As antigas termas de Fiães aparecem referenciadas há muitos séculos mas encontram-se há muito desativadas e literalmente abandonadas. Sabe-se que no início do século XVIII já estavam desativadas.
As águas brotam de três nascentes: a fonte de S. Bento, a fonte de Santa Madalena e a fonte da Cerca do convento. Existe muito pouca informação acerca destas águas termais. Daquilo que consegui recolher, sabe-se que estas águas tinham caraterísticas benéficas ao nível digestivo e diurético.
A fonte de S. Bento é de nível inferior ao solo e corre de uma bica restaurada pela Câmara de Melgaço em 1966. A emergência da água dá-se a 15m da fonte.
Fonte de S. Bento
A fonte da Cerca do convento está actualmente no meio de silvas, a nível inferior ao da estrada, por essas razões já não é procurada: "Bebíamos daquela água quando não havia a estrada, era um caminho por baixo, passávamos ali e bebíamos" (testemunho de um popular).
Fonte Cerca do Convento
A fonte de Santa Madalena é uma fonte monumental, do séc. XVIII, com frontão coroado com o Brasão das Armas de Portugal, uma inscrição em latim com a data de 1737, por baixo uma carranca em forma humana jorra água para um lavrado tanque. A origem nesta água localiza-se a cerca de 10 metros da fonte.
Fonte de Santa Madalena
As caraterísticas das águas destas nascentes passam por serem hipossalinas, nitratadas, hipotermais, alcalinas, sódicas e cálcicas (Almeida, 1988).
Diz-se no Aquilégio Medicinal, em 1725 acerca das Caldas de Fiaens (p.56).”Junto à cerca do Mosteiro de Santa Maria de Fiaens, da ordem de Cister, Comarca de Valença do Minho, houve umas caldas de muita virtude, para queixas de nervos, e juntas, a que concorria muita gente de várias partes, a curar-se dos achaques que padeciam, hoje não se usa delas, porque há muitos anos que se cobriram e taparam ou por negligência ou por particulares conveniências”.
Luís Acciaiouli na sua História das Águas minerais (1944) repete o escrito no Aquilégio. A fonte pública cuja água é de natureza férrea, dizem que é semelhante à da antiga cerca do convento (Almeida , 1988). Quanto à fonte do convento, o mesmo autor refere que ela encontrava-se assoreada, mas a água “teima em correr pela bica de granito gasta pelo uso”.
O deputado Roleira Marinho, na sessão de 2 de Março 1989, descreveu uma visita que deputados do grupo parlamentar PSD pelo círculo de Viana do Castelo, fizeram à Freguesia de Fiães no concelho de Melgaço, e falou do encanto da paisagem e do mosteiro de Fiães: “ segundo a tradição, já existia em 851, no tempo de D. Ramiro II, Rei de Leão, e que pertencia a um importante convento de frades beneditinos”. Monumento nacional desde 1913, e que seria em breve objecto de obras de restauros, e nessa ocasião o deputado pergunta: “E porque não a recuperação da fonte de águas minerais, a que se atribuem virtudes medicinais”.
Actualmente a Fonte da Cerca do Convento não é utilizada nem lhe são atribuídas qualidades terapêuticas.
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