sábado, 6 de outubro de 2012

A desativação da fortaleza de Melgaço nos séculos XIX e XX (cronologia)


  • 17 de Dezembro de 1761 - O inspector Luís da Cunha aponta a necessidade de reconstruir dois estrados no quartel dos soldados, colocar uma porta nova na barbacã. Reconstruir as portas de Baixo. Executar novas portas para as entradas a norte e sul da tenalha e recolocar a cantaria de 2 m de comprimento por 5 m de altura de parapeito. Realizar plataformas de madeira para a artilharia. Cobrir com telhas os armazéns e o quartel de infantaria em "miserável estado"; recomendava envernizar as portas novas e as janelas dos armazéns das armas e da praça e fazer uma porta interior do paiol com 6 palmos de altura e 4 de largura.
  • 1786 - O castelo estava arruinado ou praticamente destruído.
  • Entre 1789 e 1800 - Nova inspecção na praça de Melgaço, descrita como uma obra antiga com uma torre e uma muralha simples, com alguns baluartes " muito pequenos, de pouca consideração incapazes de poder jogar a artilharia" na parte exterior. Os armazéns e os quartéis estavam em ruína. A fortaleza carecia de função militar.
  • 1792 - O rei proíbe a construção dentro dos fossos e sobre qualquer obra de fortificação das praças e fortalezas da Província do Minho.
  • Fevereiro de 1797 - Inspecção da fortaleza pelo sargento-mor de engenharia M. José da Serra, que determina que se devem reparar os pavimentos e tectos assim como reconstruir portas e janelas com ferragens adequadas.
  • 15 Junho de 1808 - José Gomes Vilas Boas, sargento maior engenheiro descreve Melgaço como um pequeno recinto, que cercava parte da vila, com altas muralhas, mas que o seu terrapleno e parapeito eram tão escassos que mal se poderia manobrar a artilharia.
  • 1810 - Tendo em conta a defesa de Melgaço, construíram-se baterias em pontos vitais para a entrada do exército invasor do lado galego: uma em São Gregório, outras na estrada entre a vila e Ponte das Várzeas, outras foram projectadas mas não chegaram a ser construídas. As baterias foram executadas com parapeitos de terra servindo para soldados com armas ligeiras e para peças de artilharia.
  • 23 de Maio de 1840 - A torre de menagem é denominada Torre do Relógio. O castelo estava circunscrito por um "caminho de piquetes" tendo a este um hornaveque e a norte algumas obras baixas. No seu interior encontrava-se um quartel de campanha e um armazém reconvertido também em quartel. O recinto magistral estava em bom estado. O castelo tinha uma parte da muralha em ruínas. As portas e os quartéis necessitavam de restauro, o hornaveque estava em ruínas com casas particulares dentro e fora.
  • Meados do século XIX - Desactivação da tenalha. A muralha mantém o adarve ao qual se acedia por escadas interiores.
  • Segunda metade do século XIX - Colocação do relógio da Torre.
  • 13 de Agosto de 1856 - O Ministério da Guerra manda demolir a tenalha.
  • 1857- Segundo uma planta desta época, parte da zona militar e da sua envolvente servia para uso agrícola.
  • 1859 - Segundo um plano desta época ainda subsistia a ?couraça nova? que aparece no desenho de Duarte de Armas, embora agora tivesse uma casa adossada por fora e três edifícios por dentro.
  • 15 de Dezembro de 1861 - segundo relatório, a povoação não deveria ser sacrificada à rigidez histórica, pelo que o "recinto magistral" deveria ser demolido e os seus terrenos e materiais vendidos. Sugere que se deveria conservar como "livro histórico" a "cidadela", previamente reparada e destituída na entrada dos edifícios civís. Nesta época restava ainda um pequeno destacamento com utilização mais policial que militar.
  • 25 de Abril de 1883 - A Câmara Municipal fica a cargo das antigas fortificações da vila compreendidas entre a porta do lado sul e do lado este , assim como o reduto que defendia esta última porta. Inicio da demolição da cerca da vila.
  • 1900 - Ainda subsistia parte do muro da vila. O Ministério da Guerra vende as parcelas de terreno que ainda possuía na fortificação.
  • 4 de Abril de 1900 - Comunicação à Câmara Municipal da necessidade de demolir o que restava das muralhas porque os médicos municipais consideram-na uma das principais causas de insalubridade dos bairros circundantes.

Torre de Menagem em 1908

  • 5 de Dezembro de 1917 - Oficio do Presidente de Arte e Arqueologia perguntando à Câmara o motivo da demolição das muralhas sem considerar a resolução da Comissão dos Monumentos. A Câmara entendeu que a suspensão dos trabalhos de demolição eram contrários aos interesses do município decidindo informar a Inspecção-geral de Fortificações e Obras Militares para garantir os seus direitos.
  • 23 de Janeiro de 1918 - Despacho do Ministério da Guerra anulando a venda de lotes.
  • 26 de Junho de 1919 - A Câmara decide vender a pedra da muralha da couraça nova. Os escombros deveriam ser depositados no antigo lavadouro público. O inspector do Conselho de Arte e Arqueologia pediu informação à Câmara sobre o plano de melhoras para o castelo.
  • 5 de Maio de 1920 - A secretaria de Turismo solicita a constituição de uma comissão para a "guarda e defesa do castelo".
  • 24 de Novembro de 1920- Graças a um reforço orçamental da Secretaria do Turismo solicita-se à Câmara o envio da lista de obras a empreender e respectivos custos.
  • 25 de Fevereiro de 1925 - A Câmara delibera vender a pedra da fundação da muralha da vila.
  • 1936 - Solicitação à Guarda-fiscal para desocupar a parte inferior da torre de menagem onde guardava barris e tinha aberto uma porta na fachada lateral direita.

Extraído de: http://www.cieform.org

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