quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A Fortaleza de Melgaço nos século XVII e XVIII





As Guerras da Restauração começam na zona fronteiriça do Minho quando, em 1641, Gastão de Sousa Coutinho ordena a invasão de Galiza através de Melgaço dando inicio a uma série de campanhas que apenas terminaram, a 13 de Fevereiro de 1668, com a assinatura da paz entre os dois países.
No século XVII tem lugar a construção de uma nova fortificação de acordo com os modelos militares abaluartados, rodeando a vila de Melgaço. Data de 1713 a representação mais antiga, da autoria de Manuel Pinto de Villa Lobos, que representa a fortificação abaluartada.
A nova construção inutilizará o fosso preenchido para realizar uma nova linha de muralhas. Melhoraram-se novos elementos como as falsas-bragas que rodearam todo o perímetro da cerca seguindo o antigo traçado do fosso, três baluartes orientados para os principais pontos de defesa e uma tenalha exteriormente defendida com um parapeito diagonal. No muro do castelo abriu-se, na segunda metade do século XVII, uma porta de acesso à vila protegida por uma barbacã poligonal. A fortificação esteve em uso num período muito curto de tempo, aproximadamente um século e meio, já que em finais do século XVIII a sua deterioração e destruição eram quase integrais. Em finais do século XVII alteraram-se as paredes laterais da antiga couraça para uma planta sensivelmente triangular, mantendo a cabeceira semicircular com a Porta de Campo da Feira.
De 1758 data a planta do castelo elaborada pelo sargento Gonçalo Luís da Silva Brandão na qual há registo dos três principais pontos de abastecimento de água da vila naquela época: uma cisterna, um poço e uma fonte. Nos anos seguintes em inspecções realizadas por engenheiros enviados pelo sargento maior de campo, António Carlos de Castro, detecta-se a necessidade de empreender reparações nos distintos pontos da fortificação tais como mudar os estrados no quartel dos soldados, refazer duas fachadas no ângulo sul, colocar uma porta nova na barbacã da porta, refazer as postas de baixo e a entrada da Praça a norte. Foi necessário executar portas para as entradas norte e sul da tenalha, repor a cantaria em cerca de 200 m de comprimento e 5 m de altura no parapeito. Executar plataformas de madeira para a artilharia, repor as telhas na cobertura dos armazéns e no quartel da infantaria. Apesar de todas estas reparações o castelo em 1789 estava praticamente arruinado. A partir deste momento sucederam-se as inspecções e concertos, seguidos da demolição de algumas partes e da venda de outras a privados.

Extraído de: http://www.cieform.org

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