Passaram-se mais de 100 anos da
página mais negra da participação portuguesa na 1ª Grande Guerra. Durante a
Batalha de La Lys, a 9 de Abril de 1918, na Flandres Francesa, centenas de
portugueses tombaram e milhares foram dados como desaparecidos em combate.
Entre ao soldados melgacenses, 4 morreram em combate mas outros 9 melgacenses
desapareceram durante a batalha.
Os falecidos foram os soldados José Cerqueira
Afonso, de Paços (Melgaço); José Narciso Pinto, de Chaviães;
João José Pires, da freguesia de Paços (Melgaço), António
José da Cunha, natural da freguesia da Santa Maria da Porta (Vila –
Melgaço). O último pertencia ao 6.º Grupo de Baterias de
Metralhadoras e os três primeiros eram soldados que pertenciam à 4ª
Brigada de Infantaria do CEP, Regimento de Infantaria n.º 3 (Viana do Castelo).
Esta era conhecida como a Brigada do Minho, a que pertenciam a maioria dos
soldados melgacenses, e já tinha conquistado uma reputação de bravura na frente
de batalha muito antes de lhe ser confiada, em Fevereiro de 1918, a defesa do
sector de Fauquissart, em Laventie, na Flandres francesa, perto da fronteira
com a Bélgica, onde ainda se encontrava nesse fatídico dia 9 de Abril de 1918,
quando foi dizimada pelos alemães na dita batalha de La Lys.
Os soldados da Brigada do Minho passaram
a noite de 8 para 9 de Abril a arrumar armamento, munições e outros
equipamentos e pertences. Iam ser rendidos por batalhões ingleses no dia 9 e
hoje em dia acredita-se que os alemães sabiam disso. Sabiam também que a
infantaria portuguesa não estava preparada para aquela guerra e que tinham sido treinados
à pressa numa falácia vendida pelo regime republicano que apelidaram de “Milagre
de Tancos”. Os soldados de Melgaço e de outras regiões eram lavradores,
pedreiros e de outros ofícios. Muitos deles nunca tinham saído da sua terra. A
grande maioria nem sabia ler e escrever. Um soldado não se faz num par de meses…
Esta batalha foi, por essas e outras
razões, um dos maiores desastres de toda a História Militar portuguesa. Terão
caído sobre as posições portuguesas cerca de 1,4 milhões de granadas. A dita
batalha é contada por um soldado português que nela esteve envolvido numa carta
enviada à família. Na mesma, datada de 11 de Julho de 1918, o soldado tentou
reconstituir, em breves palavras, os acontecimentos daquela noite: “Às
quatro horas da manhã do dia 9 de Abril de 1918 rompe um enorme bombardeamento
por parte do inimigo, coisa essa que nós, à primeira vista, não estranhámos,
visto que já estávamos habituados a tudo isso, mas o prazo desse bombardeamento
foi-se prolongando e as horas foram-se passando, e já depois de o inimigo ter
feito grandes tentativas para avançar para as nossas trincheiras e sempre
repelido pelo nosso fogo, continua o grande bombardeamento com uma tal violência
que ao fim de algumas horas o chão estava todo voltado com o debaixo para cima,
um completo horror, é mesmo inexplicável. Milhares e milhares de infelizes
portugueses tinham desaparecido, uns despedaçados pelos ares, outros tinham
ficado soterrados para jamais serem vistos”.
No dia seguinte, chegara a hora de
contabilizar as baixas: 398 mortos (369 praças e 29 oficiais) e uma esmagadora
maioria de prisioneiros (6585, dos quais 6315 eram praças e 270 oficiais). Na 4ª
Brigada de Infantaria, as baixas situam-se em cerca de 60% entre mortos,
feridos e prisioneiros. No Regimento de Infantaria 3 (Viana do Castelo), as
baixas cifram-se em 570, de um total de 700 homens que estavam em posição
naquela noite. Deste total de baixas, houve registos de 91 mortos (4 de
Melgaço), 155 feridos, 7 desaparecidos e 317 soldados feitos prisioneiros. Deste
total de prisioneiros de guerra, nove soldados eram melgacenses. Inicialmente,
estes homens foram dados como “desaparecidos em combate” e esse facto foi
comunicado às famílias. Vários meses mais tarde, após o fim da guerra, em
Novembro de 1918, a Comissão dos Prisioneiros de Guerra, comunicou que estes
homens se encontravam em campos de prisioneiros na Alemanha, pondo fim a meses
de sofrimento dos soldados e das suas famílias que os julgavam mortos. Na
realidade, estes melgacenses foram todos capturados durante a Batalha e levados
para campos de prisioneiros na Alemanha. Eram eles os soldados Mário
Afonso, de Santa Maria da Porta (Vila); António Fernandes,
de Penso; Abílio Alves de Araújo, natural de freguesia
incógnita (Melgaço); Avelino Fernandes, de Alvaredo; António
José Rodrigues, de Paderne; Inocêncio Augusto
Carpinteiro, de S. Paio; Justino Pereira, de Cubalhão; António
dos Reis, da Rua Direita (Santa Maria da Porta, Vila) e António
Pires, de Roussas.
