domingo, 29 de julho de 2012

Em 1462, o rei D. Afonso V confirma para Castro Laboreiro, entre outros, o privilégio da fronteira livre com Milmanda e Araúxo (Galiza)



Nunca foi fácil a estas populações raianas, marcadas por um forte periferismo sacudir, quer a crescente pressão fiscal dos agentes régios que desanimava a vinda dos galegos, quer a influência senhorial, que cobrava portagens arbitrárias e exercia abusos, contrariando, assim, a corrente regular de trocas, causando, em muitos casos, uma animosidade entre comunidades vizinhas, como o deixam transparecer as múltiplas declarações efectuadas nas diversas Cortes do séc. XV.

Populações, altamente lesadas pelas medidas de foro fiscal, aproveitaram a presença de Afonso V no vale do Minho, em 1462, para irem ao seu encontro e queixarem-se, não só da violência de que eram alvo, por parte das autoridades, como para lhe solicitar a confirmação dos velhos privilégios de vizinhança, que abrangiam, também, as vizinhas populações galegas. Curioso é, ainda, registar, que populações galegas raianas tomaram a mesma iniciativa perante o monarca português.

De todas as povoações raianas, Castro Laboreiro, talvez, fosse a mais atingida, por este conjunto de medidas, atendendo ao isolamento a que ficou votada e que levantou graves problemas de subsistência.

D. Afonso V sensível ao pedido e à situação de penúria da população castreja, outorgou, em Monção, uma carta em que lhes concedeu a manutenção do velho privilégio de fronteira livre, nomeadamente, com Milmanda e Araúxo, além da regalia de “lá hirem paçer com seus gados (...) e assi meesmo y o faziam os dictos lugares que vinham ca a nossos rregnos ssem lhe sobre ello ser posto embarguo (...) porquanto a dicta terra era muito fragosa e sse a assi nom fezessem se nam poderiam manter nem soportar, ouvemos por bem de ellos vizinharem e trautarem com os sobredictos assy como sempre teveram de custume”.

Sem comentários:

Enviar um comentário