Ministro Martinho de Mello e Castro, originário dos Castros de Melgaço |
Martinho de Mello e Castro é uma das altas figuras da
História de Portugal oriundas de Melgaço. Foi um reconhecido estadista e
desempenhou o cargo de Ministro da Marinha de Guerra no tempo do rei D. José e
D. Maria I entre outras importantes funções. Nasceu em 1716 e viria a falecer
em 1795.
Quase 100 após a sua morte, encontrámos numa publicação
de 1890, o "Archivo Histórico de Portugal", um texto muito elogioso à sua vida e à terra de origem da sua família e que nos dá uma real dimensão da sua notoriedade.
Nele podemos ler que “Cabe a esta villa também a honra de ter
sahido da família dos Castros de Melgaço o laureado ministro da nossa Marinha,
Martinho de Mello e Castro, nome altamente sympathico e bemquisto da nação.
Nasceu o ilustre varão a 11 de Novembro de 1716. Seguiu a
carreira ecclesiástica e em 1739 foi nomeado cónego da sé patriarchal. Seguiu
depois a carreira diplomática, e estava ministro em Londres, quando rebentou a
guerra entre a nação dos piratas, a Hespanha e a França.
O patriótico ministro prestou então valorosos serviços ao
paíz, já enviando armas e munições de guerra, já envidando todos os meios para
dar lustre ao nome portuguêz. Coube-lhe a elle assignar a paz em Paris, o que
realizou, salvaguardando a honra e os
interesses nacionaes como um verdadeiro portuguêz.
D. José nomeou-o ministro e secretário de estado dos
negócios da marinha, em 1777. Martinho de Mello tomou o mais vivo interesse no
desenvolvimento da marinha de guerra portuguesa, e esteve sempre ao lado do
grande Marquez de Pombal, em todos os commettimentos de utilidade pátria. Conquanto não fosse affeiçoado ao severo ministro, que tanta influência teve no
reinado de D. José, coadjuvou-o sempre que se tratava do engrandecimento e
prosperidade nacional. Depois da queda de Sebastião José de Carvalho e Mello,
continuou a dirigir a pasta da marinha com a mais evidente intelligência e
sollicitude.
A este hábil ministro de deveu a magnífica esquadra que
então houvemos. Ainda quando D. João VI fugiu covarde e criminosamente para o
Brazil, deixando a pátria nas garras do inimigo bonapartista e do pirateiro
alliado, se compunha a esquadra de guerra portugueza de doze fragatas , e doze
naus de linha, afora muitas outras
embarcações de menor importância. Isto em 29 de Novembro de 1807.
Hoje, temos o Pimpão e meia dúzia de chavecos, incapazes
de aguentarem os embates do oceano em revoltas de borrasca.
Ah! Mas é que já não existem homens como o Marquez de
Pombal e Martinho de Mello, à frente da administração pública!
O digno estadista conservou a pasta da marinha até à data
do seu fallecimento, em 24 de Março de 1795. Possuía inalteravelmente a mais
clara intelligência e foi activo no desempenho da sua nobre missão até que a
morte o prostou, velho nos annos, sempre novo na pujança do espírito, e no
discernimento da acção.
Em Luanda, conhecemos ainda um transporte de guerra com o
nome do ilustre ministro. Há annos desarmou este vaso da nossa marinha, e ainda
não houve quem se lembrasse de dar o nome de Martinho de Mello a outra qualquer
embarcação de guerra. Em troca, há-os que têem nomes que nada significam, a não
ser a máxima insignificância.”
Extraído de: Archivo historico: narrativa da fundação das cidades e villas do reino,
seus brazões d'armas, etc. (1890), 2ª Série, Typ. Lealdade, Lisboa.
Pergunto:Não seria justo honrar este homem, conservando o seu nome e a sua memória na toponímia melgacence? Estas honras são conferidas a pessoas com méritos duvidosos por razões que a razão desconhece, e isto, infelizmente, acontece em todos os recantos deste jardim à beira mar plantado.
ResponderEliminarCaro anónimo. Concordo plenamente!
EliminarPergunto:Não seria justo honrar este homem, conservando o seu nome e a sua memória na toponímia melgacence? Estas honras são conferidas a pessoas com méritos duvidosos por razões que a razão desconhece, e isto, infelizmente, acontece em todos os recantos deste jardim à beira mar plantado.
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