As Guerras da Restauração começam na zona fronteiriça do
Minho quando, em 1641, Gastão de Sousa Coutinho ordena a invasão de Galiza
através de Melgaço dando inicio a uma série de campanhas que apenas terminaram,
a 13 de Fevereiro de 1668, com a assinatura da paz entre os dois países.
No século XVII tem lugar a construção de uma nova
fortificação de acordo com os modelos militares abaluartados, rodeando a vila
de Melgaço. Data de 1713 a representação mais antiga, da autoria de Manuel
Pinto de Villa Lobos, que representa a fortificação abaluartada.
A nova construção inutilizará o fosso preenchido para
realizar uma nova linha de muralhas. Melhoraram-se novos elementos como as
falsas-bragas que rodearam todo o perímetro da cerca seguindo o antigo traçado
do fosso, três baluartes orientados para os principais pontos de defesa e uma
tenalha exteriormente defendida com um parapeito diagonal. No muro do castelo
abriu-se, na segunda metade do século XVII, uma porta de acesso à vila
protegida por uma barbacã poligonal. A fortificação esteve em uso num período
muito curto de tempo, aproximadamente um século e meio, já que em finais do
século XVIII a sua deterioração e destruição eram quase integrais. Em finais do
século XVII alteraram-se as paredes laterais da antiga couraça para uma planta
sensivelmente triangular, mantendo a cabeceira semicircular com a Porta de
Campo da Feira.
De 1758 data a planta do castelo elaborada pelo sargento
Gonçalo Luís da Silva Brandão na qual há registo dos três principais pontos de
abastecimento de água da vila naquela época: uma cisterna, um poço e uma fonte.
Nos anos seguintes em inspecções realizadas por engenheiros enviados pelo
sargento maior de campo, António Carlos de Castro, detecta-se a necessidade de
empreender reparações nos distintos pontos da fortificação tais como mudar os
estrados no quartel dos soldados, refazer duas fachadas no ângulo sul, colocar
uma porta nova na barbacã da porta, refazer as postas de baixo e a entrada da
Praça a norte. Foi necessário executar portas para as entradas norte e sul da
tenalha, repor a cantaria em cerca de 200 m de comprimento e 5 m de altura no
parapeito. Executar plataformas de madeira para a artilharia, repor as telhas
na cobertura dos armazéns e no quartel da infantaria. Apesar de todas estas
reparações o castelo em 1789 estava praticamente arruinado. A partir deste
momento sucederam-se as inspecções e concertos, seguidos da demolição de
algumas partes e da venda de outras a privados.
Extraído de: http://www.cieform.org
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