A freguesia de Prado, localizada junto da margem esquerda do rio Minho,
encosta-se geograficamente à sede do concelho. Confronta com o rio, a norte, a
Vila, Roussas e S. Paio, a nascente, Paderne, a sul e poente, e Remoães, a
poente.
É terra antiga, com povoamento remoto. Provam-no os muitos vestígios de
considerável valor arqueológico encontrados nos seus limites, e concretamente no
monte sobranceiro do rio Minho. São peças em pedra lascada, da Idade da Pedra, e
objectos em cerâmica com ornamentações ou outros utensílios, de épocas também
longínquas mas posteriores.
De acordo com o padre Aníbal Rodrigues, o seu topónimo terá origem na
existência de grandes e numerosas propriedades de pastagem para o gado vacum,
caprino lanígero. Na verdade, é célebre na história de Melgaço o chamado Monte
de Prado, onde passavam o Inverno os gados de Castro Laboreiro. Luís Vale
descreve o monte como “verdadeira mancha verde de pinheiros, um local de prazer
e repouso, descendo por pequenos vales frondosos até à frescura das águas do
Minho”.
S. Lourenço de prado foi freguesia filial, tal como a vizinha Remoães, da de
S. Paio.
O abade de S. Paio apresentava o vigário, que tinha mil réis de côngrua e o pé-de-altar. A renda era dividida em quatro partes iguais: uma para o abade da freguesia mãe, outra, chamada renda do castelo, para a mesa arquilepiscopal de Braga.
O abade de S. Paio apresentava o vigário, que tinha mil réis de côngrua e o pé-de-altar. A renda era dividida em quatro partes iguais: uma para o abade da freguesia mãe, outra, chamada renda do castelo, para a mesa arquilepiscopal de Braga.
A infanta D. Urraca, filha de D. Fernando Magno, deu metade desta renda a D.
jorg, bispo de Tui, em 1071. Onega Fernandes e seus filhos, Paio Dias e Argenta
dias, deram ao bispo D. Afonso a quarta parte, em 1118.
Finalmente, a rainha D. Teresa e seu filho, D. Afonso Henriques, deram ao mesmo bispo, em 1125, a quarta parte restante.
Finalmente, a rainha D. Teresa e seu filho, D. Afonso Henriques, deram ao mesmo bispo, em 1125, a quarta parte restante.
A freguesia beneficiou, em Novembro de 1513, do foral de Melgaço concedido em
Lisboa por D. Manuel I. Em 1839 fazia parte da comarca de monção. No ano 1874
constava já na comarca de Melgaço.
No campo monumental, merecem referência nesta freguesia, para além das
capelas da Serra, de Santa Bárbara e de Santo amaro, principalmente a igreja
paroquial, do século XVIII e sem um estilo definido, e algumas alminhas.
Na Idade Média, “a Igreja de S. Lourenço de Prado já era tida em público interesse, embora modesta, pois no taxamento das rendas eclesiásticas em 1320 aparece S, Lourenço de Prado com 12 libras, a mais baixa de todo o arcedíago de Valadares que abrangia as terras de Melgaço” (Pintor, 1975).
Na resposta ao ‘Inquérito’pombalino de 1758, o vigário Duarte Vaz Torres afirmava que ‘a igreja está sita no meio da freguezia junto da estrada real que vai para a villa de Melgaço, tem três altares, o maior do dito orago (S. Lourenço mártir) em que está o Santíssimo, os colaterais hum de Nossa Senhora do Rozario e outro das Almas em que há confraria ou irmandade das mesmas’ (Capela-IAN/TT, 2005: 172). O pároco era da apresentação do abade de S. Paio ‘com quem parte e rende para o vigairo de coatro a oito mil réis de congrua, vinte alqueires de pão meado, dous de trigo e hum almude de vinho, além dos incertos do pé do altar’ (Idem, ibidem).
Integrada em meio rural, esta igreja apresenta arquitectura muito depurada mas de linhas equilibradas.
Situa-se no interior de um adro murado, com pequeno cruzeiro, para o qual se acede por escadaria semicircular extramuros. Também pelo exterior, no muro, está alojada uma bica de água. Todo o conjunto apresenta as mesmas características construtivas da igreja.
A igreja, construída em cantaria autoportante de granito, aparente, com as juntas rebocadas a branco, desenvolve-se segundo planta rectangular em nave e capela-mor com cobertura a duas águas.
Na frontaria, a entrada axial é rectangular e a porta, de duas folhas, em madeira esculpida com losangos e pintada a verde escuro. Sobrepõe-a uma janela com vitral, grade e moldura recortada. Remate por cornija angular rematada no vértice por cruz latina de hastes forquilhadas e pináculos nos extremos laterais.
A torre, situada do lado esquerdo e num plano ligeiramente mais recuado, compõe-se de três registos sendo o último aberto por quatro sineiras. Coruchéu coroado de catavento e rodeado de pináculos. Na parte frontal foi colocado um relógio circular.
Informações recolhidas em:
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PINTOR, P.e M. A. Bernardo– Melgaço Medieval. Obra histórica, reed. Rotary Clube de Monção, Monção, 2005.
http://www.cm-melgaco.pt/portal/page/melgaco/portal_municipal/municipio/municipio_freguesias/Prado
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