer serviço. Posteriormente,
seguiu para o Quartel General da Base em 2 de Fevereiro de 1919 “por
ser dispensado do serviço daquele hospital”. Em 6 de Fevereiro
desse mesmo ano, passa a integrar o Batalhão de Infantaria 6, 4ª
Companhia.
Sobreviveu
à guerra e embarcou em Cherbourg (França), juntamente com o
Batalhão de Infantaria 6, com destino a Portugal no dia 15 de Abril
de 1919, a bordo do navio inglês “Northwestern Miller”, tendo
desembarcado em Lisboa, no cais de Alcântara, em 19 de Abril.
Faleceu
às 9 horas do dia 15 de Março de 1959, na freguesia de Paranhos,
concelho do Porto.
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