Não
encontramos, até 1258, referências documentais a Remoães. Apenas
nas terceiras Inquirições de D. Dinis, datadas do ano de 1307, é
mencionada esta terra, sendo que o inquiridor régio se refere a
Remoães como tendo privilégio de "honra".
Em
tempos antigos, Remoães foi vigairaria anexa à freguesia de São
Paio de Melgaço e da apresentação do abade desta última, antes de
se tornar freguesia independente.
São
raras as descrições antigas desta pequena freguesia do nosso
concelho. A descrição mais antiga com algum pormenor das terras de Remoães
remonta ao início do século XVIII. O padre Carvalho da Costa na sua
obra “Corografia Portuguesa”, publicada em 1706, descreve a
freguesia nestes termos: “S. João de Remoães, é
Vigairaria do mesmo Abade, a quem é anexa, rende ao Vigário
vinte e cinco mil reis, os dízimos vão na Matriz. Tem oitenta e
dois vizinhos. Aqui está a Juradia da Várzea sujeita a Melgaço,
mas da Freguesia do Mosteiro de Paderne em Valadares.” Além
disto, o autor elogia os presuntos e outros produtos do campo
produzidos em terras de Remoães nesta época escrevendo que Melgaço
“tem boas e férteis terras, pela maior parte, mas em particular
o vale da Folia [designação antiga para o atual território da
freguesia de Remoães, concelho de Melgaço] com grandes
vantagens: dá muito pão e vinho, frutas, feijão, hortaliças e
cebolas muy celebradas por doces e as melhores desta província,
excelentes presuntos sem sal...”
Em
meados do século XVIII, ficamos a conhecer algo de Remoães na época
pelas Memórias Paroquiais redigidas em 13 de Maio de 1758. O padre
de Remoães, na época, era um tal Gregório Salgado. O dito pároco
deixou escrito que esta freguesia pertencia ao termo de Melgaço,
comarca de Valença, arcebispado de Braga e, no secular, era da
comarca de Barcelos, da Casa de Bragança. Remoães tinha 25 fogos
inteiros e 25 meios fogos, 147 pessoas maiores e 11 menores. A
igreja, com orago de São João Baptista, ficava no meio do lugar e
não tinha naves. Tinha o altar-mor com as imagens da Senhora do
Rosário, São Miguel e o padroeiro São João Baptista, o altar
colateral do Evangelho com a imagem da Senhora da Purificação e São
Domingos, e o colateral da Epístola com as imagens de Nossa senhora
e Santo António. O pároco era vigário perpétuo ad nutum
apresentado pelo abade de São Paio de Melgaço, tendo de rendimento
20 alqueires de pão, 2 alqueires de trigo, 12 potes de vinho e 8$000
em dinheiro. Na época, os fogos inteiros pagavam meio alqueire de
pão e um pote de vinho e os meios fogos pagavam um quarto de pão e
meio pote de vinho. Segundo o pároco, nesta época existia na
freguesia um barco de duas dornas para passar as pessoas de uma
margem para a outra no rio Minho.
Já
no último terço do século XIX, encontramos duas curtas descrições
da terra de Remoães. No livro “Portugal Antigo e Moderno” do
professor Pinho Leal (1874) esta freguesia é assim descrita:
“...comarca e concelho de Melgaço (foi do mesmo concelho, mas da
comarca de Monção), 70 Kms ao norte de Braga, 430 ao norte de
Lisboa, 56 fogos. Em 1757, tinha 50 fogos. O orago é S. João
Baptista. Arcebispado de Braga, e districto administrativo de Vianna.
O abbade de S. Payo de Melgaço, apresentava o vigário, collado, que
tinha 8$000 réis de congrua e o pé d'altar. Clima excessivo e pouco
fértil.”
No
livro “O Minho Pittoresco”, publicado em 1886, o autor conta-nos
que “contigua a Prado, ali está à
beira-Minho REMOÃES, cuja multiplicidade de pequenos campanários em
forma pyramidal, destaca ao longe d'entre as àrvores
que rodeiam a egreja e lhe dão um aspecto pittoresco.
Como
Prado, foi em tempo annexa à
freguezia de S. Payo. Ultimamente descobriram-se em Remoães umas
importantes nascentes de aguas minerais, alcalinas, ferruginosas e
sulphureas, que uma empresa já organizada trata de explorar.”
Atualmente,
a freguesia encontra-se unida à de Prado...
Sem comentários:
Enviar um comentário