sábado, 11 de agosto de 2018

Melgacenses que combateram na Primeira Grande Guerra - Os Expedicionários das freguesias de Fiães, Paços, Cubalhão e Gave



Foi há pouco mais de 100 anos que os primeiros soldados do contingente que Portugal enviou para combater em França na I Guerra Mundial chegaram à Flandres.
Com base nos dados de que disponho, de Melgaço, partiram para a Flandres, 73 homens, oriundos das diversas freguesias. Estes homens foram autenticamente “roubados” às suas vidas e obrigados a ir para uma guerra para a qual não estavam preparados. Paderne, com 14 homens, Penso, com 12 homens e Vila, com 14 homens são as freguesias melgacenses que mais contribuíram em termos de número de efetivos. Porém, hoje homenageamos os soldados naturais de Fiães, Paços, Cubalhão e Gave. De cada uma destas freguesias, partiu um soldado para esta guerra horrenda. Eles foram João José Pires (lugar de Outeiro, Paços), Justino Pereira (lugar de Cima, Cubalhão), José Fernandes (lugar de Pousafoles, Fiães) e Abílio Alves de Araújo (lugar de Sobreira, Gave).


CUBALHÃO


1 - Justino Pereira, Soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo Expedicionário Português (2ª Divisão).
Nasceu às seis horas da manhã do dia 17 de Junho de 1895, no lugar de Cima, da freguesia de Cubalhão, filho de António Pereira e Maria Esteves.
À data da sua partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador no referido lugar de Cima da freguesia de Cubalhão, neste concelho de Melgaço.
Embarcou em Lisboa, no Cais de Alcântara, com destino a França em 15 de Abril de 1917 integrado no Corpo Expedicionário Português, onde pertenceu à célebre Brigada do Minho, portador da chapa de identificação nº 49 544.
Esteve envolvido na Batalha de La Lys, integrado na 4ª Brigada de Infantaria do Corpo Expedicionário Português em 9 de Abril de 1918. Nesse dia, foi dado como desaparecido em combate nessa mesma batalha. Contudo, posteriormente, por comunicação da Comissão de Prisioneiros de Guerra, soube-se que tinha sido feito prisioneiro pelos alemães durante a referida batalha e levado para o Campo de Prisioneiros de Merseburg (Alemanha), que se localiza a cerca de 150 Kms a noroeste da cidade de Dresden, onde ainda se encontrava em 20 de Novembro de 1918. Depois de finalizar o conflito em Novembro de 1918, foi libertado e embarcou em porto desconhecido no dia 28 de Dezembro de 1918, tendo desembarcado em Lisboa, no Cais de Alcântara, no dia 3 de Janeiro de 1919.
Após regressar da guerra, viria a casar com Maria Alves, natural da freguesia de Cristoval, concelho de Melgaço, no dia 14 de Abril de 1919.
Viria a falecer às 12 horas do dia 12 de Março de 1959, na freguesia de Cristoval, neste concelho de Melgaço.


FIÂES


1 – José Fernandes, 2º Sargento do Regimento de Cavalaria 11, 1º Esquadrão.
Nasceu às três horas da tarde do dia 9 de Maio de 1894, filho de Manuel José Fernandes e Maria do Carmo Domingues, natural do lugar de Pousafoles, freguesia de Santa Maria de Fiães, concelho de Melgaço.
À época de partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador no dito lugar de Pousafoles, da freguesia melgacense de Fiães.
Embarcou em Lisboa, no Cais de Alcântara, com destino a França em 20 de Janeiro de 1917, integrado no Corpo Expedicionário Português.
Não conhecemos muito do percurso deste soldado durante a guerra. Já no cenário de guerra em França, em 8 de Julho de 1917, integrou uma diligência à 2ª Secção do Trem Divisionário, onde ainda se encontrava adido no dia 29 de Novembro desse mesmo ano. Em 8 de Dezembro de 1917, por ordem do comando da 2ª Divisão do Corpo Expedicionário Português, foi apresentar-se na sua unidade que à data era o 1º Grupo de Metralhadoras.
Sabemos que passou ao Depósito de Pessoal de Metralhadores Pesadas em 4 de Maio de Maio de 1918 “por ter sido suprimido o 1º Grupo de Metralhadoras”, unidade em que estava integrado à data.
Em 20 de Junho de 1918, baixa ao hospital, tendo tido alta no dia 30 do mesmo mês. No dia seguinte, a 1 de Julho, seguiu para o 3º grupo de Metralhadoras, unidade em que permaneceu até ao dia 10 de Setembro. Nesse dia, foi transferido para o Depósito de Infantaria.
Sobreviveu à guerra, tendo embarcado no Porto de Cherbourg (França) com destino a Portugal e desembarcado em Lisboa, no Cais de Alcântara, em 10 de Setembro de 1918.
Após regressar da guerra, viria a casar em Lisboa com Maria da Soledade no dia 7 de Julho de 1935.
Viria a falecer no dia 20 de Fevereiro de 1975, na freguesia da Lapa, cidade e concelho de Lisboa.