Um prisioneiro português conta-nos o
caminho que fizeram desde a captura na Batalha de La Lys até ao campo de
prisioneiros. Na primeira noite, a noite de 9 para 10 de Abril, foi passada em
cenário de guerra. Ele conta que foram colocados num lamaçal cercados por uma
cerca de arame farpado. Diz que era como se guarda os animais no monte.
Foram sentados todos lado a lado e aí foram despojados dos seus bens. Tudo
o que interessava aos soldados alemães era-lhes retirado. E conta que eles de
facto tentavam iludir os soldados, guardando os objectos que mais valor tinham
para eles, os seus relógios, os seus bens pessoais, e depois trocavam esses
bens por alimentos, tentavam corromper os próprios soldados alemães.
Esta primeira noite é passada completamente ao relento. Estamos a falar de homens que há 24 horas que não comem nada e recebem a primeira refeição no caminho para a cidade francesa de Lille, no dia seguinte.
Esta primeira noite é passada completamente ao relento. Estamos a falar de homens que há 24 horas que não comem nada e recebem a primeira refeição no caminho para a cidade francesa de Lille, no dia seguinte.
Por essa altura, a cidade de Lille
estava já sob o domínio alemão desde o início da guerra e portanto os próprios
civis franceses eram eles próprios como que prisioneiros dos alemães. Então, à
chegada dos prisioneiros portugueses, os civis franceses juntavam-se em
multidões tentando encorajar os próprios soldados e atirando-lhes pedaços de
comida, que era o que eles aproveitavam para comer nessas alturas. Obviamente
que estas acções eram reprimidas pelos soldados alemães.
Os soldados portugueses passam a primeira
noite num quartel em Lille, e depois seguem para a cidadela de Lille, para uma
fortaleza que servia como uma espécie de entreposto na distribuição dos
prisioneiros portugueses para os diferentes campos de concentração alemães.
Passam cerca de três dias em Lille e seguidamente recebem ordem de marcha para
o campo na Alemanha.
No caminho para a estação de comboio (eles viajaram de comboio), no caminho para essa estação, ele conta casos verdadeiramente comoventes dos seus compatriotas e dele próprio. Obviamente que tentavam furar as fileiras dos soldados alemães e nos campos agrícolas em volta tentavam retirar todos os alimentos, para assim conseguirem sobreviver.
No caminho para a estação de comboio (eles viajaram de comboio), no caminho para essa estação, ele conta casos verdadeiramente comoventes dos seus compatriotas e dele próprio. Obviamente que tentavam furar as fileiras dos soldados alemães e nos campos agrícolas em volta tentavam retirar todos os alimentos, para assim conseguirem sobreviver.
Mais tarde, apanham o comboio com
destino à Alemanha e viajam em carruagens sem o mínimo de condições. Eram
carruagens de transportar animais, portanto sem o mínimo de condições de
higiene e de segurança.
E então fazem o caminho longo de dois
dias e duas noites, passando por Bruxelas até a Alemanha. Na Bélgica eles não
chegam a sair do comboio, ficam o tempo todo dentro do comboio. São novamente
incentivados pelos civis belgas e alimentados por eles.
Quando entram na Alemanha, apercebem-se de que o seu destino ia mudar. Nota-se grande hostilidade por parte dos próprios civis alemães, agora em vez de os incentivarem, obviamente que os insultavam, em vez de lhes atirarem pão, atiravam pedras à carruagem.
Então chegam ao campo de prisioneiros, que fica a norte da cidade de Colónia, um campo muito grande, com muitas infra-estruturas muito bem organizado, e que tinha inclusivamente até um jornal publicado pelos prisioneiros franceses.
Quando entram na Alemanha, apercebem-se de que o seu destino ia mudar. Nota-se grande hostilidade por parte dos próprios civis alemães, agora em vez de os incentivarem, obviamente que os insultavam, em vez de lhes atirarem pão, atiravam pedras à carruagem.
