São diversas as teorias sobre as origens do topónimo. O Pe. Aníbal Rodrigues avança três: de feno, terreno onde se produzia muito feno; de Fidelanis, gente de muita fé; ou de ‘terra de fiandeiras ou fiandeiros”, cultivadores de linho e tecelões de teares caseiros.
Pinho Leal, por seu lado, defende que Fian, Fiãa, Fiaam, Ffia, Sfiãa e Fiada é tudo o mesmo (no português arcaico) e significa vaso de barro chato e redondo, a que depois se chamou almofia. Servia antigamente para pagar certa medida de cereais e também de manteiga. Dezasseis fiães faziam um alqueire.
Ainda segundo este autor, é provável que aqui se pagasse este foro, pelo que então se diria terra de Fiães (ou que paga fiães). Ou que houvesse aqui oleiros que fabricassem fians. Afian (em latim fiala) era quase da forma de um alguidar e levava dois quartilhos.
Houve aqui um importante convento de frades beneditinos, antiquíssimo. São bastante confusos os seus primórdios: frei António da Purificação pretende que remonte ao ano de 870, logo ocupado pelos eremitas de Santo Agostinho, que aqui ficariam até se integrarem na regra cisterciense; os beneditinos contestam esta opinião e, pela pena de frei Leão de S. Tomás, avocam-se tal prioridade, dando-no como fundado em 889; finalmente, o Pe. Carvalho da Costa, indo mais longe, afirma que aparecem notícias sobre a casa já no ano de 851 (no tempo de D. Ramiro II, de Leão, e de sua mulher, D. Patema).
Não há dúvidas, no entanto, que já era couto antes da fundação da nacionalidade, pois D. Afonso Henriques confirmou-lhe esse privilégio em 1173 e isentou os seus moradores de pegarem em armas e de servirem em quaisquer obras de fortificação, excepto “em uma quadrilha de dezoito braços nos muros de Melgaço”.
Os reis seguintes mantiveram e, em muitos casos, aumentaram estas mercês.
Em 1730, as autoridades militares ordenaram um recrutamento no couto. Imediatamente o abade recorreu para o general comandante da praça de Valença, sendo atendido. Como, anos depois, nova tentativa se fizesse, D. João V recomendou a anulação dessa diligência.
Constava que era o mosteiro mais rico das Espanhas. Recebeu valiosas doações.
Tinha muitos bens e casais e grande número de coutos. Possuía foros no Minho, Trás-os-Montes e Galiza, chegando a dispor de vinte abadias. “Desta forma, podia manter oitenta frades de missa, além dos conversos” (Lionído de Abreu, em “Silva Minhota”). Nesses tempos, quando se pretendia definir a sua grandeza, dizia-se que, “depois de el-rei, não há senhor tão poderoso como o Dom Abade de Fiães”.
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