Fachada principal e campanário, 1757-1758.
Em
1763 foi Guardiao Frei Diogo da Purificação (...) Fez as urnas dos altares
colaterais, pintou-os, e tambem o pulpito: pôs as grades, pôs os taburnos da
Igreja e as sepulturas entre os taburnos de caixilhos de alto abaixo. Lajeou a
porta da Igreja da banda de fora e desentulhou toda a entrada da mesma Igreja, que
era um outeiro, fez os muros desde a quina da torre ate o caminho, e dai até a
quina do caminho da porta do carro. Fez mais o outro muro da banda de baixo do
mesmo comprimento pagando o chao para botar o caminho por onde agora vai.
Principiou a obra da agua, que se chama a fonte nova, e tirou para isso o
despacho de Sua Excelencia e fez nessa obra um grande pedaco deixando, para se
continuar 200.00 reis na mao do nosso Irmao Sindico e fez mais o forro da porta
do coro e o almário dele.
Frei
Diogo da Soledade que tomou posse aos 6 de Outubro de 1764 (...) Continuou a
dita obra da agua ate se meter na cozinha, gastando-se nela os ditos 200.000
mil reis e mais de 150.000 em cima (...) Andou-se com toda a pressa com a dita
obra da água até meter-se na horta, que caiu nela a 24 de Janeiro (...) Frei
Francisco do Rosário (...) tomou posse em 13 de Junho de 1765 (...) No seu
tempo fez a Provincia metade da obra do claustro, nao concluida alias,
porquanto a esmola provincial nao foi bastante (...)
Frei
Matias do Espirito Santo, natural de Sao Miguel de Perre, termo de Viana, tomou
posse em 12 de Fevereiro de 1767 (...). Fez o tanque da horta e levantou o
frontespicio da Igreja, concorrendo para esta obra com a esmola de 32.000 reis
o Padre Frei Paulo da Conceição. No arco cruzeiro da Igreja colocou-se no seu
tempo as imagens do Santo Cristo, Nossa Senhora e São João Evangelista (...)
Fizeram-se duas quadras do claustro de pedraria somente.
Frei
Antonio de Sao Joao (...) tomou posse este guardiao em 22 de Setembro de 1768
(...) fez o coberto para dar esmola aos pobres e cobriram-se e soalharam-se de
novo duas quadras dos claustros. Colocou de novo o Senhor da Portaria e outros
acrescentamentos fez.
Frei
Francisco da Purificacao (...) tomou posse da guardiania em 3 de Julho de 1770
(...). No seu tempo retelharam-se as duas quadras do claustro e todo o mais
convento que necessitava (...).
Frei
Francisco da Madre de Deus (...) tomou posse em 21 de Dezembro de 1771 (...).
No seu tempo fizeram-se duas quadras dos claustros, a que corre encostada ao De
Profundis e a que desta vai para a sacristia, soalharam-se e madeiraram-se; e
as outras se tornaram a compor de madeiras, consertando-se lhe tambem os
telhados, assim como em muitas partes do convento. Mudou-se a adega do capitulo
e este se preparou colocando-se-lhe a imagem de Sao Pedro de Alcantara. (...)
Consertou-se tambem o muro da mata em quatro pontos. Na rouparia colocou-se a
imagem de Sao João Nepomuceno, primeiro mártir e defensor do sigilo sacramental
(...) Fez-se ainda com todo o primor da arte uma urna para Nossa Senhora das
Dores.
Frei
Manuel de Santa Margaria, natural da vila da Barca, tomou posse do cargo a 13
de Junho de 1776 (...) e esticou a escada do De Profundis e caiou o convento
pela primeira vez desde que se fundou. (...) Frei Joao de Jesus, Maria, Jose
tomou posse em 3 de Junho de 1779 e finalizou em 16 de Dezembro de 1780. No seu
tempo fez-se a Portaria para dar a esmola e o muro da Senhora da Pastoriza, cerrando-se
o que legou Caetano de Abreu e mais um pedaco de baldio. Construiu-se tambem a
entrada de carro a esquina da Igreja. (...)
Frei
Manuel de Jesus toma posse em 24 de Julho de 1782 (...) Nessa altura fez-se a
livraria e nela se colocaram estantes. No campo trabalhou-se tambem
especialmente na horta nova e no pomar. Fez-se tambem um galinheiro.
Frei
Francisco de Santa Quiteria, que tomou posse da guardiania a 10 de Maio de
1785, deixou na Igreja três lâmpadas novas a romana (...) Organizou-se a
enfermaria (...) Frei Bernardino de São José (...) Como fiquei reconduzido na
Congregacão do sobredito Provincial, celebrada em Santo António de Viseu a 15
de Dezembro de 1798. Nesta estadia se botou abaixo o estuque, por estar muito
roto e despedacado, caiando a pedacos, e se forrou a igreja de madeira de castanho,
pintou-se o dito forro de alvaiade fino, fez-se-lhe no cimo e meio do forro a
tarja da Senhora da Conceição com armas reais, e seraficas, a qual tem de
comprido 35 palmos e 30 de largo. Fizeram-se as varandas de pintura por cima
das cornijas da mesma igreja, tambem pintadas como se vêem. Pintaram-se as
ditas cornijas, frestas, pedestal do pulpito, arcos, cruzeiro da capela de Sao
Pedro de Alcântara e do claustro, portas dos confessionários quanto respeita a
pedra e pau. Lavaram-se as três imagens do arco cruzeiro e se lhes puseram
cortinas de fingido carmesim, resplandores prateados. Dourou-se e pintou-se o
retabulo da capela de São Pedro de Alcantara, como tambem urna, etc. Dourou-se
e pintou-se o retabulo e urna da Senhora das Dores, que e o colateral da parte
do Evangelho e se fez de novo a Divina Imagem Dolorosa, vestido feito tudo em
Braga, so ela Senhora, com os seus adereços, custaram por cima de sessenta mil
reis, e pos-se-lhe o caixilho para a vidraca (...)
Frei
Manuel de Santa Teresa de Jesus. Tomou posse em 20 de Agosto de 1800 (...) e a
obra principal do seu tempo foi a aquisição de um sino para as horas do relógio
que se colocou no cimo do campanário em quatro varões de ferro com suas
guarnições e garimpa. Terminava com uma cruz na haste da qual se atravessava
uma lanca, sustentando, um galo, que rolando, mostrava os ventos. (...)
Frei
Joao da Pureza. Tomou posse em 8 de Dezembro de 1813 (...) Diz o sindico da
Comunidade, Antonio Luis de Araujo Cunha, da Casa da Gaia, ter o guardião
mandado arrancar e cortar no mesmo sitio da Pedreira para as sepulturas e
ladrilho do claustro do dito convento, alguma pedra e, como assim se fez, foi a
obra embargada pelo tesoureiro mor."
Extraído de:
- FIGUEIREDO, Ana Paula Valente (2008) - Os Conventos franciscanos na real província da Conceição - análise histórica, tipológica, artística e iconográfica. Tese de Doutoramento em Arte, Património e Restauro, FLUL, Lisboa.
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