Então chegam ao campo de prisioneiros, que fica a norte da cidade de Colónia, um campo muito grande, com muitas infra-estruturas muito bem organizado, e que tinha inclusivamente até um jornal publicado pelos prisioneiros franceses.
Aqui, eles eram alimentados basicamente
com uma alimentação à base de pão, água e de caldos com ingredientes de origem
muito duvidosa.
O que ele valoriza muito é a acção dos
franceses, em todos os campos onde ele esteve. Os franceses partilhavam com os
mais necessitados os bens alimentares e os bens de primeira necessidade,
principalmente com os portugueses, com os italianos, com os russos, que eram os
que viviam em piores condições.
Estes nove melgacenses foram espalhados
pelos campos de prisioneiros de Dulmen, situado na região da
Westefalia; Munster II, situado na região da Renânia Norte -
Westefália, a cerca de 40 Kms a norte da cidade de Dortmund; Friedrichsfeld,
situado a cerca de 25 Kms a norte da cidade de Duisburgo, perto da fronteira
com a Holanda; Senne, que fica próximo da cidade de Bielefeld, a cerca de
80 Kms da fronteira com a Holanda; Hameln, situado a cerca de 30
Kms a sudoeste da cidade de Hannover, a uma distância de cerca de 100 Kms da
fronteira com a Holanda.
Em Novembro desse mesmo ano de 1918
chega o fim da guerra. Mais tarde, os prisioneiros são libertados. Nalguns
casos, os campos são abandonados pelos próprios alemães deixando os
prisioneiros à sua sorte. O regresso dos soldados portugueses é caótico. Não
foi organizado pelas autoridades portuguesas um eficaz transporte destes
milhares de soldados. Muitos deles viajam por conta própria até portos na
Holanda ou então até Cherbourg, em França.
Felizmente, para estes nove prisioneiros
de guerra melgacenses, regressaram todos vivos, tendo desembarcado em Lisboa
entre Janeiro e Fevereiro de 1919.
Da pesquisa que realizei, apesar das
informações escassas, deixo aqui algumas informações acerca do percurso de cada
um destes soldados, homens da nossa terra.
MELGACENSES MORTOS NA BATALHA DE LA LYS (LEVANTIE, FLANDRES FRANCESA)
·
João José Pires, soldado da 2.ª Companhia do Regimento de Infantaria n.º 3; nascido a 28
de Abril de 1893 no Outeiro, lugar da freguesia de Santa
Maria de Paços, filho de José Joaquim Pires e de Alexandrina Pires;
solteiro e morador em Paços; embarcou para França integrado no Corpo
Expedicionário Português a 15 de Abril de 1917, onde pertenceu à Brigada do
Minho; falecido em combate na Batalha de La Lys a 9 de Abril de 1918.
Encontra-se sepultado no Cemitério de Richebourg l`Avoué (França), Talhão C,
Fila 10, Coval 5.
·
José Narciso Pinto, soldado da 4.ª Companhia do Regimento de Infantaria n.º 3; nascido a 3 de
Março de 1893 na Igreja, lugar da freguesia de Santa Maria
Madalena de Chaviães, filho de Manuel António Pinto e de Cândida Maria
Alves; casado e morador em Chaviães; embarcou para França integrado no Corpo
Expedicionário Português a 22 de Abril de 1917, onde pertenceu à Brigada do
Minho. Falecido em combate na Batalha de La Lys a 9 de Abril de 1918.
Encontra-se sepultado no Cemitério de Richebourg l`Avoué (França), Talhão D,
Fila 3, Coval 24.
·
António José
Cardoso Ferreira Pinto da Cunha, segundo-sargento do Regimento de
Obuses de Campanha; nascido a 28 de Julho de 1892 na Rua Direita, vila
e freguesia Santa Maria da Porta de Melgaço, filho de António José
Ferreira Pinto da Cunha e de Carlota Amália Cardoso; solteiro e morador na vila
de Arcos de Valdevez; embarcou para França integrado no Corpo Expedicionário
Português a 20 de Agosto de 1917, onde pertenceu ao 6.º Grupo de Baterias de
Metralhadoras. Participou na Batalha de La Lys. Inicialmente dada com
desaparecido em combate. Mais tarde considerado morto em combate na dita
batalha a 9 de Abril de 1918. Desconhece-se o paradeiro dos seus restos
mortais.
Nesta investigação, fui descobrir uma
carta que este Segundo Sargento Pinto da Cunha, escrita algures na primeira
metade de 1917, à data estudante no liceu de Guimarães, escreveu a uma pessoa
influente para que esta intercedesse junto do ministro da Guerra, Bernardino
Machado, no sentido de obter dispensa do curso de sargentos até Julho de 1917,
para poder frequentar o liceu e fazer exame do então 5º ano. Argumentava que já
no ano anterior não tinha podido terminar este nível dos estudo por ter sido
chamado ao quartel. Desconheço a resposta a esta missiva.
