No jornal "A Capital", diário republicano da noite, em 2 de Outubro de 1923, o presidente da Câmara fala de Melgaço...
Fotos - Vistas da vila de Melgaço com a sua torre de menagem e relógio na época.
Da velha muralha do castelo, que outrora, marcavam os pontos de resistência às invasões estrangeiras, apenas restam umas pequenas pedras dispersas aqui e alem.
O castelo, esse ainda conserva o seu velho relogio, que é secular.
Nas caves que serviram para deposito de material de guerra, esta agora instalada uma cocheira e no pavimento superior um armazém de palha.
- O concelho de Melgaço - diz-nos o sr. presidente da C. M. está completamente ao abandono; aqui não há hotel e temos um café apenas. Não há coisa alguma. O estado tem-se desinteressado completamente deste concelho…
- Iniciativas particulares?
- Não há. Aqui há mezes é que se fundou para ahi uma sociedade, onde se joga a batota descaradamente, sem que as autoridades intervenham.
Melgaço tem uma velha aspiração, que bastante viria a desenvolver o seu comercio e sua agricultura; é o caminho de ferro. Note que são apenas 15 a 17 kilometros de Monção aqui. Pouca despesa se faria. O povo do concelho, para isso, pagaria de bom grado mais 2% sobre as suas contribuições.
- Quantos habitantes tem o concelho?
- O ultimo censo deu-nos uma população de cerca 16ooo habitantes. O nosso concelho é rico. É dos concelhos do Minho que mais dinheiro dá ao estado e que menos recebe. Para terminar, acrescentou o sr. Pires Teixeira, dir-lhe-ei que no próximo inverno vamos ficar sem correio para aqui. A estrada está intranzitavel. Há bastantes anos que não é reparada e o carro que traz o correio, do Monsão não poderá passar do Pezo para cima.
- Porque não reclamam?
- Junto de quem? Aqui só ha energia, vida e atividade, nos tempos de eleições, quando precisam de nós. Servidos, esquecem-nos por completo."
In: Jornal "A Capital", diário republicano da noite. Edição de 2 de Outubro de 1923.
" - Junto de quem? Aqui só ha energia, vida e atividade, nos tempos de eleições, quando precisam de nós. Servidos, esquecem-nos por completo."
ResponderEliminarOnde é que eu já ouvi isto?...