PAÇOS


1 - João José Pires, soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo Expedicionário Português (2ª Divisão).
Nasceu às duas horas da tarde do dia 28 de Abril de 1895 no lugar do Outeiro, na freguesia de Santa Maria de Paços, filho de José Joaquim Pires e de Alexandrina Pires.
À época da sua partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador no dito lugar do Outeiro, na freguesia de Paços.
Embarcou em Lisboa, no Cais de Alcântara, com destino a França, integrado no Corpo Expedicionário Português a 15 de Abril de 1917, onde pertenceu à célebre Brigada do Minho.
Dispomos de poucas informações quanto ao percurso militar deste soldado durante o conflito. Já no cenário de guerra, na Flandres (França), sabemos que baixou ao Hospital de Sangue nº 1 em 17 de Agosto de 1917.
Combateu na Batalha de La Lys a 9 de Abril de 1918. Foi dado inicialmente como desaparecido durante as hostilidades, tendo sido, mais tarde, dado como morto em combate na referida batalha no dia antes citado.
Encontra-se sepultado no Cemitério de Richebourg l`Avoué (França), Talhão C, Fila 10, Coval 5.


CUBALHÃO


1 - Justino Pereira, Soldado do Batalhão de Infantaria nº 3 (Viana do Castelo), 4.ª Brigada do Corpo Expedicionário Português (2ª Divisão).
Nasceu às seis horas da manhã do dia 17 de Junho de 1895, no lugar de Cima, da freguesia de Cubalhão, filho de António Pereira e Maria Esteves.
À data da sua partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador no referido lugar de Cima da freguesia de Cubalhão, neste concelho de Melgaço.
Embarcou em Lisboa, no Cais de Alcântara, com destino a França em 15 de Abril de 1917 integrado no Corpo Expedicionário Português, onde pertenceu à célebre Brigada do Minho, portador da chapa de identificação nº 49 544.
Esteve envolvido na Batalha de La Lys, integrado na 4ª Brigada de Infantaria do Corpo Expedicionário Português em 9 de Abril de 1918. Nesse dia, foi dado como desaparecido em combate nessa mesma batalha. Contudo, posteriormente, por comunicação da Comissão de Prisioneiros de Guerra, soube-se que tinha sido feito prisioneiro pelos alemães durante a referida batalha e levado para o Campo de Prisioneiros de Merseburg (Alemanha), que se localiza a cerca de 150 Kms a noroeste da cidade de Dresden, onde ainda se encontrava em 20 de Novembro de 1918. Depois de finalizar o conflito em Novembro de 1918, foi libertado e embarcou em porto desconhecido no dia 28 de Dezembro de 1918, tendo desembarcado em Lisboa, no Cais de Alcântara, no dia 3 de Janeiro de 1919.
Após regressar da guerra, viria a casar com Maria Alves, natural da freguesia de Cristoval, concelho de Melgaço, no dia 14 de Abril de 1919.
Viria a falecer às 12 horas do dia 12 de Março de 1959, na freguesia de Cristoval, neste concelho de Melgaço.


GAVE


1 - Abílio Alves de Araújo, 1º Cabo  do Regimento de Infantaria nº 29, 4ª Brigada de Infantaria (Brigada do Minho), 2ª Divisão do CEP.
Nasceu às dez horas do dia 12 de Julho de 1897 no lugar de Sobreira, freguesia da Gave, filho de João Manuel de Araújo e Maria Joaquina Alves. À data da sua partida para a guerra, encontrava-se solteiro e era morador na freguesia de Oliveira, no concelho de Arcos de Valdevez.
Embarcou para França em 22 Abril de 1917, integrado no Corpo Expedicionário Português, portador da chapa de identificação nº 46 998, onde pertenceu à célebre Brigada do Minho.
Combateu na batalha de La Lys no dia 9 de Abril de 1918, onde é dado como desaparecido em combate. Posteriormente, por comunicação da Comissão de Prisioneiros de Guerra, verificou-se que constava entre aqueles que tinham sido feitos prisioneiros pelos alemães. Dali foi levado para o Campo de Prisioneiros de Friedrichsfeld (Alemanha).
Depois do fim da guerra, o soldado Abílio de Araújo foi libertado e embarcou no navio inglês "Northwestern Miller", na Holanda, em 31 de Janeiro de 1919, tendo desembarcado em Lisboa, no Cais de Alcântara, de 4 de Fevereiro de 1919.
Após regressar da guerra, viria a casar com Amélia da Conceição Guerra em Ponte de Lima no dia 18 de Fevereiro de 1920.
Viria a falecer em Arcos de Valdevez (Salvador) no dia 12 de Abril de 1989.

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