·
José Cerqueira Afonso, soldado da 4.ª Companhia do Regimento de Infantaria n.º 3; nascido a 14
de Março de 1892 nas Fontes, lugar da freguesia de São
Salvador de Paderne, filho de Inácio José Afonso e de Maria Cerqueira;
casado e morador em Paderne; embarcou para França integrado no Corpo
Expedicionário Português a 22 de Abril de 1917, onde pertenceu à Brigada do
Minho; falecido em combate na Batalha de La Lys a 9 de Abril de 1918.
Prisioneiros de guerra melgacenses capturados na
Batalha de La Lys (9 de Abril de 1918)
1 Mário Afonso, soldado do 2º Grupo de Baterias de Artilharia, nascido em 12 de Agosto de
1891, filho de António Luiz Afonso e Tereza de Jesus, natural do lugar de S.
Julião, freguesia de Santa Maria da Porta, casado. Embarcou para França em 20
Agosto de 1917 integrado no Corpo Expedicionário Português, portador da chapa
de identificação nº 28 641. Sobreviveu à guerra. Desaparecido em combate
na Batalha de La Lys (9 de Abril de 1918). Feito prisioneiro pelos alemães e
levado para o Campo de Prisioneiros de Dulmen situado na região da Westefalia
(Alemanha), tendo estado também no Campo de Prisioneiros de Hameln. O soldado
Mário Afonso embarcou no navio inglês "Northwestern Miller" em 31 de
Janeiro de 1919 e desembarcou em Lisboa de 4 de Fevereiro de 1919.
António Fernandes, 2º Cabo do 2º Grupo de Baterias de Artilharia, nascido em 19 de Junho de
1891, filho de Agostinho Fernandes e Maria Rosa Esteves Cordeiro, natural do
lugar de Ranhol, freguesia de Penso, casado. Embarcou para França em 17
Novembro de 1917 integrado no Corpo Expedicionário Português, portador da chapa
de identificação nº 33 557. Sobreviveu à guerra. Desaparecido em combate
na Batalha de La Lys (9 de Abril de 1918). Feito prisioneiro pelos alemães e
levado para o Campo de Prisioneiros de Münster II (Alemanha). O soldado António
Fernandes embarcou no navio inglês "Northwestern Miller" em 31 de
Janeiro de 1919 e desembarcou em Lisboa de 4 de Fevereiro de 1919.
Abílio Alves de Araújo, 1º Cabo do Regimento de Infantaria nº 29, 4ª Brigada de Infantaria
(Brigada do Minho), filho de João Manuel de Araújo e Maria Joaquina Alves,
natural de Melgaço (data de nascimento e freguesia de naturalidade
desconhecidas), solteiro. Embarcou para França em 22 Abril de 1917 integrado no
Corpo Expedicionário Português, portador da chapa de identificação nº
46 998. Sobreviveu à guerra. Desaparecido em combate na Batalha de La Lys
(9 de Abril de 1918). Feito prisioneiro pelos alemães e levado para o Campo de
Prisioneiros de Friedrichsfeld (Alemanha). O soldado Abílio de Araújo embarcou
no navio inglês "Northwestern Miller", na Holanda, em 31 de Janeiro
de 1919 e desembarcou em Lisboa de 4 de Fevereiro de 1919.
Avelino Fernandes, Soldado do Regimento de Infantaria nº 3, 4ª Brigada de Infantaria
(Brigada do Minho), nascido em 7 de Novembro de 1893, filho de Francisco
Fernandes e Libania Martins Peixoto, natural do lugar de Ferreiros, freguesia
de Alvaredo, casado. Embarcou para França em 18 de Abril de 1917 integrado no
Corpo Expedicionário Português, portador da chapa de identificação nº
49 462. Sobreviveu à guerra. Desaparecido em combate na Batalha de La Lys
(9 de Abril de 1918). Feito prisioneiro pelos alemães e internado no Campo de
Prisioneiros de Dulmen (Alemanha). O soldado Avelino Fernandes embarcou no
navio inglês "Northwestern Miller" em 12 de Janeiro de 1919, na
Holanda, e desembarcou em Lisboa de 18 de Janeiro de 1919.
