Província de Entre Douro e Minho, 1736
Até meados do século XIX, as vias
de comunicação eram praticamente as mesmas que vinham da Idade Média, incluindo
alguns dos percursos das vias romanas, como era o caso daquela que vinha de Braga,
passava por Ponte de Lima, Paredes de Coura e Valença, antes de atingir
Astorga, em Espanha. A partir de um mapa das principais estradas de Entre Douro
e Minho, elaborado em 1808, é possível identificar as principais “estradas”
desta região, nomeadamente o caminho que ligava Viana a Valença, passando por
Caminha. Constituindo uma alternativa às vias marítima e fluvial, os
transeuntes e os comerciantes seguiam os seus percursos para se deslocarem e
comerciarem os seus produtos. Para se avaliar as dificuldades de comunicação,
com implicações na exposição de crianças noutros concelhos, vejam-se as
distâncias e os tempos calculados para uma deslocação de Viana a Melgaço: De
Viana a Caminha (3 léguas-5 horas); de Caminha a Cerveira (2 léguas-2 horas e
meia); de Cerveira a Valença (igual tempo); de Valença a Monção (igual tempo) e
de Monção a Melgaço (3 léguas-4 horas).
Foi só na segunda metade do
século XIX, com a intervenção de Fontes Pereira de Melo, que se procedeu à
construção duma nova via para substituir o velho caminho medieval. Ao mesmo
tempo, projectava-se mais para norte a via férrea, em direcção à Galiza,
implicando a construção de várias pontes (in José Rosa Araújo, Caminhos
Velhos e Pontes de Viana e Ponte de Lima, Viana do Castelo, 1962).
Informações recolhidas em:
- PONTE, Teodoro Afonso (2004) - No limiar da honra e da pobreza - A infância desvalida e abandonada no Alto Minho (1698 - 1924). Tese de doutoramento; Universidade do Minho, Braga.
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