António José Rodrigues, Soldado do Regimento de Infantaria nº
3, 4ª Brigada de Infantaria (Brigada do Minho), nascido em data desconhecida,
filho de José Manuel Rodrigues e Carolina Rosa Rodrigues, natural da freguesia
de Paderne, solteiro. Embarcou para França em 15 de Abril de 1917 integrado no
Corpo Expedicionário Português, portador da chapa de identificação nº
49 526. Sobreviveu à guerra. Desaparecido em combate na Batalha de La Lys
(9 de Abril de 1918). Feito prisioneiro pelos alemães e levado para o Campo de
Prisioneiros de Münster II (Alemanha). O soldado António José Rodrigues
embarcou no navio inglês "Northwest Miller" em 31 de Janeiro de 1919
e desembarcou em Lisboa de 4 de Fevereiro de 1919.
Justino Pereira, Soldado do Regimento de Infantaria nº 3, 4ª Brigada de Infantaria
(Brigada do Minho), nascido em data desconhecida, filho de António Pereira e
Maria Esteves, natural da freguesia de Cubalhão, solteiro. Embarcou para França
em 15 de Abril de 1917 integrado no Corpo Expedicionário Português, portador da
chapa de identificação nº 49 544. Desaparecido em combate na Batalha de La
Lys (9 de Abril de 1918). Feito prisioneiro pelos alemães. A partir daqui, o
percurso deste soldado é um autêntico mistério. Desconhece-se o campo de
prisioneiros onde esteve já que não consta no seu boletim individual. Não
consta na base de dados do Comité Internacional da Cruz Vermelha. Sabe-se
apenas que desembarcou em Lisboa em 3 de Janeiro de 1919, não se sabendo se
embarcou na Holanda ou em Cherbourg (França).
Inocêncio Augusto Carpinteiro, Soldado do Regimento de Infantaria nº 3, 4ª Brigada de Infantaria
(Brigada do Minho), nascido em 28 de Agosto de 1895, filho de Firmino Augusto
Carpinteiro e Joaquina Rosa Soares, natural da freguesia de S. Paio, lugar dos
Barreiros, solteiro. Embarcou para França em 15 de Abril de 1917 integrado no
Corpo Expedicionário Português, portador da chapa de identificação nº
49 556. Sobreviveu à guerra. Desaparecido em combate na Batalha de La Lys
(9 de Abril de 1918). Feito prisioneiro pelos alemães e levado para o Campo de
Prisioneiros de Dulmen (região da Renânia/Norte Westfalia, Alemanha, a cerca de
40 Kms a norte de Dortmund) tendo estado também no Campo de Senne, que fica
próximo da cidade alemã de Bielefeld. O cartão de identificação do prisioneiro
de guerra que em baixo se mostra pertence ao campo de Senne. O soldado
Inocêncio Carpinteiro embarcou no navio inglês "Northwestern Miller"
na Holanda em 12 de Janeiro de 1919, na Holanda, e desembarcou em Lisboa de 18
de Janeiro de 1919.
António dos Reis, Soldado do Regimento de Infantaria nº 3, 4ª Brigada de Infantaria
(Brigada do Minho), nascido em 25 de Junho 1892, filho de João Batista Reis e
Lauriana Joaquina Esteves, natural da Rua Direita, freguesia de Santa Maria da
Porta, solteiro. Embarcou para França em 15 de Abril de 1917 integrado no Corpo
Expedicionário Português, portador da chapa de identificação nº 49 563.
Sobreviveu à guerra. Desaparecido em combate na Batalha de La Lys (9 de Abril
de 1918). Feito prisioneiro pelos alemães e levado para o Campo de Prisioneiros
de Friedrichsfeld (Alemanha). O soldado António dos Reis fez a viagem até
Cherbourg (França) onde embarcou no navio inglês "Orita" em 13 de
Fevereiro e desembarcou em Lisboa de 16 de Fevereiro de 1919.
António Pires, Soldado do Regimento de Infantaria nº 3, 4ª Brigada de Infantaria
(Brigada do Minho), nascido em 8 de Julho de 1894, filho de pai incógnito e
Dolores Pires, natural do lugar do Paço, Roussas, solteiro.
Embarcou para França em 22 de Abril de 1917 integrado no Corpo Expedicionário
Português, portador da chapa de identificação nº 49 837. Sobreviveu à
guerra. Desaparecido em combate na Batalha de La Lys (9 de Abril de 1918).
Feito prisioneiro pelos alemães e levado para o Campo de Prisioneiros de
Friedrichsfeld (Alemanha). O soldado António Pires embarcou no navio inglês
"Northwestern Miller" em 12 de Janeiro de 1919 e desembarcou em
Lisboa de 18 de Janeiro de 1919.
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